Salários e carreiras quentes: Saiba o que esperar do mercado de tecnologia em 2025

Segundo os profissionais da Robert Half, um bom profissional de TI não fica sem emprego. Mas o conceito de bom profissional não é mais o mesmo de dois anos atrás, auge do aquecimento do setor. Confira.

Por Sofia Kercher
Atualizado em 4 nov 2024, 12h23 - Publicado em 4 nov 2024, 07h00
notebook sob fundo azul.
 (Javier Zayas Photography/Getty Images)
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Q

uatro anos depois de juntarmos nossas coisas e nos abrigarmos em casa por período indefinido, seguro dizer que o setor de tecnologia, dentro das empresas, nunca mais será o mesmo. 

A área deixou de ser apenas suporte e ganhou protagonismo nas companhias. O mercado inteiro passou a exigir mais desses profissionais – tanto em quantidade quanto em qualidade. Como pontua Alexandre Mendonça, gerente de recrutamento da Robert Half, “o volume de vagas na pandemia era maior do que a oferta”. 

Essa realidade deve mudar em 2025 – e impactou a previsão de salários do setor. É isso que mostra o Guia Salarial da Robert Half, divulgado com exclusividade pela Você S/A (e disponível na íntegra no finalzinho dessa matéria). 

Segundo Maria Sartori, diretora de mercado da Robert Half, durante 2021 e 2022, a possibilidade de contratações remotas e demanda mastodôntica por profissionais levou os salários às alturas. Mais: multinacionais e empresas totalmente gringas dolarizaram a remuneração. 

Os layoffs (demissões em massa que rolaram nas big techs em 2023 e no começo de 2024) já anunciavam o fim da Era Dourada de contratações do setor. Hoje, há uma institucionalização maior da área de tecnologia, que é vista e tratada como as outras dentro da empresa. “Esse superaquecimento ficou para trás”, crava Sartori. 

Isso não significa que ele não continue quente — ao contrário. As oportunidades ainda estão acima da média, apesar de não se equipararem a dois anos atrás.  Mas essa estabilização também traz um maior grau de seniorização, e eleva o sarrafo das contratações. Leia-se: mais será exigido para garantir uma boa vaga e um bom salário em empresas de tecnologia, startups, bancos e varejo – as quatro áreas que, segundo o índice, mais demandarão trabalhadores tech ano que vem.

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Cabo de guerra

Não há segredo: há um movimento generalizado das empresas de apertarem o cerco do presencial. Para Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half América do Sul, ele deve predominar em 2025. “É difícil que essa balança volte a pesar para o remoto”, disse à VCSA.

E isso se aplica aos (antes intocáveis) profissionais de tecnologia – ainda que com maior grau de flexibilidade do que a média. “Muitas empresas ainda são flexíveis no modelo de trabalho, justamente com receio de perder esses profissionais”, explica Elisa Jardim, gerente de recrutamento da Robert Half. Especialmente na área de desenvolvimento, onde o perfil comportamental é notoriamente mais introspectivo. 

Esse movimento começa, inclusive, com as big techs. As primeiras a implementar o modelo 100% remoto são as primeiras a retornarem dele. Nesse sentido, apesar das exceções, os profissionais estão mais abertos a encarar o presencial e o híbrido. Segundo Jardim, eles “baixaram a bola.”

Para Maria Sartori, no futuro, a aposta é que esses profissionais sejam empurrados para o presencial junto com o resto dos meros mortais. A ver.

Entre a inteligência artificial e emocional

Os especialistas deixam claro: um profissional qualificado de tecnologia, hoje e em 2025, não fica sem emprego. Mas o sarrafo está se elevando ano após ano – portanto, novas certificações, inglês fluente e foco no desenvolvimento interpessoal são chave para garantir um sucesso no setor.

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O que mais tem pesado na balança é o terceiro item: as famigeradas soft skills. “Se o profissional não tem hard skills, nesse mercado, ele é eliminado automaticamente. Isso é obrigatório, senão ele não é nem cogitado”, argumenta Elisa.

O profissional que se destacará, portanto, é aquele que trabalha bem em equipe, tem um bom senso de liderança, pensamento criativo e crítico. Alexandre Mendonça destaca que o perfil técnico se tornou insuficiente para destacar o profissional da massa. 

Para a parte mais técnica, Vitor Silva, gerente de operação da Robert Half no Rio de Janeiro, destaca a inteligência artificial, automação e aprendizado de máquina como prioridades. “É aí que os diretores e clientes internos baterão na porta para pedir suporte e melhoraria nos processos”, finaliza.

Confira os dados

Cargos mais demandados em Tecnologia

  • Gerente de TI (generalista)
  • Desenvolvedor(a) Back-end
  • Coordenador(a) de segurança da informação
  • Gerente de projetos

Áreas com maior demanda

  • Inteligência artificial/Automação/Aprendizado de máquina
  • Serviços de TI/Suporte/Operações
  • Desenvolvimento web/E-commerce
  • Redes
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Habilidades técnicas mais demandadas

  • Inteligência artificial / Automação / Aprendizado de máquina
  • Linguagens de programação / Desenvolvimento web
  • Nuvem
  • Tecnologia imersiva

Habilidades técnicas mais difíceis de encontrar

  • Inteligência artificial / Automação / Aprendizado de máquina
  • Blockchain
  • Tecnologia imersiva
  • DevOps e DevSecOps

Habilidades comportamentais mais demandadas

  • Liderança
  • Inteligência emocional
  • Pensamento criativo
  • Pensamento crítico

Habilidades comportamentais mais difíceis de encontrar

  • Inteligência emocional
  • Pensamento criativo
  • Resolução de problemas
  • Liderança

Certificações mais demandadas

  • CCNP
  • AWS
  • CompTIA
  • Cobit
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Como ler a tabela

Dividiu-se o salário de cada cargo em três percentis:

  • 25°: pessoa nova na função, com pouca ou nenhuma experiência; necessita de mais instruções ou supervisão para realizar as tarefas diárias.
  • 50°: tem experiência para assumir responsabilidades de forma consistente, sem supervisão direta; familiarizada com processos e assuntos da função;
  • 75°: possui qualificações diferenciadas, além de especializações e certificações; pessoa pronta para avançar na carreira.

Nos cargos seguidos de P/M/G, isso diz respeito ao tamanho das empresas. P/M são empresas de pequeno e médio porte, com faturamento de até R$ 500 milhões ao ano. G são empresas de grande porte, com faturamento acima de R$ 500 milhões.

O salário dos cargos listados neste guia não incluem bônus, benefícios e outras formas de remuneração.

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(Arte/VOCÊ S/A)
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Veja o Guia Salarial da Robert Half em outros setores:

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