Bigger techs: Apple chega aos US$ 3 trilhões e Tesla sobe 13,5%
Ano começa com alta em Nova York, puxada pelas ações de tecnologia. Mas Ibovespa, para variar, não acompanha: queda de 0,86%.
Ano novo, vida nova? Não para o mercado financeiro, aparentemente. As bolsas de valores começaram 2022 da mesma forma que terminaram em 2021: Nova York em alta, Ibovespa em baixa. Mas não é como se o ano começasse sem novidades. Pela primeira vez na história, uma empresa ultrapassou a incrível marca de US$ 3 trilhões em valor de mercado.
A Apple atingiu o patamar no meio da tarde desta segunda-feira, quando suas ações subiram mais de 3% e chegaram a valer US$ 182,88 – o valor necessário para bater o recorde trilionário era de US$ 182,86. Depois, reduziu os ganhos, fechando o dia com alta de 2,50%, a US$ 182,01, portanto abaixo dos US$ 3 trilhões.
O número por si só já é impressionante, mas a velocidade com que ele foi atingido é ainda mais. Em 2018, a produtora de iPhones se tornou a primeira companhia do mundo a ultrapassar o US$ 1 trilhão em valor de mercado; o segundo trilhão veio em 2020. O terceiro precisou de só mais 16 meses.
Desde que Steve Jobs anunciou o lançamento do primeiro iPhone, lá em 2007, os papéis da empresa já valorizaram 5.800%. Nesse mesmo período, o S&P 500 saltou “só” 240%.
São números que parecem impensáveis há alguns anos, e que demonstram o tamanho do poder que as big techs têm no mercado hoje em dia. A segunda colocada no ranking, aliás, é a Microsoft, com valor de mercado de US$ 2,5 trilhões – a previsão do mercado é que a empresa também cruze o marco dos três trilhões neste ano.
O recorde da empresa da maçã veio num dia favorável para as ações de tecnologia lá em Nova York. Não que seja novidade: 2021 foi um ano que acumulou fortes altas para o setor. A Apple subiu 34%, a Microsoft 50%, a Alphabet (do Google) 65% e a Nvidia, impressionantes 125%.
Tanto que o seleto grupo de empresas que valem mais de US$ 1 trilhão hoje é formado quase exclusivamente por techs: a única exceção é a Saudi Aramco, petroleira estatal da Arábia Saudita, que vale hoje quase US$ 1,9 tri (o país é o segundo maior produtor do líquido viscoso do mundo, então faz sentido).
Além da Apple e da Microsoft, as outras trilionárias são: Alphabet, Amazon e a outra protagonista do dia, a Tesla. (O Facebook – agora Meta – também já pertenceu ao grupo, mas agora ronda os US$ 950 bilhões).
Tesla liderando
A empresa de Elon Musk teve alta de 13,53% em suas ações nessa segunda-feira, liderando com folga o ranking do S&P 500. O motivo: ontem a produtora de carros elétricos revelou que entregou 308.600 veículos no mundo no quarto trimestre de 2021 – um resultado recorde para a empresa, e que superou as expectativas. Analistas ouvidos pela Bloomberg previam cerca de 263.000 para o período.
Com isso, a Tesla fechou o ano com 936.000 carros elétricos vendidos, 87% a mais que o registrado em 2020.
Os números deram uma turbinada nas ações, que já vivem um rali há anos (e fizeram de Musk a pessoa mais rica do mundo). Afinal, o futuro dos veículos é inevitavelmente elétrico – o petróleo terá que ser aposentado para salvar o mundo da catástrofe ambiental. E não só a Tesla lidera esse mercado como suas vendas mostram que a transição está acontecendo mais rápido do que o esperado. Aí, claro, os investidores vão correndo para garantir que não ficarão de fora.
Surfando na alta das techs, os índices americanos fecharam o primeiro pregão no azul, após um 2021 de fortes altas. O S&P 500, inclusive, renovou seu recorde de fechamento de novo – no ano passado, isso aconteceu 70 vezes.
Investidores fecharam os olhos para o risco da Ômicron, que continua cancelando voos por todo o país (só hoje foram 2.600 por lá, e mais de quatro mil no mundo), e adiaram as preocupações com a ata do Fed, que sai nesta quarta-feira e pode sinalizar um aumento dos juros já para março.
Ibovespa
Por aqui, o forte não é tecnologia, você sabe. E nem o otimismo americano conseguiu segurar o Ibovespa, que fechou em queda de 0,86%, com baixa liquidez – o volume financeiro foi de R$ 24,2 bilhões, enquanto a média diária de 2021 rondou os R$ 34 bilhões. O dólar, por sua vez, subiu mais de 1,5%.
As commodities até subiram nesta segunda-feira – o minério de ferro valorizou 1,25% na China, e o petróleo subiu 1,54% na véspera da reunião da Opep+, o que colocou a Petrobras entre as maiores altas do dia. Mas não foi suficiente para espantar o mau humor.
Não que tenha tido um motivo único no noticiário; o azedume segue o combo de juros em alta, inflação também, e economia fraca. Mais: finalmente entramos no ano eleitoral, que deve levar a incerteza e o risco de populismo com as contas públicas lá no alto. Desse jeito, não tem techs que salvem o Brasil.
Até amanhã.
Maiores altas
CSN Mineração (CMIN3): 4,60%
BRF (BRFS3): 3,11%
Itaú (ITUB4): 2,77%
Petrobras ON (PETR3): 2,67%
Bradesco (BBDC4): 2,54%
Maiores baixas
Cyrela (CYRE3): -7,98%
Alpargatas (ALPA4): −6,94%
Magazine Luiza (MGLU3): -6,93%
Multiplan (MULT3): -6,78%
JHSF (JHSF3): -6,63%
Ibovespa: -0,86%, aos 103.921 pontos
Em Nova York
Dow Jones: 0,68%, aos 36.585 pontos
S&P 500: 0,64%, ao 4.796 pontos
Nasdaq: 1,20%, ao 15.832 pontos
Dólar: 1,56%, a R$ 5,6627
Petróleo
Brent: 1,54%, a US$ 78,98
WTI: 1,16%, a US$ 76,08
Minério de ferro: 1,25%, cotado a US$ 122,26 no porto de Qingdao (China)
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