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As hiper techs por trás das big techs

A TSMC, fabricante de chips de Taiwan que fornece para a Apple, tornou-se a 15ª empresa mais valiosa do mundo. A Nvidia, cujos processadores são bons para sistemas de IA, a 7ª. Entenda melhor a importância dessas companhias, e veja se faz sentido virar sócio delas. 

Por Alexandre Versignassi
12 Maio 2023, 05h00

Um fio de cabelo tem 90 mil nanômetros. Os transistores de um iPhone 14 Pro, quatro nanômetros. São 16 bilhões deles espremidos no processador do aparelho – um bilhão a mais do que a geração anterior, a do iPhone 13. A próxima, que deve chegar em setembro, provavelmente usará a tecnologia de 3 nm, e abrigará mais de 20 bilhões de transistores. 

Ou seja, a essência da inovação tecnológica é a habilidade de inserir cada vez mais transistores (os “neurônios” dos chips) em placas diminutas de silício. Só tem um detalhe. A arquitetura dos processadores mais sofisticados se tornou tão complexa que só uma empresa no mundo hoje é capaz de fabricar as máquinas que fabricam chips de 3 nm: a ASML (ASML34), da Holanda.

Isso faz da companhia, pouco conhecida por aqui, uma das big techs mais importantes do mundo. O preço somado de todas as suas ações é de US$ 250 bilhões. Entre as empresas europeias, ela só fica atrás da Louis Vuitton, da farmacêutica Novo Nordisk e da L’Oréal.       

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Outra empresa de capital aberto fundamental no mundo dos chips é a TSMC (TSMC34), de Taiwan. Maior cliente da ASML, é ela que produz os chips da Apple – além de fornecer processadores de alto desempenho para outras gigantes: AMD,Qualcomm, Nvidia… 

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Um em cada três chips produzidos no mundo (excluindo os de memória) sai das fábricas da TSMC, o que faz dela a 15ª empresa mais valiosa do mundo: US$ 430 bilhões – à frente de JPMorgan, Walmart, Procter, Mastercard e Samsung, só para citar alguns nomes proeminentes. 

Tudo isso coloca os microprocessadores no epicentro da inquietação geopolítica entre China e EUA. Um acordo internacional entre países do Ocidente veta a exportação das máquinas mais sofisticadas lá da ASML para o país de Xi Jinping – de modo a evitar que elas sejam usadas na produção de superchips de uso militar.

Ao mesmo tempo, a China sempre considerou Taiwan parte de seu território, por mais que o lugar opere como um país independente desde 1949, com sua própria constituição e suas próprias forças armadas. Agora, com a ilha liderando a produção global de semicondutores, a possibilidade de uma invasão se torna mais real – Warren Buffett mesmo tinha comprado US$ 4,1 bilhões em papéis da TSMC em 2022, e decidiu vender pouco tempo depois por conta da escalada nas tensões. 

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Enquanto isso, os Estados Unidos movem seus pauzinhos para instalar a companhia taiwanesa na segurança do território americano. A primeira unidade fabril está em construção, no Arizona, e deve iniciar suas operações no ano que vem.

A Nvidia é mais um player central no jogo dos chips. Conhecida dos gamers por conta de suas placas aceleradoras de gráficos (GPUs), ela vai bem além dos jogos. O poder de suas GPUs foi fundamental para desenvolver o ChatGPT, por exemplo. A OpenAI, criadora do bichinho, usou um sistema com 10 mil GPUs da Nvidia para treiná-lo. Por essas, os papéis da empresa californiana sobem 90% no ano. E ela é hoje a 7ª mais valiosa do mundo – à frente da Meta e pau a pau com a Berkshire Hathaway, o conglomerado de Buffett. 

Neste texto, a repórter Camila Barros dá um panorama amplo das empresas de capital aberto envolvidas na produção de chips hipersofisticados. Todas as companhias citadas ali têm BDRs na B3. E, para quem prefere a liquidez das bolsas gringas, o acesso a papéis negociados lá fora nunca foi tão simples. Se você pensa em ter uma carteira exposta à evolução da tecnologia, então, vale ficar de olho nessas ações. Boa leitura.    

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