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Este é o melhor jeito de negociar a folga de Carnaval com seu chefe

Quer descansar ou cair na folia durante o Carnaval? Especialistas indicam a melhor maneira de pedir a folga para os líderes

Por Luciana Lima
Atualizado em 19 fev 2020, 18h15 - Publicado em 19 fev 2020, 15h10

Seja para quem for da turma dos bloquinhos ou do Unidos da Netflix, é certo que quase todo mundo está contando os dias para o Carnaval. Porém, embora seja um dos maiores eventos do Brasil, pelo calendário oficial, a data não é considerada feriado nacional.

Apenas alguns estados e municípios decretaram feriado na terça-feira — como é o caso do Estado do Rio de Janeiro e a cidade de Salvador (BA), por exemplo.

Nas regiões em que a folia não é considerada folga oficial, a segunda-feira, terça-feira ou Quarta de Cinzas podem ser definidas como ponto facultativo.

E no caso de o empregador optar por manter o expediente, o funcionário que decidir faltar poderá ter os dias descontados do salário, sofrer sanções disciplinares e até ser demitido. “A empresa deve observar se houve reincidências ou se outras penalidades já foram aplicadas anteriormente”, afirma Ruslan Stuchi, advogado trabalhista do escritório Stcuchi Advogados.

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Mas se a sua empresa, por enquanto, não se manifestou sobre a liberação dos dias do Carnaval ou, pior, decidiu que manterá o trabalho normalmente durante a folia: não desanime, nem tudo está perdido. Ainda é possível negociar a folga com o chefe e emendar o feriadão.

“É preciso avaliar o contexto e o ambiente da empresa. Se feito da maneira correta, o pedido não pega mal nem se torna inusitado”, afirma Rodrigo Vianna, CEO da Mappit, empresa do Grupo Talenses especializada em recrutamento de início de carreira.

Entenda o cenário

De acordo com Rodrigo, além evitar deixar o pedido para a última hora é importante se perguntar se o contexto em que você e a empresa estão inseridos está favorável para uma solicitação como essa.

“Avalie se os projetos estão entregues, as metas caminhando e se o período de ausência não irá prejudicar os resultados. Também entenda o contexto geral: por exemplo, se a companhia ou a área em que a pessoa atua estiver dando prejuízos talvez não seja um bom momento”, diz o especialista.

Outra dica é conhecer o perfil da empresa para a qual trabalha. Se for uma que valoriza a presença no escritório, a chance de você se ausentar durante a folia será pequena.

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Porém, caso se trate de uma companhia mais moderna, aberta à conversa, vá em frente. “Também preste atenção ao momento em que fará o pedido. Por exemplo, evite abordar seu gestor logo após uma reunião ruim ou uma conversa estressante”, afirma Rodrigo, da Mappit.

O segmento de atuação da companhia, obviamente, poderá ajudar (ou atrapalhar) os planos. Isso porque algumas empresas praticamente morrem durante o Carnaval, mas em outras ocorre o oposto: a demanda de trabalho aumenta justamente na data.

“Em empresas de varejo, restaurantes, hospitais, por exemplo, é mais difícil ter flexibilidade. Porém, isso também varia conforme a área. Mesmo naquelas em que não haverá expediente, alguns departamentos, como a TI, podem aproveitar a parada no trabalho para atualizar sistemas e testar softwares novos”, afirma Simone Simon, professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em negociação.

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Ofereça contrapartidas

Depois de analisar o cenário e o perfil da sua empregadora é hora de partir para a negociação propriamente dita. “Inicie a conversa já sabendo o que você irá oferecer como contrapartida e qual será sua moeda de troca. Nesse momento é preciso encontrar um ponto que una o interesse da companhia e o seu”, afirma Simone.

Segundo a especialista comece enumerando os projetos que já foram realizados, as metas que foram alcançadas e destacando o seu rendimento recente (se for positivo, claro). Proponha também alternativas para compensar a ausência: banco de horas, ficar até mais tarde em outros dias e até antecipar tarefas durante os dias anteriores.

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“Por último, ofereça um meio-termo, por exemplo, permanecer de sobreaviso ou fazer home-office durante o feriado. Se mesmo assim a reposta ainda for negativa, encerre o assunto”, diz a professora da FGV.

Esteja preparado para o não

Simone, da FGV, ressalta que é importante estar preparado para ouvir um não e aceitar a negativa sem cara feia. “Isso demonstra que o profissional tem maturidade e Inteligência emocional”, afirma.

Outro conselho é encerrar a conversa em tom positivo, evitar reclamar da empresa ou questionar o líder em excesso. “Qualquer diálogo precisa ser finalizado de uma maneira favorável, uma vez que isso é o que manterá as portas abertas para pedidos futuros”, diz Simone.

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No final, todo Carnaval tem seu fim na Quarta de Cinzas, mas, climão com o chefe e desemprego podem durar alguns meses, não é mesmo?

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