Quase 70% dos profissionais sentem dor física no trabalho frequentemente

Apesar disso, mais da metade não têm suporte adequado da empresa para tratar o mal-estar que sentem das 9h às 18h. Confira.

Por Sofia Kercher
25 mar 2025, 16h00
Mulher massageando a nuca em frente ao computador.
 (Johner Images/Getty Images)
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ostura inadequada, insônia, dores no corpo… 68% dos brasileiros sentem dor física frequentemente devido ao trabalho. É isso que mostra um novo estudo da plataforma de currículos Onlinecurrículo, realizado com 500 profissionais entre os dias 1 e 2 deste mês.

A pesquisa buscou analisar os efeitos que o trabalho corporativo têm no corpo dos profissionais, contrastando os dados com o aumento nos afastamentos por doenças ocupacionais em 2024. Segundo o Ministério da Previdência Social, foram 1 milhão de brasileiros afastados ano passado (sendo a dor na coluna líder do ranking de problemas desde 2023). 

Apesar do aumento dos afastamentos e o número significativo de profissionais sentindo desconforto constante, a pesquisa traz outra porcentagem alarmante: mais da metade dos entrevistados (51%) não recebem nenhuma forma de suporte ou benefício dos empregadores para lidar com estes desconfortos e dores cotidianos. O resultado é apelar para soluções de alívio próprio.

Onde doi

Em alinhamento com os dados do Ministério da Previdência Social, a dorsal é a região que mais se afeta pelo trabalho: 50% dos entrevistados relatam dores devido à má postura durante o expediente. A dor de cabeça (48%) e a vista cansada (46%) vêm em seguida, causadas pela exposição prolongada às telas, movimentos repetitivos e o estresse do ambiente.

Confira o ranking completo: 

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gráfico que descreve os impactos físicos mais observados no ambiente de trabalho
(Onlinecurrículo/Divulgação)

Para mudar esse cenário, os participantes defendem pausas regulares para alongamento ou descanso (52%) sugeridas e incentivadas pela empresa. Também acreditam que áreas de descanso e espaços de relaxamento e descompressão nos escritórios fariam diferença na rotina

Para os homeofficers, o destaque vai para as melhorias no mobiliário e suporte para home office (41%), incluindo cadeiras ajustáveis, mesas ergonômicas e apoio para os pés, por exemplo.

gráfico de mudanças para melhorar o bem estar físico dos colaboradores nas empresas.
(Onlinecurrículo/Divulgação)
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Essas mudanças são produtivas não só para os colaboradores. É o que argumenta Amanda Augustine, especialista em carreiras da Onlinecurrículo.

Segundo a especialista, além de, claro, garantir o bem-estar dos colaboradores, o investimento em saúde pode reduzir custos, fortalecer o engajamento e a satisfação das equipes.

“Com as novas regulamentações reforçando o direito ao apoio psicossocial, os empregadores têm uma oportunidade real de transformar a forma como o trabalho é vivenciado por suas equipes. Priorizar o bem-estar emocional no ambiente de trabalho não é apenas uma boa prática — é também uma decisão estratégica”, diz.

Mudanças na NR-1

Essa discussão está alinhada com as mudanças na Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que entraram em vigor ontem. Essa atualização enfatiza o gerenciamento proativo de riscos ocupacionais, com destaque para a inclusão de riscos psicossociais, ampliando o alcance das regulamentações de saúde ocupacional no Brasil.

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Um dos avanços mais significativos na nova redação da NR-1 é a inclusão explícita dos riscos psicossociais dentro do gerenciamento de riscos ocupacionais (GRO). Esta mudança reflete uma crescente conscientização sobre o impacto das condições de trabalho na saúde mental dos empregados, reconhecendo que fatores como estresse no trabalho, assédio, e carga de trabalho excessiva podem afetar gravemente a saúde e a produtividade.

A inclusão dos riscos psicossociais na NR-1 reconhece o impacto significativo que eles podem ter na produtividade, no aumento do absenteísmo e no índice de doenças ocupacionais, como estresse, síndrome do burnout, ansiedade e depressão. Esses problemas não só afetam trabalhadores, mas também geram custos elevados para as empresas decorrentes de afastamentos, baixa produtividade e processos judiciais.

Uma pesquisa realizada pelo InfoJobs, plataforma de classificados para vagas de emprego, no último ano, revelou que 86% dos funcionários no país consideram trocar de emprego por conta da saúde mental. É um número alarmante e preocupante se consideramos que se nada for feito, essa porcentagem ficará ainda maior.

A insegurança mental no ambiente de trabalho é um fator que pode comprometer significativamente a saúde dos trabalhadores. A insegurança mental no trabalho geralmente decorre de fatores organizacionais, como instabilidade profissional, pressão excessiva por resultados, falta de comunicação clara e clima organizacional tóxico. Ademais, a insegurança mental no trabalho não é apenas uma questão individual, mas uma questão estratégica para as empresas.

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*Com informações de Patricia Punder, em colaboração especial para a Você S/A.

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