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Henrique Bueno

Especialista em felicidade corporativa e professor adjunto do mestrado global em estudos da felicidade na Centenary University. Mestre em psicologia positiva. Palestrante.

Felicidade é a estratégia essencial para produtividade

Promover a felicidade no trabalho não é apenas uma questão de bem-estar, mas uma estratégia eficaz para melhorar a saúde mental e a produtividade no ambiente profissional. Entenda.

Por Henrique Bueno
Atualizado em 22 jul 2024, 17h53 - Publicado em 22 jul 2024, 16h00
mulheres sorrindo vistas de baixo
Felizes: soft skills tem base na inteligência emocional (MilicaStankovic/Thinkstock)
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stima-se que 12 bilhões de dias de trabalho sejam perdidos anualmente devido à depressão e ansiedade, algo que custa quase um trilhão de dólares à economia global. Falar sobre “felicidade” no contexto do trabalho ainda é algo relativamente novo e que muitas vezes enfrenta resistência, mas é extremamente importante, pois não afeta apenas a vida pessoal. 

Não é segredo para ninguém que estamos enfrentando uma crise global de saúde mental no ambiente de trabalho e os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Associação Internacional de Manejo de Stress (AIMS) corroboram: 80% dos trabalhadores no mundo não estão engajados em seus empregos. Isso resulta em uma perda de produtividade de cerca de US$ 500 bilhões por ano, só nos Estados Unidos.

Desde janeiro de 2022, a síndrome de burnout foi reconhecida pela OMS como uma doença ocupacional. No Brasil, aproximadamente 30% dos trabalhadores sofrem dessa síndrome, deixando o país s apenas atrás do Japão. Além disso, cerca de 10% da população mundial enfrenta transtornos mentais, com o Brasil liderando os casos de ansiedade e depressão na América Latina, somando quase 19 milhões de pessoas afetadas.

80% dos trabalhadores no mundo não estão engajados em seus empregos.

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Promover a felicidade no trabalho não é apenas uma questão de bem-estar, mas uma estratégia eficaz para melhorar a saúde mental e a produtividade no ambiente profissional. Colaboradores felizes tendem a ser mais engajados, criativos e produtivos, trabalhando muito além de seu job description. Empresas que promovem a felicidade entre seus funcionários observam ainda um aumento na retenção, vendas e inovação, além de uma significativa redução no burnout e no turnover.

Por outro lado, mais de 25 anos de pesquisas científicas mostram que maiores níveis de felicidade no trabalho melhoram todos os indicadores relacionados a pessoas e equipes. Ambientes de trabalho mais felizes apresentam diversos benefícios, como: maior produtividade, melhor engajamento dos funcionários, redução do absenteísmo e aumento da satisfação no trabalho.

Com tantas evidências científicas da relação direta entre felicidade e trabalho e das vantagens do investimento em uma cultura organizacional positiva, por que então a utilização do termo “felicidade” é tão questionada?

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Acredito que a razão é simples: a felicidade é vista como nossa “moeda mais cara”, nosso maior objetivo, e muitas vezes confundida com uma ideia utópica de “felizes para sempre”. No trabalho, essa visão distorcida leva muitos a pensarem que felicidade seria pura alegria, sem conflitos ou cobranças por resultados.

Nada poderia estar mais distante da verdade. Felicidade no trabalho não envolve um ambiente perfeito, mas sim o reconhecimento de que todos enfrentamos altos e baixos, dificuldades e provações. A felicidade real inclui aceitar todas as nossas emoções como válidas e fazer escolhas construtivas, independentemente delas. É sobre ver e sentir o lado bom mesmo com desafios diários, sem negar as dificuldades, mas também sem focar apenas nos aspectos negativos.

Felicidade no trabalho não envolve um ambiente perfeito, mas sim o reconhecimento de que todos enfrentamos altos e baixos, dificuldades e provações.

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Superar equívocos comuns em relação ao que é felicidade no trabalho é fundamental para o desenvolvimento de uma visão realista e equilibrada, que possa ser transformada em um projeto de evolução cultural contínua. Promover a felicidade no trabalho é, portanto, mais do que uma questão de bem-estar; é uma abordagem holística de saúde, essencial para a produtividade e para o papel humano e social das organizações.

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