PEC da Transição enfrenta primeira votação no Senado
Proposta apresentada deve ser de R$ 198 bilhões fora do teto por dois anos.
Bom dia!
Temida pela Faria Lima, a PEC da Transição começa a ser apreciada nesta terça no Congresso. A CCJ do Senado deve votar o projeto ainda hoje, que segue para aprovação no plenário na quarta. Tudo indica que será proposto um gasto extrateto de R$ 198 bilhões por dois anos. O principal objetivo da PEC é financiar um Bolsa Família de R$ 600 mensais.
A grande novidade é que o projeto pode passar a valer já este ano. Como o governo Bolsonaro ficou sem dinheiro para pagar despesas obrigatórias, a PEC pode ser necessária para bancar aposentadorias e universidades. Neste caso, seriam, no máximo, R$ 23 bilhões para o atual governo, que é o valor proveniente de receitas extraordinárias.
Se o valor final do projeto se manter elevado, ou superar a estimativa, aumenta o risco fiscal brasileiro. Ou seja, a União gasta mais sem arrecadar mais, o que compromete sua capacidade de arcar com obrigações. Com menos dinheiro nos cofres públicos, fica mais arriscado financiar o Brasil. É esse comprometimento dos gastos públicos que desvaloriza o real em relação ao dólar e deixa demais ativos brasileiros, como ações, menos atrativos. É claro que há um certo exagero nessas reações dramáticas do mercado. O governo federal ainda pode aumentar sua arrecadação nos próximos anos e determinar certas âncoras fiscais, de modo a passar mais confiança para o investidor gringo.
Por falar em gringos, o clima entre eles é de receio e espera. Após a forte desvalorização das bolsas ontem, o petróleo cai 1%, enquanto os índices futuros dos EUA operam perto do zero a zero, sem notícias positivas para incentivar uma recuperação. O que segue em voga é o receio em torno da resistência da economia americana em relação à alta de juros. No futuro, isso pode gerar uma recessão maior do que o inicialmente previsto.
Só nos resta esperar.
Bons negócios!
Futuros S&P 500: 0,04%
Futuros Dow: 0,01%
Futuros Nasdaq: 0,13%
às 8h08
Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,26%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,30%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,31%
Bolsa de Paris (CAC): -0,29%
*às 7h52
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,54%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,24%
Hong Kong (Hang Seng): -0,40%
Brent*: -1%, a US$ 81,81=5
Minério de ferro: -0,28%, a US$ 108,25 por tonelada em Singapura
*às 8h05
Apple à mercê da China
A Apple deve produzir 16 milhões de unidades de Iphones a menos do que o esperado para 2022, segundo um relatório do banco suíço UBS. Em parte, tem a ver com uma diminuição na demanda por modelos mais baratos do iPhone 14. Mas a maior parcela de culpa vai para a conta da Foxconn, principal produtora dos aparelhos da Apple. Sediada em Zhengzhou, na China, a fábrica tem sofrido com as restrições impostas pela política de covid zero no país. Operando com um número de funcionários reduzido, ela não está conseguindo acompanhar a demanda pelos iPhones.
Depois da divulgação do relatório, as ações da Apple caíram 0,80%, a US$ 146,63.
O Wall Street Journal revelou que a empresa vem acelerando os seus planos de transferir parte de sua produção para fora da China. Ela espera que seus fornecedores migrem para outros países da Ásia, em especial Índia e Vietnã.
Os dias de 24h de trabalho no Vale do Silício
Mesmo depois das restrições contra covid ficarem para trás, a maioria das empresas do Vale do Silício permaneceu flexível em relação ao home office. Junto, veio um esforço dos gestores para tornar o ambiente de trabalho mais convidativo – daí os espaços de convivência, comida grátis e conversas sobre saúde mental. A postura parecia representar uma mudança na cultura dessas empresas, conhecidas por testarem a produtividade de seus funcionários até o limite do burnout. Mas foi só um lapso de benevolência: agora, virar a noite no escritório voltou à moda. Esta reportagem do Washington Post, traduzida pelo Estadão, conta como anda o ambiente de trabalho nas big techs.
Os bancos centrais estão estocando ouro
Os bancos centrais estão aumentando os seus investimentos em ouro. Entre janeiro e setembro, a quantidade do metal em posse dos BCs subiu de 400 para 670 toneladas – um ritmo nunca visto desde o colapso do London Bullion Market, em desde 1968. Na época, o maior mercado de metais preciosos do mundo ficou sem estoque de ouro e fechou as portas por duas semanas. Consequência de 5 meses de compras aceleradas por parte dos bancos centrais europeus. Em 2022, quem vem comprando demais são os países emergentes. Aqui, a The Economist explica porquê.
9h30, Brasil: CCJ do Senado tem sessão para votar a PEC da Transição
18h30, EUA: estoques de petróleo da semana até 02/12