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Ibovespa se afasta de mau humor global e sobe 1,24%

As ações dos bancos ajudaram a bolsa brasileira a ignorar a instabilidade de Wall Street e das commodities.

Por Juliana Américo
12 Maio 2022, 17h26

A inflação americana baqueou o mercado financeiro. O pregão desta quinta-feira foi marcado pela instabilidade, enquanto os investidores ainda tentavam digerir o salto de 8,3% no CPI de abril – ainda entre as mais altas dos últimos 40 anos. O Ibovespa precisou se apoiar no mercado interno para conseguir ficar longe da montanha-russa de Wall Street. 

A bolsa brasileira conseguiu subir 1,24%, aos 105.687 pontos. O bote salva-vidas da vez foi o setor bancário. As ações do Banco do Brasil subiram 2,54% após registrar lucro recorde de R$ 6,6 bilhões no 1º trimestre de 2022. Isso representa uma alta de 34,6% sobre o mesmo período do ano passado. Além disso, a taxa de inadimplência caiu de 1,95% para 1,89%. 

O resultado surpreendeu positivamente e acabou puxando os papéis dos outros bancos: Itaú subiu 1,78% e seguido por Bradesco (0,79%). Santander foi a exceção, com queda de 0,64%. 

Hoje, as commodities não ajudaram. O setor de siderurgia e mineração pesou na bolsa depois do tombo de mais de 4% no minério de ferro. A CSN liderou as perdas com queda de 5,64%. 

A Petrobras também teve um pregão volátil (0,21%). O preço do petróleo passou o dia instável com o temor da recessão e incertezas sobre a oferta e demanda da commodity. Além dos lockdowns na China para controle do surto de covid, as atenções estão voltadas para a União Europeia que ainda avalia o embargo ao petróleo russo – o que levaria a produção russa ao menor patamar em 18 anos, de  9,6 milhões de barris diários. No início da guerra, a produção diária russa girava em torno dos 11 milhões de barris. A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) também cortou sua previsão de demanda mundial para este ano de 3,7 milhões de barris por dia para 3,4 milhões. 

Mas não é só o preço do petróleo que mexeu com a Petro. O novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, nem assumiu direito o novo cargo e já fala em privatização – uma jogada para tirar o foco do aumento do preço dos combustíveis da campanha eleitoral de Bolsonaro. 

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Em seu primeiro pronunciamento, Sachsida disse que pediu estudos sobre a privatização da empresa e também da Pré-Sal Petróleo SA. Ele tem uma reunião marcada com o presidente da Petro, José Mauro Coelho, para as 19h. 

Wall Street

Nos EUA, o clima de tensão dominou: por mais que a inflação tenha desacelerado no mês passado, ela veio acima do esperado e o mercado não consegue definir se ela atingiu um pico. A preocupação é de que o enxugamento de dinheiro da economia pelo Federal Reserve, já considerado agressivo, não seja o bastante para conter a escalada de preços.

Nem o índice de preços ao produtor (PPI, o IGP-M americano), divulgado hoje, conseguiu reverter o humor do mercado. Os dados vieram em linha com as projeções: subiu 0,5% em abril ante março; já o núcleo, que exclui itens voláteis como energia e alimentos, avançou 0,6%. No período de 12 meses, o PPI teve um salto de 11%, o que indica uma desaceleração quando comparado com a alta anual de 11,5% de março. 

Depois de muito tentar, a Nasdaq virou nos 45 do segundo tempo. Subiu um simbólico 0,06%, depois de afundar 1,5% ao longo do dia. Já o S&P 500 ficou no negativo mesmo, com queda de 0,12%, aos 3.930 pontos. Resta saber qual será o humor no último pregão da semana. 

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Maiores altas

Cogna (COGN3): 10,08%

Qualicorp (QUAL3): 9,82%

Meliuz (CASH3): 8,48%

Magalu (MGLU3): 6,62%

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Inter (BIDI11): 5,91%

Maiores baixas

Minerva (BEEF3): -8,30%

CSN (CSNA3): -5,64%

CSN Mineração (CMIN3): -3,23%

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Totvs (TOTS3): -2,05%

Usiminas (USIM5): -1,83%

Ibovespa: 1,24%, a 105.687 pontos

Em NY:

S&P 500: -0,12%, a 3.930 pontos

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Nasdaq: 0,06%, a 11.370 pontos

Dow Jones: -0,33%, a 31.730 pontos

Dólar: -0,08%, a R$ 5,1405

Petróleo

Brent: -0,06%, a US$ 107,45 

WTI: 0,39%, a US$ 106,13

Minério de ferro: -4,73%, US$ 126,83 no porto de Qingdao (China)

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