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Ibovespa emenda 3ª queda seguida: -0,94%. Possibilidade de fusão leva RECV3 e RRRP3 às maiores altas do dia.

Operação conjunta de PetroRecôncavo e 3R criaria sinergias bilionárias. Na Nasdaq, TSMC vive dia de Nvidia: alta de 9.8%, dando ao índice máxima histórica.

Por Sofia Kercher
Atualizado em 18 jan 2024, 19h07 - Publicado em 18 jan 2024, 19h01
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 (Cristielle Luise/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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O dia de hoje teve de tudo — menos consenso. O Ibovespa fechou em queda de 0,94%, aos 127.315 pontos, enquanto as bolsas americanas ficaram no azul (com destaque para a Nasdaq, que atingiu máxima histórica). O dólar não foi para lado nenhum: fechou estável (0,02%), a R$ 4,93.

Os resultados da fabricante de chips TSMC (que explicaremos melhor em instantes) deu um aceno otimista ao setor de Inteligência Artificial, o que garantiu a alta dos papéis das empresas gringas de tecnologia. A Nasdaq, composta prioritariamente por essas ações, subiu 1,35%. O S&P 500, 0,88%. 

E isso num dia de notícias negativas lá fora. O Departamento de Trabalho dos EUA divulgou os pedidos de auxílio desemprego da segunda semana de janeiro. Eles diminuíram para 187 mil — o menor número desde setembro de 2022. O problema: para que o Fed comece a cortar os juros, ele precisa receber sinais de que a economia e o mercado de trabalho americano estão esfriando (não foi o caso hoje). 

Falando em Fed, investidores também acompanharam dois pronunciamentos do dirigente Raphael Bostic. O mercado não costuma se preocupar *tanto* com os comentários mais agressivos dele (sua postura hawkish é mais regra do que exceção). Mas Bostic afirmou que, do jeito que as coisas estão, não espera que os cortes nos juros comecem a acontecer antes do 3º trimestre de 2024 (a expectativa é de que eles começassem em março). 

Se as empresas de tecnologia garantiram a alta nos EUA mesmo assim, não foi o que rolou no Brasil. A falta de notícias positivas estendeu a corrida de realização de lucros deste início de ano, e fomos para a terceira baixa seguida. Desde o pregão de terça, o índice acumula queda de 3,19%.   

No mais, informações sobre uma possível fusão entre PetroReconcavo (RECV3) e 3R Petroleum (RRRP3) levaram os papéis das empresas às maiores altas da bolsa. 

RECV3 e RRRP3

PetroReconcavo subiu 11,70%. 3R, 7,62%, respectivamente. Cortesia de uma sugestão de fusão entre as duas.

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A informação foi dada na noite de quarta-feira (17), em fato relevante da 3R. Em resumo, a empresa sueca Maha Energy comunicou que havia adquirido cerca de 5% do capital da empresa. E, logo depois de se tornar uma sócia relevante, também propôs a união dos ativos onshore com a PetroReconcavo, ou seja, os campos de petróleo em solo. Nessa proposta, os ativos offshore (as plataformas marítimas) e outras operações da 3R, incluindo de refino, continuariam exclusivamente com ela.

Quando duas empresas (especialmente as que fornecem o mesmo produto ou serviço) se unem, uma série de custos são eliminados no processo. As estruturas administrativas, antes duplicadas, viram uma só. Idem para a estrutura de logística, equipamentos, frotas. Com uma só empresa contratando esses serviços em volumes maiores, fica mais barato.

No caso de RRRP3 e RECV3, isso faz ainda mais sentido já que as empresas têm operações vizinhas na Bahia e no Rio Grande do Norte, que antes funcionavam como uma só, administrada pela Petrobras – e que, se voltarem a se unir, podem reduzir custos duplicados relevantes. Segundo os cálculos da própria Maha em sua carta aberta, a economia seria de US$ 1,1 bilhão. O mercado vibrou. 

Esse pode ser um passo importante para consolidar as chamadas Junior Oils (veja um raio-x delas aqui). Seja como for, uma eventual fusão só aconteceria após a aprovação das duas empresas envolvidas. Até agora, a Petroreconcavo se pronunciou dizendo que não recebeu nenhuma proposta sobre a combinação dos dois negócios. Mas é isso: a mera possibilidade serviu para animar os papéis. 

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Agora, o caso que movimentou NY.

TMSC

A TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company) é a maior produtora de chips do mundo – fornecedora da Apple, da Nvidia, da AMD… Hoje, ela divulgou resultados do 4º trimestre de 2023. Seu lucro líquido subiu 13% na comparação com o 3º trimestre e caiu 19% na comparação anual — a US$ 7,56 bilhões. O número veio acima da expectativa de analistas (US$ 7,22 bi). A receita, por sua vez, se manteve estável (US$ 19,8 bilhões), em linha com o esperado.

Além da demanda mais fraca por smartphones e veículos elétricos, a queda no lucro na comparação anual também são explicadas pela alta demanda dos chips de 3 nanômetros. Eles foram responsáveis por 15% das vendas da companhia no período, um crescimento de 9% ante o 4T22. 

Acontece que esses chips só começaram a ser produzidos pela empresa em janeiro de 2023. Portanto, é natural que as despesas e custos com a produção sejam mais elevadas em um primeiro momento — e impactem nos resultados da companhia. 

Ok, mas isso não explica a alta dos papéis. O que empolgou investidores foram as previsões de resultados para 2024: a estimativa é que a receita da TSMC cresça na faixa de 15% a 20%. Segundo a companhia, o aumento é cortesia da explosão do interesse por Inteligência Artificial mundo afora

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Interesse que não é novo, claro. No ano passado, as bolsas norte-americanas viveram uma verdadeira euforia de IA, protagonizada pela própria Nvidia (cujos papéis subiram estrondosos 240%). As ações da Apple subiram quase 50%.

As estimativas otimistas renderam aos papéis da TMSC uma alta de 9,79% em Nova York. E o aceno ao setor de IA fez com que as principais empresas tech  — Apple (3,26%), Meta (2,11%), Alphabet (1,47%), Amazon (1,18%), Microsoft (1,13%) e Nvidia (1,18%) — também fechassem em alta, rendendo à Nasdaq sua máxima histórica: 15.055 pontos.

Até amanhã 😉

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MAIORES ALTAS

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PetroReconcavo (RECV3): 11,70%

3R Petroleum (RRRP3): 7,62%

Usiminas (USIM5): 2,77%

Petz (PETZ3): 2,56%

CSN (CSNA3): 2,28%

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MAIORES BAIXAS

Hapvida (HAPV3): -6,98%

Magazine Luiza (MGLU3): -6,98%

Vamos (VAMO3): -6,47%

Pão de Açucar (PCAR3): -4,80

Locaweb (LWSA3): 4,23%

Ibovespa: 0,94%, a 127.315,74 pontos

Em Nova York

S&P 500: 0,88%%, aos 4.780 pontos

Nasdaq: 1,35%, aos 15.055 pontos

Dow Jones: 0,54%, aos 37.468 pontos

Dólar: 0,02%, a R$ 4,9311

Petróleo

Brent: 1,56%, a US$ 79,10

WTI: 2,02%, a US$ 73,95

Minério de ferro: 2,48%, cotado a US$ 128,9 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

 

 

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