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O que é o P/L de uma empresa?

É um número que você obtém dividindo a capitalização de mercado da empresa pelo lucro que ela dá. Quanto maior o P/L, mais sobrevalorizada a empresa está.

Por Alexandre Versignassi
9 dez 2022, 06h08
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 (Camila Anselmé/VOCÊ S/A)
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É o jeito de saber o preço real de uma ação. Balizando pelo P/L, dá para ver que um papel cotado a R$ 15 pode estar mais barato que um negociado a R$ 30. Para saber qual é o P/L, o pessoal pega o preço (P) somado de todas as ações (ou seja, o valor de mercado), e divide pelo lucro (L) que a empresa deu nos 12 meses anteriores.

Quanto menor o número resultante, mais barata está a ação. Você não precisa fazer as contas, claro: basta digitar o ticker do papel no Google e buscar pela razão P/L. Vai aparecer na grafia em inglês, como P/E ratio.

Bom, em novembro, Santander (SANB11) custava R$ 28. Bradesco (BBDC4), R$ 15. Qual era a ação mais barata? A do Santander, com P/L de 6,88, ante 7,28 do Bradesco.

11,2 É o P/L médio do Ibovespa nos últimos 15 anos. No final de novembro, ele estava em 6,05.

Claro que o P/L não diz tudo sobre uma empresa. Quem acha que o Bradesco tem o potencial de gerar muito mais lucro que o Santander no futuro vai apostar na ação mais cara. Normal. No final de 2020, o P/L da Tesla era de absurdos 1.328. Era muito valor de mercado para pouco lucro.

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Dois anos depois, com ganhos mais robustos (e uma boa baixada no preço da ação) o P/E ratio da montadora tinha caído para racionais 53. Note que, quanto maior a expectativa de lucros para o futuro, maior o P/L. O da Apple, uma empresa que, pela visão do mercado, não tem mais tanto para onde crescer, vive sob um P/L mais modesto, de 24.

Mas comedidos mesmo são os P/Ls das empresas que deram MUITO lucro nos últimos tempos mas para as quais, mesmo assim, o mercado não vê grandes perspectivas de crescimento. É o caso da Petrobras (PETR4), com seu magérrimo P/L de 2 – o que a torna uma das ações mais baratas do mundo.

Existe uma variante do P/L. É o Shiller P/E Ratio, desenvolvido pelo Nobel de economia Robert Shiller. Em vez de dividir o valor de mercado pelo lucro dos últimos 12 meses, ele divide pela média dos lucros dos últimos 10 anos (corrigindo os ganhos do passado pela inflação). Isso é útil para diluir distorções causadas por mercados cíclicos, como o do petróleo.

Pela fórmula de Shiller, o P/L da Petrobras não é de 2. É de 11. Bem acima da média da petroleira por esse parâmetro (6,4). Ou seja: nosso amigo Nobel mostra que PETR4 está cara.

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