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Quase 20% dos trabalhadores brasileiros tomam remédios para tratar saúde mental

Feito em parceria com a Robert Half, estudo da The School Of Life ainda mostra que 40% dos entrevistados foi diagnosticado com burnout, ansiedade ou estresse no último ano

Por Sofia Kercher
Atualizado em 27 set 2024, 10h10 - Publicado em 26 set 2024, 10h49
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 (Andrea Piacquadio/ Pexels/Reprodução)
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erca de 20% dos colaboradores brasileiros tomam algum tipo de medicação do tipo “farmopsicológica” – usadas para tratar questões de saúde mental. É o que mostra a quinta edição da pesquisa Inteligência Emocional & Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, desenvolvida pela organização The School of Life em parceria com a consultoria Robert Half.

O levantamento divide os entrevistados em líderes e liderados. No caso dos líderes, cerca de 12% afirmou que toma remédios para ansiedade, 7% para dormir melhor e 2% para aumentar a produtividade (cada pessoa poderia marcar mais de uma opção). No caso dos liderados, as porcentagens são maiores: 18% toma remédios para ansiedade, 9% para dormir melhor e 2% para aumento de produtividade.

Em relação aos diagnósticos, o levantamento mostra que 40% dos profissionais foram diagnosticados com estresse, burnout ou ansiedade. Entre os líderes, as porcentagens de cada doença foram, respectivamente, 16%, 13% e 10%. Entre liderados, 20%, 10% e 4%.

Claro, esse números apontam para os profissionais que buscaram ajuda psíquica. Recorte contemplado pela pesquisa: 16% dos líderes dizem que não receberam diagnósticos médicos, mas se sentiram abalados no último ano. Nos liderados, essa porcentagem sobe para 23%.

“Esse cenário pode ser ainda mais grave, considerando que muitos não buscam ajuda e permanecem sem diagnóstico adequado. O uso significativo de medicação psicofarmacológica para aliviar sintomas ou aumentar a produtividade reflete uma tentativa legítima, mas potencialmente insustentável, de lidar com essas pressões”, argumenta Saulo Velasco, psicólogo e diretor de aprendizagem na The School of Life Brasil.

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“A menos que as causas subjacentes sejam abordadas, a medicação funcionará apenas como paliativo. Para enfrentar esse desafio, é essencial promover um equilíbrio entre trabalho, lazer e descanso, além de cultivar o bem-estar físico, emocional e mental”, finaliza.

Mais informações

Apesar de parecer que avançamos na discussão acerca da discussão sobre saúde mental dos colaboradores (vista em medidas como a atualização da NR-1, que você pode entender melhor aqui), a pesquisa mostra que ainda há muito a avançar – especialmente para os liderados. 40% deles respondeu que nunca fala sobre o assunto com seu líder. 

36% ainda afirma que já sofreu algum tipo de assédio moral no trabalho. Leia-se: hora extra, sobrecarga de trabalho, isolamento, ameaças, humilhações, difamação e atribuição de tarefas abaixo da qualificação com o intuito de desmoralizar. Mais de 80% dos líderes, por sua vez, afirmam que nunca praticaram tais atitudes.

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Inclusive, para esse grupo, a porcentagem que nunca falou sobre saúde mental é mais modesta – 8%. A maioria respondeu que fala, sim, sobre o tema com a equipe (33%). 

“Evidentemente, os diagnósticos médicos de estresse, ansiedade ou burnout dos profissionais devem ser acompanhados de perto por um profissional da área de Saúde. No entanto, não podemos esquecer do papel das lideranças em reservar momentos para a gestão de seu time, em todos os aspectos, inclusive comportamentais e emocionais”, escreve Maria Sartori, Diretora associada da Robert Half.

“É fundamental ter abertura para conversar, apoiar e encontrar, em parceria com o profissional, estratégias para lidar com as adversidades do dia a dia de trabalho de forma mais saudável. No passado, havia espaço para um estilo de gestão que permitia comportamentos que hoje são intoleráveis.”

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