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Commodities e alívio pós-Copom fazem Ibovespa subir, na contramão de Wall Street

Bancos centrais mundo afora seguem Fed e sobem juros, derrubando bolsas – com exceção do Ibov, que está em seu maior patamar desde abril.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 16 dez 2024, 16h03 - Publicado em 22 set 2022, 18h09
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Foi como um conto de dois bancos: enquanto o Fed novamente amargou o clima em NY ontem anunciando que o ciclo de altas na taxa de juros americano vai durar bem mais que o esperado, o banco central brasileiro fez o exato contrário – anunciou que a Selic por aqui fica em 13,75% ao ano.

Nenhuma das notícias fugiu do esperado dos investidores, é verdade, mas mesmo assim ditaram o tom do humor nas bolsas hoje: os índices acionários americanos tiveram mais um fechamento no vermelho (veja no fim do texto), enquanto o Ibovespa fez a festa e subiu 1,91%, reconquistando os 114 mil pontos – maior patamar para o índice desde abril deste ano.

Não é à toa: nesse conto, o Brasil é a exceção. Por aqui, os juros vêm subindo desde março de 2021, um movimento pioneiro no mundo. Enquanto outros BCs diziam ver uma inflação “transitória”, o Copom se apressou para começar a trajetória de altas que colocariam o Brasil no topo do ranking das maiores taxas de juros reais entre as principais economias do mundo.

No resto do mundo, a saga é mais recente – a onda de inflação que assola o mundo obrigou vários bancos centrais a admitirem que o aumento dos preços não seria transitório e subirem as taxas de supetão. 

O Fed, é claro, é o mais relevante deles, mas não está sozinho nessa jornada: o Banco da Inglaterra, por exemplo, subiu o juros em 0,5 ponto percentual nesta quinta-feira, colocando a taxa em 2,25%. Dos nove votantes no comitê, três queriam um movimento ainda mais agressivo, de 0,75 ponto percentual (só um votou por um aumento mais suave, de 0,25 p.p.). Por lá, a inflação está em 9,9%.

Também foi notória a decisão do banco central da Suíça, que elevou a taxa em 0,75 ponto percentual, tirando-a do campo negativo e colocando-a em 0,5%. É a primeira vez que a taxa fica acima dos 0% desde 2014. A inflação anual suíça ficou em 3,5% em agosto, um número de causar inveja para boa parte do mundo, é claro, mas ainda acima da meta do banco central de 2%.

Noruega, Indonésia, Vietnã, Filipinas e Suécia são alguns outros países cujos bancos centrais anunciaram aumentos nos juros nesta semana. O Banco Central Europeu, por sua vez, já anunciou que também fará o mesmo na próxima reunião. As bolsas por lá amargaram no vermelho no pregão desta quinta – o Euro Stoxx 600 caiu 1,83%.

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Moral da história: a decisão do Copom de parar com os aumentos enquanto o mundo todo vai na direção contrária dá um alívio para a bolsa brasileira, que surfa no otimismo para se descolar de Wall Street. O alívio vem também do fato de que alguns mais pessimistas esperavam um novo aumento, de 0,25 p.p., na taxa – possibilidade que já havia sido sinalizada pelo próprio BC antes, e que de fato foi o voto de dois dos nove membros do Copom. 

Não que o comunicado do Copom tenha sido um mar de rosas, é claro. Pelo contrário: o comitê adotou uma linguagem especialmente dura, não descartando novos aumentos caso a inflação volte a assustar e ressaltando que a taxa vai continuar alta por um bom tempo. Mas o discurso não assustou o mercado, que decidiu focar no copo meio cheio (o fim do ciclo) e foi às compras.

Commodities

Petróleo e minério de ferro também ajudaram o índice na forte alta desta quinta-feira. A despeito dos temores de uma recessão global, o preço de ambos subiu hoje, levando consigo as ações da Vale e da Petrobras.

O petróleo tipo Brent teve alta de 0,70%, a US$ 90,46 por barril. Já o minério saltou 3,24% em Dalian (China).

Nisso, PETR3 subiu 2,05% e PETR4, 2,47%. VALE3, por sua vez, fechou em alta de 2,23%.

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No topo do ranking do dia, porém, ficaram as empresas de educação, YDUQS e Cogna, que seguem sua trajetória de forte alta iniciada na segunda-feira.

Até amanhã.

Maiores altas

Cogna (COGN3): 8,76%

YDUQS (YDUQ3): 5,80%

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SLC Agrícola (SLCE3): 5,72%

Grupa Soma (SOMA3): 5,06%

Qualicorp (QUAL3): 5,03%

Maiores baixas

IRB Brasil (IRBR3): -5,79%

Magazine Luiza (MGLU3): -3,16%

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CVC (CVCB3): -2,79%

Méliuz (CASH3): -1,61%

Americanas (AMER3): -1,54%

Ibovespa: 1,91%, aos 114.070 pontos 

Em Nova York

S&P 500: -0,85%, aos 3.757 pontos

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Nasdaq: -1,37%, aos 11.066 pontos

Dow Jones: -0,36%, aos 30.076 pontos

Dólar: -1,13%, a R$ 5,1143

Petróleo

Brent: 0,70%, a US$ 90,46

WTI: 0,66%, a US$ 83,49 

Minério de ferro: 3,24%, cotado a US$ 101,4 por tonelada em Dalian (China)

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