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Wall Street aposta em um Fed mais amigável, e dá uma força para o Ibovespa

Mercado espera que o banco central americano não faça reajustes tão agressivos nos juros. Ibovespa acompanha o exterior e sobe 1,18%.

Por Juliana Américo
26 Maio 2022, 17h24

Wall Street está prestes a quebrar a maldição de sete semanas no negativo. Os índices americanos estenderam os ganhos de ontem com os investidores ainda aliviados pelo Federal Reserve seguir com o plano de mais dois aumentos na taxa de juros, de 0,5 pontos percentuais. 

O S&P 500 avançou 1,99%, a 4.057 pontos. Na semana, o ganho é de 3,43%; ainda assim, o índice acumula 15% de perdas no ano. A Nasdaq subiu 2,68%, a 11.740 pontos – a alta é de 2,82% na semana, contra uma perda de 25% em 2022.

Ontem, a ata do banco central dos EUA manteve otimismo sobre o crescimento econômico e nem chegou a mencionar um aperto mais agressivo nos juros. O temor era que o Fed sinalizasse de alguma forma um aumento maior, de 0,75 p.p. Como isso foi descartado, por enquanto, abriu espaço para a recuperação das bolsas. Não só nos EUA, mas mundo afora. O Ibovespa surfou na onda otimista e fechou em 1,18%, aos 111.889 pontos. Trata-se do maior patamar desde o dia 22 de abril, veja só.

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Os resultados do varejo nos EUA também ajudaram. A Macy’s, mais tradicional loja de departamentos de lá, registrou um aumento de 14% no faturamento, na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.  

Mas há um lado meio vazio no copo desta quinta-feira. O PIB americano do 1º trimestre foi revisado para baixo, sinalizando o começo de uma possível desaceleração econômica. No mês passado, dados preliminares apontavam uma queda de 1,4%; agora, esse recuo passou para 1,5%. 

Mas mesmo um lado meio vazio contém algo de meio cheio. O recuo extra do PIB deixou o mercado esperançoso de que o Fed não exagere no aperto monetário, para não castigar ainda mais a economia.

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Já os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caíram mais do que o previsto. Segundo o Departamento do Trabalho americano, foram  210 mil pedidos na semana passada – ante estimativa de 215 mil. Na semana anterior, o número de pedidos chegou a 218 mil. Aí a leitura é a inversa: um dado bom em si, mas que pode deixar o Fed mais seguro para futuros apertos. 

Ou seja: a montanha russa tem tudo para continuar. 

Ibovespa

No radar dos investidores está a Petrobras. Os papéis da companhia subiram 0,25%, acompanhando a alta no preço do petróleo. Mas o que o mercado quer saber mesmo é da dança das cadeiras.

O conselho de administração da Petro se reuniu ontem, mas não conseguiu discutir sobre a convocação da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que vai substituir José Mauro Coelho por Caio Mario Paes de Andrade, além de eleger novos membros do conselho. Isso porque o grupo não recebeu da União a lista completa de candidatos. 

O governo anunciou na segunda-feira a troca do comando da estatal, 40 dias após Coelho assumir o cargo. Ele é o terceiro presidente da Petrobras em pouco mais de um ano e o que ficou menos tempo na cadeira em toda a história da companhia, fundada em 1953. 

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O destaque do dia ficou com a Cielo, que disparou mais de 11%. O banco JP Morgan reclassificou as ações da companhia como overweight – ou seja, um dos que podem valorizar acima da média do mercado.

E é isso: amanhã a gente descobre se Wall Street encerra a maldição das sete semanas 😉

 

Maiores altas

Cielo (CIEL3): 11,29%

Magalu (MGLU3): 10,24%

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Rumo (RAIL3): 7,04%

CVC (CVCB3): 6,93%

Cosan (CSAN3): 6,54%

Maiores baixas

Energisa (ENGI11): -2,94%

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CPFL (CPFE3): -2,83%

Eletrobras (ELET6): -2,82%

Taesa (TAEE11): -2,55%

Cemig (CMIG4): -2,41%

Ibovespa: 1,18%, a 111.889 pontos

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Em NY:

S&P 500: 1,99%, a 4.057 pontos

Nasdaq: 2,68%, a 11.740 pontos

Dow Jones: 1,61%, a 32.638 pontos

Dólar: -1,23%, a R$ 4,7614

Petróleo

Brent: 2,74%, a US$ 114,17

WTI: 3,41%, a US$ 114,09

Minério de ferro: -1,6%, US$ 131,25 no porto de Qingdao (China)

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