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B3 começa a testar portabilidade entre corretoras

Novo processo promete acabar com a burocracia na transferência de investimentos de um lugar para outro. 

Por Júlia Moura
Atualizado em 14 jul 2023, 10h44 - Publicado em 14 jul 2023, 10h17

Em julho, a B3 começa a testar um novo serviço para um velho problema: a burocracia para trocar de corretora e transferir os investimentos, sem precisar resgatá-los no processo.

Portabilidade já existe, mas sem a B3 a tarefa é tortuosa. Primeiro porque não há um padrão. Cada corretora tem suas próprias regras para permitir (ou dificultar) a ida e vinda de investimentos. 

O que é praxe entre todas é o preenchimento da STVM (Solicitação de Transferência de Custódia). Ele deve ser impresso, assinado, digitalizado de novo. Antes da pandemia, em alguns casos, era necessário autenticar a assinatura em cartório e enviar a solicitação por correio. 

O que muda agora é o seguinte: a B3 vai usar o seu site chamado “Área do Investidor”, que centraliza todos os ativos ligados à bolsa, como ponto de transferência de dados. Haverá nesse site uma opção “portabilidade”, pela qual será possível fazer todo esse processo de forma digital, com poucos cliques. Basta escolher de qual corretora o ativo sai e para onde ele vai. 

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Num primeiro momento, a migração vai estar liberada para ações, BDRs, ETFs, FIIs e ouro. Em 2024, também serão incluídos CDBs, CRIs e CRAs, debêntures, títulos do Tesouro e cotas de fundos. 

O processo, de qualquer forma, não será instantâneo como um Pix. Por regra da CVM, o prazo segue de até 48 horas.

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A ideia é repetir a portabilidade de operadoras telefônicas, dando mais liberdade ao cliente. A expectativa é que isso estimule a competição entre corretoras, barateando alguns custos e popularizando ainda mais o investimento em bolsa.

Não se sabe ao certo quando a nova ferramenta estará disponível a todos – por enquanto, o que há é um soft opening do serviço. Mas a estimativa da B3 é que até o fim do ano seja possível mudar os investimentos de lá para cá. Só resta torcer para que isso não venha acompanhado de ligações de operadoras de marketing dizendo “Vamos migrar para a [censurado] hoje?”.

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