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Ibovespa dispara 2,33%; YDUQ3 e COGN3 vão à estratosfera com tweet de Lula

O minério também teve um dia de princesa com a promessa de menos lockdowns e mais atividade econômica na China. NY sobe, mas fobia do Fomc permanece. 

Por Bruno Vaiano
Atualizado em 19 set 2022, 17h39 - Publicado em 19 set 2022, 17h38
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Para trás, nem para pegar impulso: o Ibovespa abriu o dia num vermelhinho humilde e então engatou uma alta-foguete de 2,33%, tomado por um otimismo generalizado e bem-distribuído: das 92 ações do índice, 82 fecharam o dia no verde. 

As protagonistas de hoje foram as empresas focadas em ensino superior: Cogna (COGN3, dona de Pitágoras, Unic, Unopar etc.) e Yduqs (YDUQ3, dona da Estácio de Sá) subiram respectivamente 10,16% e 14,01% – sim, dois gordos dígitos cada uma. Motivo: Lula anunciou, no Twitter, o desejo de dar um gás no Prouni e no Fies caso seja eleito:

O Prouni – sigla de Programa Universidade para Todos – foi criado em 2005, durante a primeira gestão petista, e dá bolsas de estudo integrais ou parciais (50%) para cursos de graduação em instituições privadas. As integrais são reservadas a pessoas de famílias com renda familiar mensal per capita inferior a R$ 1.818 (1,5 salário mínimo). As parciais valem para a janela entre 1,5 e 3 salários mínimos. Os candidatos às bolsas são selecionados pela nota do Enem. 

O Fies, por sua vez, nasceu em 1999 sob governo FHC e tem o objetivo de financiar o pagamento da graduação com condições generosas (em 2018, instituiu-se juro zero para 100 mil estudantes com renda de até três salários mínimos). O Fies sofreu um corte de orçamento de 16% na virada de 2015 para 2016 – e não recuperou os valores de seu auge desde então. 

Ao contrário do que o tweet de Lula dá a entender, nem a gestão Temer nem a gestão Bolsonaro acabaram com o Prouni e o Fies. Bolsonaro modificou o Prouni para abarcar alunos pagantes de escolas privadas – originalmente, só vestibulandos oriundos de escolas públicas ou bolsistas de escolas privadas podiam participar –, e introduziu algumas outras alterações menores

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A alta espetacular de hoje na educação é a cereja no bolo de uma sequência de pregões em geral positivos para o setor. E ela tem outra razão. O MEC proibiu temporariamente, na quinta passada (15), a criação de novos cursos de graduação à distância em quatro áreas: Direito, Psicologia, Odontologia e Enfermagem (o motivo é a qualidade, em geral sofrível, dos currículos, o que gerou pressão por parte de entidades como a OAB). Isso tira instituições menores e precárias de campo e abre espaço para as gigantes do setor privado absorverem a demanda por ensino superior entre as classes C e D. 

Minério e varejo

O trem azul do minério correu feliz pelas Gerais. O motivo, como sempre, está a 11 fusos horários de distância: a China começou a relaxar gradualmente as medidas de contenção contra a covid-19 em Chengdu. Trata-se de uma região metropolitana de 20 milhões de habitantes no centro do país (com população equivalente à da Grande São Paulo). E ela se tornou símbolo da desaceleração econômica imposta pelo vírus. Com a perspectiva de reaquecimento na China, a demanda por aço para o mercado imobiliário aumenta. E a Vale (VALE3) enche a barriga: alta de 3,24%. A Gerdau emplacou suas duas ações no top 5 de altas do pregão (GGBR4, 5,74%; GOAU4, 5,78%)

As empresas do varejo, por sua vez, também sobem – ainda que com mais cautela – na expectativa de que o Copom, na quarta, mantenha a Selic nos atuais 13,75%, pondo fim ao ciclo de alta nos juros. A cúpula do BC já avisou semana passada, porém, que não descarta um arredondamento para 14% na reunião que termina no dia 21. Seja como for, Americanas (AMER3) cravou 5,51%.

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Enquanto isso, na batcaverna

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Em Nova York, também foi um dia de altas, ainda que mais leves. S&P 500, 0,69%; Nasdaq 0,76%. É um respiro bem-vindo: o mercado americano desabou (e desde então, resmunga pelos cantos) após divulgação do CPI de agosto – um dos principais índices de inflação deles –, que, você sabe, veio mais alto que o esperado. Na quarta (21), o Fed também anuncia a nova taxa básica de juros americana. O receio é que ela possa alcançar até 1 ponto percentual (contra a expectativa pré-CPI de 0,75 pp).

A Super Quarta vem forte – aperte os cintos, Faria Lima. 

Até amanhã!

 

Maiores altas

Yduqs (YDUQ3): 14,01%
Cogna (COGN3): 10,16%
B3 (B3SA3): 7,11%
Metalúrgica Gerdau (GOAU4): 5,78%
Gerdau (GGBR4): 5,74% 

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Maiores baixas

Positivo (POSI3): -1,59%
Cielo (CIEL3): -1,12%
Marfrig (MRFG3): -0,81%
Méliuz (CASH3): -0,81%
Banco Pan (BPAN4): -0,67%

 

Ibovespa:  2,33%, a 111.823 pontos


Em NY:

S&P 500: 0,69%, a 3.899 pontos

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Nasdaq: 0,76%, a 11.535 pontos

Dow Jones: 0,64%, a 31.019 pontos

Dólar: – 1,79%, a R$ 5,16

 

Petróleo

Brent: 0,71%, a US$ 92,00 o barril

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WTI: 0,71%, a US$ 85,36 o barril


Minério de ferro:
-1,40%, a US$ 100,50 a tonelada, na bolsa de Dalian

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