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Eletrobras sobe 13% com privatização mais próxima

E a Petrobras descontou a queda dos últimos dias: alta de 12%. Ficou tudo bem, então? Claro que não.

Por Luciana Lima e Alexandre Versignassi
Atualizado em 24 fev 2021, 11h55 - Publicado em 23 fev 2021, 20h12
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 (Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Você lembra. O anúncio do começo da vacinação no Estado de São Paulo acendeu uma luz vermelha no governo federal, e fez com que acelerassem o início do programa nacional de vacinação. O presidente anti-vacina passou a capitalizar sobre a imunização. 

Agora aconteceu algo parecido. Depois de a Petrobras ter perdido um quarto de seu valor de mercado (R$ 102 bilhões) nos últimos dois dias úteis, por conta do afã intervencionista do presidente, Bolsonaro deu uma virada na chavinha.

Ainda ontem, Bolsonaro anunciou nas redes sociais que irá sancionar a autonomia do Banco Central amanhã. Rolou até foto com o Paulo Guedes e o Roberto Campos Neto, presidente do BC, para mostrar que estava tudo bem. Não que isso gerasse alguma surpresa: estranho seria voltar atrás com a bem-vinda autonomia do BC depois de o Congresso já ter aprovado tudo bonitinho.  

A virada mesmo veio hoje. No começo da manhã, uma reportagem da CNN apontou que, por orientação de auxiliares, Bolsonaro iria enviar ao Congresso ainda esta semana uma medida provisória que autoriza o BNDES a iniciar estudos sobre a capitalização da Eletrobras, responsável por 30% da geração e 45% da transmissão de energia no país. 

Mais tarde, a Reuters noticiou que não. Bolsonaro iria publicar hoje mesmo a MP da Eletrobras, em edição extraordinária do Diário Oficial da União. Por se tratar de uma medida provisória, ela teria efeito imediato por até 90 dias.

O mercado gostou. Alta de 13,01% para as ações ordinárias da Eletrobras, e de 10,8% para as preferenciais.

Já com o mercado fechado, por volta das 19h30, Bolsonaro entregou a MP ao Congresso. Foi à pé dar o documento em mãos à presidência da Câmara, provavelmente para sinalizar que a união com Paulo Guedes segue estável.   

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É o pontapé inicial para o segundo maior sonho de privatização do Ministro da Economia, afinal. O sonho número um é outro: a Petrobras. Mas esse, se já era impossível antes, agora esquece. Bolsonaro colocou rédeas na petroleira, e vai usá-las para se reeleger. Mesmo assim, o clima “liberal” de hoje fez com que as ações da Petrobras dessem um repique respeitável, de 12%.

Mas calma. Basicamente todas as casas de análise tinham jogado a toalha em relação à petroleira no fim de semana. E não é uma ricocheteada de 10% que vai fazer com que todo mundo mude de ideia e entenda que a Petro agora é a barganha do século. 

O nome do que aconteceu hoje é “volatilidade”. Algo que acontece com empresas que já não têm a confiança do mercado. Essas companhias, quando caem, o fazem de forma depressiva; quando sobem, as altas são maníacas (alô, IRB Brasil). O jogo é esse – e quem souber surfar ganha com as altas e com as baixas. Vale o mesmo para o Banco do Brasil. Depois de cair 11% ontem, avançou 6,92% hoje. 

Pfizer

Não existe retomada econômica sem imunização. E esta terça (23) trouxa uma boa notícia nesse sentido. A Anvisa aprovou o registro definitivo do imunizante da Pfizer, o mais usado no mundo desenvolvido, e que o governo recusou um tempo atrás.

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A Pfizer, de acordo com a CNN, retornou às tratativas com o governo, e encaminhou ao Ministério da Saúde uma nova proposta, que prevê a entrega de 100 milhões de doses até o final do ano.

Tudo isso ajudou a tapar as feridas do Ibovespa, que terminou o dia ganhando 2,27%, aos 115.227,46 pontos.

 Em NY

Depois de começar o dia em baixa, Wall Street também ficou animada com notícias sobre a vacina. Lá, o porta-voz da Casa Branca, Jen Pisak, afirmou que está para chegar, nos próximos dias, uma nova remessa com 14,5 milhões de doses para os  Estados americanos.

Por lá, onde 13% da população recebeu pelo menos uma dose, os números começam a melhorar: a quantidade de novos casos teve uma redução de 44% na média móvel semanal.

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A perspectiva de uma abertura da economia cada vez mais próxima, inclusive, fez com que os investidores americanos mudassem suas posições para empresas de setores que apanharam mais durante a pandemia, como o turismo (a empresa de cruzeiros Royal Caribbean, por exemplo, disparou 4,43% no pregão de hoje). 

No final, S&P 500 e Dow Jones terminaram estáveis: 0,13% para o primeiro (a 3.881 pontos); 0,04%, para o segundo (a 31.535 pontos). Já a Nasdaq, que abriga as empresas de tecnologia – as que mais se valorizaram durante os meses de isolamento –, fechou no vermelho. Perdeu 0,50%, aos 13.465 pontos. 

Mesmo assim, as bolsas americanas seguem rechonchudas. A festa por lá tem hora para acabar? Saiba mais na nossa reportagem de capa deste mês. E até amanhã!

Maiores altas

Eletrobras ON: 13,01%

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Petrobras PN: 12,17%

Eletrobras PN: 10,81%

Petrobras ON: 8,96%

Itaúsa: 7,56%

Maiores baixas

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Lojas Americanas: 5,94%

B2W: 4,2%

NotreDame Intermédica: 4,08%

PetroRio: 3,73%

Natura: 3,61%

———————————————–

Dólar: -0,21%, a R$ 5,44

Petróleo

Brent (referência internacional): 0,20%, a US$ 65,37 o barril

WTI (referência nos EUA): -0,05%%, a US$ 61,67 o barril

Minério de ferro: queda de 1,65%, a US$ 173,05 a tonelada no porto de Qingdao (China). 

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