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É Natal no Ibov: índice sai para o feriado com ganho de 1%

Investidores ignoraram noticiário negativo e decidiram confiar nas surpresas do Papai Noel.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 23 dez 2020, 19h41 - Publicado em 23 dez 2020, 19h37

Quarta-feira, antevéspera de Natal, dia que o governo Doria marcou para anunciar o grau de eficácia da Coronavac. O anúncio foi adiado, disseram que passa pelo crivo da Anvisa, mas o percentual de imunização ficou para depois. 

Aí nessa mesma quarta, último dia da semana que dá para comprar e vender ações na bolsa brasileira, o presidente americano, Donald Trump, faz o quê? Toca o louco e reclama do pacote de socorro econômico aprovado pelo Congresso e ainda arrisca colocar os Estados Unidos em shutdown a partir de 28 de dezembro.

Tudo pro mercado cair, né? Bem, seria… se esse fosse um dia normal.

O Ibovespa fechou em alta de 1%, a 117.806 pontos. Em Nova York, S&P 500 e Dow Jones também avançaram, 0,07% e 0,38%, respectivamente. 

A explicação é mais ou menos simples. Nessa época do ano, o volume de negócios cai drasticamente. Aqui na B3, hoje os negócios mal bateram os R$ 20 bilhões — na média diária do ano, giravam R$ 30 bilhões por dia.

É que ninguém mais quer ficar na frente do computador olhando gráfico de ações subindo e caindo. Melhor mesmo ir cuidar dos presentes e da ceia (apesar da segunda onda do coronavírus).

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Quem fica, não tá lá para alimentar pessimismo, né? É Natal, afinal. Isso ajuda a explicar porque, tradicionalmente, os mercados sobem no final do ano (e nos primeiros meses depois da virada). Não há lei que explique, apenas o bom humor do investidor.

Claro, dá para justificar a alta brasileira com alguns fundamentos da economia e das companhias, mas num dia de mais negócios, nada disso seria considerado como realmente um motivo para alta.

Entre as notícias do campo econômico, está o emprego formal. O país abriu 227.025 vagas de trabalho com carteira assinada neste ano de pandemia. Ou seja, já recuperamos as perdas e empregamos mais pessoas.

Por outro lado, o desemprego nunca foi tão alto. É que os trabalhadores informais que haviam se isolado durante a pandemia, graças ao auxílio emergencial, voltaram a buscar trabalho. E não encontraram. Aí o desemprego aumenta, o que já é esperado pelo mercado.

Do lado das empresas, a PetroRio liderou os ganhos, com uma bonita alta de quase 10%. A companhia anunciou na terça ter levantado financiamento para investimentos e tem realizado outros. Contou com uma ajudinha do petróleo, que subiu 2% hoje. A PetroRio está na lista das empresas que mais se valorizaram no ano e você pode ler um pouco mais sobre ela aqui.

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Também tiveram altas expressivas Azul, Gol e Embraer, mas sem que uma notícia além do otimismo estivesse no radar. Inclusive, do ponto de vista prático, o noticiário para elas foi bem negativo.

Essas companhias ainda dependem da vacina para a retomada pela. E, bem, a coisa anda bastante arrastada neste nosso vasto Brasil. O dólar subiu e voltou a encostar em R$ 5,20, outro péssimo negócio já que essas empresas têm muita despesa em dólar, mas receita em real. O mesmo vale para o petróleo em alta, que pode ser lido como “alerta: aumento de custos”.

Portanto, puro desejo que o Papai Noel traga a vacina e mais viagens em 2021. A gente também sonha com isso, querido leitor. Feliz Natal! O Fechamento de Mercado volta na segunda-feira para a derradeira semana de 2020. 

Maiores altas

PetroRio +10,81%

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Azul +6,89%

Gol +5,32%

Usiminas +4,65%

Embraer +4,14%

Maiores quedas

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Minerva -2,54%

Suzano -2,27%

Klabin -1,94%

Marfrig -1,67%

Raia Drogasil -1,69%

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Petróleo

WTI: +2,23%, a US$ 48,07

Brent: +2,12, a US$ 51,14

Dólar

+0,73%, a R$ 5,1998

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