O que analisar, além do salário, ao mudar de emprego?
Propósito não enche barriga, mas tem muito ambiente tóxico que não vale o contracheque gordo.
Diz o ditado que propósito não enche barriga, mas não há contracheque que pague conviver com chefes tóxicos ou empresas que mais parecem quartéis-generais. “Se eu sou um profissional que valorizo a liberdade e tenho de trabalhar em uma companhia na qual predomina o comando e controle, não vai dar certo. Será um desgaste para todo mundo”, diz Lucedile Antunes, coach de carreira.
Então, antes de dizer o sim para uma oferta e preparar a mudança de ares, é bom analisar os seguintes pontos:
1) Qual é o estilo da companhia? Trata-se de uma startup onde todo mundo trabalha 18 horas por dia? É uma companhia gigante com uma burocracia soviética?
2) Como é a gestão dessa empresa? O RH não passa de uma plaquinha em uma sala qualquer?
3) E a liderança? Sobram gritos e socos na mesa?
Tá, mas como descobrir tudo isso antes que seja tarde demais? Simples: pergunte para quem está ou já esteve lá dentro.
“Procure saber a reputação da empresa em sites nos quais funcionários deixam avaliações, como o Glassdoor. Acione a sua rede de contatos, pesquise quem já trabalhou na companhia e questione o que a pessoa acha da organização”, diz Lucedile. O jeito é mesmo deixar a timidez de lado e ir na caruda. Vale mandar mensagem, ligar ou mesmo recorrer a amigos para apresentar você a quem conheça o seu possível empregador. Vá sem medo: as pessoas costumam ser mais solícitas do que a gente imagina nessas horas.
Ouvir uma segunda opinião também é uma boa pedida para ter uma visão mais equilibrada. “Uma pessoa pode ter uma percepção exagerada sobre algo. Porém, se o problema aparece em mais de uma resposta, é sintoma de que não se trata de algo pontual, e você deve ficar atento”, diz Lucedile. Munido de informações, é possível botar na balança se os pontos positivos superam os negativos. E evitar sustos quando já estiver com o novo crachá.