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Luciana Camargo

Diretora estratégica da Associação Brasileira de RH (ABRH-SP). Escreve sobre carreiras, liderança, diversidade e inclusão e desenvolvimento pessoal
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Qual o líder do futuro?

O novo líder deve conhecer o modelo de negócio, entender para onde a empresa está indo e estar disposto a aprender.

Por Luciana Camargo
7 jun 2021, 16h00

O mundo atual é um mundo de disrupções. Os avanços tecnológicos e a troca acelerada de informação estão mudando todo dia nossa paisagem, nosso meio social e nossos entendimentos de como nos organizar como sociedade.

O ambiente de trabalho não foge desta regra. De maneira geral, três grandes áreas estão compondo a frente dessas mudanças. Está na hora de repensar os modelos de negócios, pessoas e seus talentos, e como absorvemos experiências.

Começando pelo mais imediato: os negócios precisam ser mais ágeis, fomentar inovação e buscar soluções que trarão um impacto real na experiência oferecida aos clientes. As mudanças acontecem a todo instante e os modelos de negócios tradicionais ficam a cada dia mais longe de nós.

Novos negócios, novas pessoas, novos talentos. Aquelas características valorizadas antes, talvez tenham que ser revisitadas. O mundo hoje exige talentos com capacidades criativas, capacidade de criar soluções nunca antes pensadas. E isso significa aprender sempre – não importa se aos 20 ou aos 50! – e aprender com uma mente receptiva; ser curioso, flexível, absorver a riqueza da diversidade.

Por último, talvez a que merecesse um texto só pra si, a experiência. A decisão pela compra ou consumo hoje é mais intuitiva, menos industrial do que foi um dia. A nova era de negócios vende experiências para uma sociedade moderna. Pensemos aqui o quão criativo e diverso podemos ser! – que irá compor o que fazemos, como tomamos decisões e como isso melhorará o dia a dia daqueles que sonham em viver bem.

E o líder? Ah, o líder é outra peça desse mosaico que forma o novo mundo. E, diria eu, é parte fundamental nessas três disrupções.

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O líder atual deve ter uma visão rica de onde o modelo de negócio está indo, estudar, aprender (e ensinar!) continuamente em que sentido as indústrias estão em plena informação, dando ao time esse senso de clareza e propósito. Deve ser a pessoa com o maior senso de “como meu negócio se encaixa na sociedade?”, “como meu serviço/produto/solução vai sobreviver ao teste das transformações?”

O líder não apenas se adapta: ele antecipa a mudança.

Segundo a Gartner, o volume de dados irá crescer em 800% nos próximos 5 anos. E mais dados significa decisões mais difíceis e com consequências em diversos pontos de vista. E o líder deve ser capaz de ouvir, ler, pesquisar, co-criar, observar, e todos seus verbos favoritos acerca dessa presença e aprendizado contínuo e… e liderar.

O papel do líder da disrupção do Talento é muito importante. Como ajudar pessoas a desenvolver seu potencial, buscar aprender, confiar, empoderar, dar voz a uma organização, olhar um talento sem viés inconsciente e pré-conceitos e enxergar em que sentido aquilo que existe dentro nós ?

Como inspirar pessoas, construir um proposito, fazer outros acreditarem que o mundo será aquilo que seremos, e portanto é nossa responsabilidade – como cidadãos e não somente como empresas – fazer nossa parte alavancando nossa comunidade, nossa sociedade pra um futuro melhor?

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Sim, o desafio não é simples.

Vamos focar naquilo que alcançamos de fato; transformar um negócio envolve engajar times que acreditam no que fazem, sentem seu propósito e buscam a mudança. Times engajados são 44% mais produtivos que os satisfeitos e times inspirados 125% mais produtivos. O que são esses números? Pessoas mais felizes, produzindo aquilo que as realiza e trazendo pra sociedade uma nova solução e nova maneira de fazer as coisas.

Assim que, líderes, pensem como proporcionar a experiência única de criar impacto positivo, de inspirar seus times a buscarem seu melhor e construírem um futuro em que todos tenham orgulho de fazerem parte sendo quem são. O avanço tecnológico precisa ser permeado por pessoas que pensam na sociedade e que trazem a ética como valor primeiro e inabalável.

Tudo isso pra falar que o estilo tradicional de liderança não faz mais sentido hoje. Já não adianta bater no peito e dizer quem manda. O perfil dos profissionais das novas gerações mudou, o modelo de trabalho mudou, o modelo de negócios mudou: como gerir pessoas não teria mudado também?

Para isso, devemos desvestir a carapaça do “eu sei tudo.” Observar negócios novos, que trabalhem em nichos de mercado totalmente alheios, pode trazer insights. Ler sobre o mundo também. Estudar. Aprender. Ouvir. E nos tornando profissionais melhores e mais completos, nos tornaremos cidadãos mais completos. Humildade, empatia, resiliência aliados à curiosidade são fundamentais nessa nova era.

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E é até bom se convencer que não sabemos de tudo. Afinal, não sabemos mesmo, e o mundo faz questão de nos mostrar isso cada vez mais. Bem vindo a nova Era.

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