De qual líder precisamos agora?
Descubra por que é hora de deixar o comando e controle de lado e abraçar a sensibilidade neste trecho da reportagem de capa da VOCÊ S/A de julho
“A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio.” Essa frase, dita pelo ganhador do Nobel da Paz de 1964 e ativista contra o racismo nos Estados Unidos, Martin Luther King Jr., pode ser aplicada com exatidão ao mundo do trabalho de hoje. A crise tão profunda do coronavírus gera insegurança quanto ao futuro e exige um rápido poder de adaptação das empresas e dos profissionais. E quem precisa absorver os impactos da pandemia e conseguir transformar os negócios são as lideranças. Mas qual é o tipo de líder que se destaca neste momento de caos e incerteza? Será que apenas os super-heróis têm a capacidade de aguentar o baque e direcionar os esforços para o futuro?
Segundo os especialistas, não é necessário ter poderes sobrenaturais para gerenciar neste momento. As habilidades requisitadas são essencialmente humanas. “O líder é mortal e consegue assumir suas fragilidades, não tem medo de dizer que não tem todas as respostas, mas se mantém próximo, cria saídas novas junto com o time e passa a tranquilidade de que fará o que tiver de ser feito”, afirma Márcio Fernandes, sócio fundador da Thutor, consultoria especializada em formação de lideranças.
Aos gestores que estão na linha de frente, o mundo está pedindo protagonismo — e essa é uma grande chance para mostrar valor e se desenvolver. “A faceta mais importante da liderança é, sem dúvida, a de que mais precisamos agora: a capacidade de promover a mudança”, diz Tatiana Iwai, professora de comportamento organizacional e liderança no Insper. E, para Delphine Gibassier, professora especializada em sustentabilidade na universidade francesa Audencia Business School, as transformações só poderão ser conduzidas por gestores diferentes dos tradicionais. “As características dos líderes de que precisamos agora são distintas daquelas que nos foram apresentadas no passado. É preciso demonstrar ânimo e ter paixão; ter coragem e resiliência, mas também humanidade e humildade.”