Salários e carreiras quentes: Saiba o que esperar do mercado jurídico em 2025

Tecnologia, como em praticamente todas as áreas, é a bola de vez no direito. Veja o guia salarial da consultoria Robert Half e entenda como se dar bem na carreira no próximo ano.

Por Luana Franzão
Atualizado em 4 nov 2024, 12h39 - Publicado em 4 nov 2024, 07h00
martelo de juiz sob fundo amarelo escuro.
 (Stockyme/Getty Images)
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e alguém ainda tinha a visão do Direito como uma área tradicional e analógica, trate de esquecer. O avanço da tecnologia não perdoa ninguém, e não seria diferente em 2025.

Entre as especialidades mais demandadas no mercado jurídico para o futuro próximo, está a proteção de dados. Para Thiago Pegaz, especialista em recrutamento da consultoria Robert Half, o “boom” da proteção de dados aconteceu há alguns anos, quando a Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD, foi sancionada. Todos os escritórios correram atrás de ter alguém que entendesse do que estava sendo falado.

A área mantém a robustez com o advento de novas tecnologias: a inteligência artificial, por exemplo, impõe novos desafios à proteção e coleta de dados. A propriedade intelectual nunca esteve tão em disputa.

Nesse tema não pode haver perda de controle, e a inteligência artificial traz uma sensação de insegurança. Precisamos manter esses sistemas funcionando e com o rigor que a lei implementa. Daí surgem novas discussões, novos problemas, novos desafios”, explica Mariana Horno, especialista da Robert Half.

Outro ramo do Direito que está quente no termômetro é o de fusões e aquisições, o tal do M&A. É possível relacionar o aquecimento da área com o da economia – todos querem aproveitar o momento para aumentar a estrutura. Aí entram os advogados especializados na área. Confira as previsões.

Cargos mais demandados:

  • Advogado(a) empresarial/societário/M&A;
  • Advogado tributário (consultivo e contencioso);
  • Advogado generalista;
  • Advogado de contratos.
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Ramos do Direito com maior demanda de contratações:

  • Proteção de dados;
  • Tributário;
  • Contratual;
  • Civil.

Habilidade técnicas mais demandadas:

  • Idiomas;
  • Conhecimento de finanças;
  • Habilidades de negociação;
  • Redação de contratos.

Habilidades técnicas mais difíceis de encontrar:

  • Inglês fluente;
  • Conhecimento de finanças;
  • Redação jurídica;
  • Habilidades de negociação.

Sim, falar inglês ainda é uma habilidade essencial. E falar espanhol ajuda. Segundo os cabeças da Robert Half, ter uma especialização no exterior é de grande valia no mercado jurídico, os tais dos LLMs ainda são super valorizados.

E se engana quem ainda pensa que o conhecimento técnico é o único que prevalece na hora da contratação. As soft skills, aquelas que dizem respeito ao lado emocional e relacional das pessoas, estão entre as mais procuradas. Ter um bom trânsito com os colegas, saber priorizar tarefas e apresentar suas ideias são exemplos de habilidades que todo profissional tira vantagem. Aqui vão as mais procuradas.

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Habilidades comportamentais mais demandadas:

  • Resolução de problemas;
  • Gestão de mudanças;
  • Pensamento criativo;
  • Pensamento crítico.

Habilidades comportamentais mais difíceis de encontrar:

  • Inteligência emocional;
  • Pensamento crítico;
  • Gestão de stakeholders;
  • Liderança.

Ter um bom trânsito com os colegas, saber priorizar tarefas e apresentar suas ideias são exemplos de habilidades que todo profissional tira vantagem

Por fim, as indústrias que mais contratam profissionais do Direito:

  • Agronegócio;
  • Tecnologia;
  • Meios de pagamento/bancos;
  • Escritórios.

Como ler o Guia Salarial Robert Half

Dividiu-se o salário de cada cargo em três percentis:

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  • 25°: pessoa nova na função, com pouca ou nenhuma experiência; necessita de mais instruções ou supervisão para realizar as tarefas diárias;
  • 50°: tem experiência para assumir responsabilidades de forma consistente, sem supervisão direta; familiarizada com processos e assuntos da função;
  • 75º: Possui qualificações diferenciadas, além de especializações e certificações; pessoa pronta para avançar na carreira.

Nos cargos seguidos de P/M/G, a classificação diz respeito ao tamanho das empresas. P/M são empresas de pequeno e médio porte, com faturamento de até R$ 500 milhões ao ano. G são empresas de grande porte, com faturamento acima de R$ 500 milhões.

O salário dos cargos listados neste guia não incluem bônus, benefícios e outras formas de remuneração.

Atenção, no mercado jurídico há uma classificação a mais. O B, diz respeito às boutiques, escritórios relativamente pequenos, mas que são altamente especializados e segmentados.

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(Arte/VOCÊ S/A)
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(Arte/VOCÊ S/A)
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(Arte/VOCÊ S/A)
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(Arte/VOCÊ S/A)

Cabo de guerra

2024 foi um ano com bons números para os trabalhadores brasileiros: a taxa de desemprego se manteve relativamente baixa na maior parte dele, sobretudo no segundo semestre, quando bateu mínimas históricas.

A taxa de desemprego medida no último trimestre, divulgada na última quinta-feira, ficou em 6,4%, a segunda menor na série histórica, que começou em 2012.

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O que isso significa, na prática? Significa que o mercado de trabalho está aquecido, e que o mar está para peixe. Quem quiser trocar de emprego nessa época pode ter mais facilidade negociando melhores salários e benefícios. Sempre é recomendada uma pitada de prudência na hora de ser otimista, entretanto.

Para conseguir os melhores resultados, é melhor não tentar inventar a roda. Quem manda o recado é Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half América do Sul. Com tanta tecnologia e novidade surgindo no mercado, vence quem souber fazer o básico com excelência.

Quem quiser trocar de emprego nessa época pode ter mais facilidade negociando melhores salários e benefícios. Sempre é recomendada uma pitada de prudência na hora de ser otimista, entretanto.

Outra discussão que deve continuar quente em 2025 é a disputa entre os modelos presencial, híbrido e remoto de trabalho. Para Mantovani, quem deve vencer o cabo de guerra é o tête à tête.

Para ele, o centro da discussão é a habilidade do funcionário em distribuir o tempo que tem em mãos. O modo presencial acaba favorecendo os líderes a entenderem como seus subordinados estão usando o tempo entre as tarefas que cada função exige. Todo mundo sabe que acaba usando um pouquinho do tempo para fazer uma ou outra coisa de casa no home office, e Mantovani acredita que isso pode prejudicar a produtividade e concentração.

“É difícil que essa balança volte a pesar para o remoto”, disse. O retorno total ao presencial pode ser adiado pelo aquecimento do mercado: é provável que devido à alta demanda de profissionais, a negociação de alguns dias de home office ainda esteja na mesa.

*Colaboraram Thiago Pegaz, especialista em recrutamento, Vinícus Feitosa, gerente de recrutamento, Mariana Horno, diretora de Executive Search e Fernando Mantovani, diretor-geral para a América do Sul, todos da Robert Half.

Veja o Guia Salarial da Robert Half em outros setores:

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