Sofia Esteves Fundadora e presidente do conselho da Cia de Talentos, Co-fundadora do Bettha.com e Presidente do Instituto Ser+
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Pessoas LGBTQIA+ não querem falar apenas sobre diversidade

No mês do Orgulho, este grupo ganha mais visibilidade. Mas limitar os talentos a um único tema revela que a diversidade ainda não está tão integrada no ambiente de trabalho.

Por Sofia Esteves
21 jun 2023, 15h39

Como anda a agenda de palestras e eventos sobre a sigla LGBTQIA+ na sua empresa? É, o mês de junho costuma ser movimentado nesse sentido… 

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São muitos conteúdos e muitas conversas sobre o assunto ao longo dos 30 dias. Peças de comunicação, e-mails especiais, slogans e por aí vai. 

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Depois disso, a pauta é retomada só no próximo ano.

Nem todas as organizações são assim, é claro. Em muitas, a diversidade realmente é um valor praticado. Faz parte do DNA, da cultura daquele local de trabalho.

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Ainda assim, existe um “fenômeno” relativamente comum no meio corporativo. Algo que pode ser observado tanto nas empresas que levantam a bandeira da diversidade o ano todo, quanto naquelas que se posicionam só em determinados meses. Estou falando do palco dado não só a quem é LGBTQIA+, mas às mulheres, pessoas negras, PCDs, 45+ e qualquer outro grupo que esteja sub representado.

No lugar onde você trabalha, essas pessoas falam sobre o quê? Elas são porta-vozes de quais assuntos? São convidadas para dar palestras sobre quais temas? Participam de debates sobre quais questões? Elas representam a empresa em quais pautas? 

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Sim, é importante que os grupos sub representados tenham espaço para compartilhar suas experiências, para contar suas histórias e para expor seus pensamentos acerca do preconceito e da intolerância. Ouvir histórias sobre vivências diferentes da nossa é fundamental para furar a bolha, ampliar o campo de visão e estimular a empatia.

Porém, tão importante quanto isso é que a voz dessas pessoas sejam ouvidas em outros momentos e sobre assuntos variados. 

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Eu, como uma mulher empreendedora, gosto de compartilhar a minha história e contar como foi começar uma empresa em um meio que, na época, ainda era dominado por homens. Contudo, eu também gosto de falar sobre burnout, saúde mental, gestão de carreira, liderança e muitos outros temas. 

Da mesma forma, uma pessoa LGBTQIA+ não quer apenas ter palco para falar sobre homofobia, transfobia, representatividade e assuntos correlatos. Afinal, ela domina outros saberes e pode se posicionar como especialista em temas diferentes.

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Isso, aliás, é uma forma de integrar a diversidade no dia a dia da empresa: colocando rostos variados para palestrar sobre inovação, saúde mental, planejamento estratégico, liderança…

Para fomentar essa transformação, você pode se fazer algumas perguntas e levantar esse debate dentro da sua organização:

O objetivo dessas questões não é gerar uma polêmica internamente, nem um interrogatório, mas levar todo mundo a fazer o “teste do pescoço”. Estou falando daquele movimento de olhar ao redor, de um lado para o outro, tentando identificar onde e em quais momentos a diversidade aparece. 

Mais do que isso, o objetivo é terminar esse mês de junho sem esquecer de tudo o que lemos, assistimos e escutamos sobre o Orgulho LGBTQIA+. Sem esquecer a mensagem no mês da mulher, no mês da Consciência Negra ou no mês da visibilidade às Pessoas com Deficiência e assim por diante. 

Afinal, todas essas pessoas devem subir no palco e usar sua voz não só quando o calendário oficial dedica um espaço para celebrar a diversidade, mas em todos os meses do ano e para falar sobre qualquer assunto do seu domínio. 

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