Afastamentos por burnout aumentam quase 1000% em uma década

Aumento do conhecimento sobre o mal, pandemia e pressões no escritório podem ter contribuído para o número. Entenda.

Por Luana Franzão
16 ago 2024, 17h00
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 (Natalia Gdovskaia / EyeEm/Getty Images)
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Se tivéssemos que chutar, provavelmente diríamos que o estresse no trabalho é um problema que remonta ao Paleolítico. Apesar disso, foi só no Antropoceno (vide 2022) que a Organização Mundial da Saúde decidiu dar nomes aos bois. Naquele ano, ela reconheceu a síndrome do estresse ocupacional on steroids: o burnout

A síndrome virou um dos assuntos mais discutidos, utilizados (e, aparentemente, sentidos) pelos trabalhadores mundo afora. E, ao que indicam novos dados, o Brasil não é exceção: entre 2014 e 2023, o número de afastamentos pela doença aumentou quase 1000%. O INSS registrou 41 afastamentos em 2014, versus 421 em 2023.

Taí a importância de reconhecer a coisa como uma doença ocupacional: ela ganha sua própria Classificação Estatística Internacional (CID). Assim, o instituto consegue acompanhar quantos afastamentos foram gerados pela síndrome por aqui. 

Inclusive, isso também mostra uma lacuna na pesquisa, já que nem todo mundo que foi diagnosticado pela doença foi afastado do trabalho. Ou seja: o número pode ser ainda maior.

Sintomas e consequências

Entre os principais sintomas associados ao burnout estão o esgotamento físico e psicológico. O estresse continuado pode levar ao desenvolvimento de males como a depressão e a ansiedade, caso não haja tratamento adequado.

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“Quando a pessoa está no trabalho, se sente desanimada, não sente que está produzindo, sente desconforto, às vezes nem consegue trabalhar. Só de pensar que vai sair para trabalhar já vem o desânimo”, disse a psicóloga Mônica Machado.

A coisa então vira uma bola de neve. Quanto maior o esforço, fica cada vez mais difícil ser produtivo, e a culpa em não render no trabalho piora o estresse.

Como sair dessa

As razões podem ser múltiplas para o burnout, mas para começar o processo de cura, é preciso quebrar a rotina que vem te colocando pra baixo. Seja tirar um tempo fora do trabalho, mudar os costumes, ou mesmo trocar de emprego.

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Também é essencial procurar ajuda. Ao perceber que o estresse está te desgastando além do aceitável, começar um tratamento psicológico e, caso necessário, psiquiátrico, é importante. 

Entre as chaves para deixar esse capítulo difícil para trás, está descentralizar o trabalho na sua vida. Encontrar novos hobbies, se conectar com amigos e família, descobrir novos talentos… vale tudo. É só lembrar que o trabalho não define seu valor.

Você pode ler mais sobre como voltar à rotina depois de um burnout nesta reportagem

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