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Balanço mostra que BTG Pactual aguentou o tranco de AMER3, e bancões sobem

BPAC11 segue os passos do Itaú, que também tinha subido forte ao mostrar resiliência diante do caso Americanas. Varejo, exterior e possível adiamento da decisão sobre a meta de inflação para abril deram uma mãozinha – e o Ibovespa fechou em alta de 0,70%.

Por Bruno Vaiano
Atualizado em 21 out 2024, 10h40 - Publicado em 13 fev 2023, 18h42
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images e Divulgação/VOCÊ S/A)
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Com R$ 3,5 bilhões em jogo, o BTG Pactual é “só” o quarto maior credor da Americanas. Mas, sem dúvida, é o mais pistola. 

Quando o escândalo estourou, em janeiro – e a Justiça protegeu temporariamente a varejista, até que ela desse início ao processo de recuperação judicial – um juiz carioca proibiu o banco de André Esteves de bloquear a conta da Americanas (na época, com R$ 1,2 bilhão depositados). 

Os advogados apelaram com palavras de amor ao trio do 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira: “Os três homens mais ricos do Brasil (…) são pegos com a mão no caixa daquela que, desde 1982, é uma das principais companhias do trio. [A decisão] absolve liminarmente os acionistas controladores – (…) com patrimônio conjunto avaliado em mais de R$ 180 bilhões –, livrando-os de pagar a conta de sua própria pirotecnia e colocando todo o fardo da sua lambança contábil nos ombros dos credores.”

Agora, o BTG mostrou que o contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença – e entregou um balanço exemplar de suas atividades entre outubro e dezembro do ano passado. Mesmo descontando R$ 1,1 bilhão da grana devida pela Americanas, devidamente provisionada para um eventual calote, eles lucraram R$ 1,7 bilhão no 4T22, uma alta de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. 

Embora o escândalo só tenha estourado em janeiro, o BTG e todos os outros credores precisaram considerar esse rombo retroativamente em seus balanços, pois a dívida já existia ano passado – só estava oculta. Entenda melhor neste texto.) 

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As ações BPAC11 fecharam em alta de 2,45%. Inspirados pelo BTG, os papéis do Itaú subiram 3,52% de carona e voltaram ao patamar de R$ 26 que haviam alcançado quarta passada (8) – quando o balanço do 4T22 revelou uma situação parecida: o maior banco privado do país segurou bem o tranco do escândalo.  Bradesco, Santander e Banco do Brasil surfaram essa mesma onda e fecharam todos no verde, ainda que com altas mais humildes. 

O varejo também teve um dia de spa no pregão de hoje: Via, Magalu, Arezzo e Alpargatas fecharam em alta. No caso específico da Arezzo, o responsável foi o Goldman Sachs, que recomenda a compra e previu uma alta nas vendas de calçados e outros acessórios em 2023. Já a alta da Magalu tem dedo dela mesma: AMER3. O raciocínio dos investidores é que Luiza Trajano vai herdar uma boa fatia do mercado deixado para trás pela quase-falecida. Como um manipulador de marionetes, a Americanas continua a ditar os rumos do Ibovespa mesmo sem fazer mais parte do índice.

Resultado: alta de 0,70% no índice da B3, com Petrobras e Vale – as duas âncoras do índice – operando próximas à estabilidade e segurando um pouco os ganhos. 

O exterior também forneceu uma injeção de ânimo: os índices de Wall Street abriram no verde e ficaram por ali. Uma das razões foi o Survey of Consumer Expectations (“levantamento das expectativas do consumidor”), uma pesquisa mensal de opinião pública organizada pela sucursal do Fed em Nova York. 

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O documento mostrou que, aos olhos da população americana, a alta generalizada nos preços (e, consequentemente, nos salários) pode estar chegando ao fim. A maior parte das expectativas de inflação e renda se estabilizou em vez de subir. Esse seria um sintoma de que os saltos consecutivos na taxa básica de juros americana ao longo de 2022 estão esfriando a economia e surtindo seu efeito terapêutico contra a inflação. 

Amanhã (14), o Escritório de Estatísticas do Trabalho (BLS, na sigla em inglês) vai revelar o CPI de janeiro – indicador equivalente ao nosso IPCA. Na quarta, virá outro dado: as vendas do varejo. Ambos serão pivotais para os rumos da renda variável em fevereiro. Se a inflação e o consumo ainda estiverem fortes, os índices vão cair por lá, pois desse jeito o Fed continuará forçando a barra dos juros. Mas o clima é de otimismo. Semana passada, Jerome Powell (o Roberto Campos Neto deles) falou em desaceleração dos preços. E os investidores passaram a ter alguma esperança de que a “Selic” dos EUA não passará de 5% neste ano. 

Em tempo: Brasília deu seu quinhão de contribuição ao resultado positivo do dia com a expectativa de que uma nova meta de inflação – caso role – virá só em abril, depois do anúncio do novo arcabouço fiscal (que você pode entender melhor aqui). 

O stress com a meta pode até não ter sumido da agenda, mas a perspectiva de adiar a decisão para um futuro eventualmente menos fervilhante que o presente já ajuda. Nada como deixar um problema para depois… 

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Nota: a entrevista de Roberto Campos Neto ao Roda Viva, na TV Cultura, será transmitida hoje às 22h. E o que ele disser lá provavelmente afetará os humores do mercado amanhã.   

Aperte os cintos e até terça, quando voltamos com os dados americanos.  

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Maiores altas

BRF (BRFS3): 7,94%
Via (VIIA3): 5,85%
Soma (SOMA3): 4,18%
Bradesco (BBDC4): 3,55%
Itaú (ITUB4): 3,53%

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Maiores baixas

Azul (AZUL4): -4,31%
Méliuz (CASH3): -3,09%
3R Petroleum (RRRP3): -2,60%
Prio (PRIO3): -2,13%
Minerva Foods (BEEF3): -1,67%

Ibovespa: 0,70%, a 108.836 pontos


Em NY:

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S&P 500: 1,15%, a 4.137 pontos
Nasdaq: 1,48%, a 11,891 pontos
Dow Jones: 1,11%, a 34.246 pontos

Dólar: -0,87%, a R$ 5,17


Petróleo

Brent: 0,25%, a US$ 86,61
WTI: 0,53%, a US$ 80,14


Minério de ferro:
-2,21%, a US$ 123,28 a tonelada na bolsa de Dalian

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