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Juros altos nos EUA e inflação baixa na China assombram Ibovespa

Enquanto o mundo enfrenta alta nos preços, o país asiático tem inflação abaixo da esperada – sinal de uma demanda ainda fraca.

Por Bruno Carbinatto, Camila Barros
9 mar 2023, 08h35

Bom dia!

O mau humor de Wall Street com um provável aumento de juros acima do previsto parece ter voltado, visto que os futuros por lá amanhecem no vermelho. Após dois dias de falas de Jerome Powell – as últimas antes da reunião do Fomc, no dia 22 de março –, as apostas agora majoritariamente falam em um aumento de meio ponto percentual nos juros, um salto que causa pânico nos mercados, que há não muito tempo esperava um aumento de apenas 0,25 p.p.

Dois indicadores são peças-chave na próxima decisão do Fed. O primeiro é o CPI, que mede a inflação ao consumidor, divulgado só semana que vem. O segundo é o payroll, relatório de empregos nos EUA que dá as caras amanhã. Ele já causa ansiedade nos mercados porque, nos últimos meses, tem mostrado uma economia forte e aquecida – e inflacionária.

Hoje temos um spoiler: o número de pedidos de seguro-desemprego, um dado semanal liberado por lá que investidores usam para medir a força do mercado de trabalho enquanto o payroll não sai. O dado é divulgado às 10h30.

Por aqui, com agenda esvaziada, o foco fica no encontro entre os ministros Haddad (Fazenda) e Tebet (Planejamento) para discutir o novo arcabouço fiscal, que vai substituir o teto de gastos. Ambos já adiantaram que ele está em fase final e pode ser apresentado ainda esse mês, mas o mercado aguarda detalhes.

A notícia do dia para a bolsa brasileira, porém, vem do outro lado do mundo. Enquanto o mundo todo ainda enfrenta a onda de inflação alta, na China o problema é outro: inflação baixa demais. O índice de preços ao consumidor chinês foi a 1% em fevereiro na China na comparação anual, bem abaixo do 1,9% previsto. Ante janeiro de 2023, a inflação caiu 0,5%. A meta de inflação do governo chinês é de 3% para este ano.

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Inflação (tão) baixa assim é mau sinal: demanda fraca, economia cambaleante. Isso numa economia gigantesca que já deu outros sinais de desaceleração na sua era pós-Covid. As bolsas na China e Hong Kong responderam em queda.

Uma China mais anêmica tem consequências bastante ruins para o Brasil, já que o país asiático é consumidor voraz de commodities que exportamos (petróleo, minério, celulose etc). Má notícia para o Ibovespa?

Bons negócios.

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humorômetro: o dia começou sem tendência definida
(Arte/VOCÊ S/A)

Futuros do S&P 500: -0,20%

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Futuros do Dow Jones: -0,01%

Futuros do Nasdaq: -0,52%

*às 8h24

market facts

Assaí corporation 

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O grupo francês Casino está estudando reduzir sua participação no Assaí, segundo comunicado do atacarejo divulgado na noite de terça. A ideia é que a operação seja realizada por meio de um follow-on e movimente por volta de US$ 600 milhões (uns R$ 3,1 bilhões). Há três meses, o Casino já havia vendido 25% de sua participação no Assaí por R$ 2,7 bilhões. 

Caso a nova operação vingue, o Assaí vai reduzir o número de cadeiras do Casino em seu conselho de administração. O mercado leu a proposta como positiva, já que aproxima o Assaí do título de corporação – ou seja, uma empresa sem controlador único. Analistas da XP, Morgan Stanley, Credit Suisse e Goldman Sachs mantiveram recomendações equivalentes à compra dos papéis. Ontem, as ações da companhia fecharam em alta de 1,63%, a R$ 18,04.

Agenda

10h30 – EUA divulgam número de novos pedidos de auxílio-desemprego

12h30 – Haddad e Tebet se encontram para discutir nova regra fiscal

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Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,40%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,54%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,30%

Bolsa de Paris (CAC): -0,31%

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*às 8h26

Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,35%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,63%

Hong Kong (Hang Seng): -0,63%

Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brent*: 0,12%, a US$ 82,76

Minério de ferro: 0,60%, negociado a US$ 131,70 por tonelada em Dalian (China)

*às 8h14

Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Fim do cafézinho em horário comercial

Quando as empresas decidiram voltar ao regime presencial, foi difícil convencer os funcionários de que ir ao escritório diariamente fazia algum sentido. Aí algumas companhias começaram a oferecer benefícios como cafézinho grátis, vale táxi, lavanderia na empresa e por aí vai. Servia como chamariz para que os trabalhadores quisessem ingressar e permanecer ali, em um cenário de mercado de trabalho aquecido nos EUA. Só que essas regalias estão chegando ao fim. Ao mesmo tempo que fazem layoffs de milhares de funcionários, as grandes empresas americanas estão cortando os custos do cafézinho. A Meta, por exemplo, cancelou o serviço de lavanderia grátis para funcionários pouco antes de demitir 11 mil. O WSJ conta essa história. 

A chegada do El Niño

Entre 2020 e 2022 rolou a La Niña, fenômeno meteorológico que esfria as águas da porção equatorial do oceano Pacífico. Agora, chegou a vez de sua antítese: o El Niño, que aquece a mesma região. A última vez que a versão masculina do fenômeno deu as caras foi entre 2015 e 2016. Sob influência do El Niño (e impulsionado pelas mudanças climáticas), 2016 foi o mais quente da história, segundo a OMM. Nesta reportagem, a BBC explica quais podem ser as consequências dele para o Brasil em 2023. 

Temporada de balanços

Depois do fechamento: Arezzo, CBA, JHSF, Magazine Luiza, Tenda e Via

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