Vale (VALE3) tem queda de 78% no lucro e vai distribuir R$ 8,2 bilhões em dividendos
Empresa também anunciou venda de 13% do seu negócio de metais básicos. Veja o que mais move o mercado nesta sexta-feira.
Por Bruno Carbinatto e Sofia Kercher
Bom dia!
O mercado repercute hoje o balanço da Vale, empresa de maior peso no Ibovespa (13%). A titã da bolsa divulgou seus resultados ontem, mostrando uma redução anual de 78,2% no lucro líquido, que fechou o segundo trimestre em US$ 892 milhões. A redução é explicada, principalmente, pela queda nos preços do minério de ferro e do níquel.
O minério, negociado na China, caiu do patamar dos US$ 130 por tonelada, em março, para próximo dos atuais US$ 100. A commodity sofre com a economia chinesa mais fraca do que se esperava, especialmente com um mercado imobiliário ainda cambaleante.
A VALE3 também aprovou a distribuição de R$ 8,27 bilhões em juros sobre o capital próprio (JCP), o que corresponde R$ 1,92 por ação. O pagamento ocorrerá em 1º de setembro.
Mais: a empresa anunciou a venda de 13% do seu negócio de metais básicos (cobre e níquel), numa transação de US$ 3,4 bilhões. Os árabes levaram a maior parte: 10% ficou com a Manara, uma joint venture entre o fundo soberano da Arábia Saudita e a estatal de mineração Ma’aden. Os 3% restantes foram comprados pelo Engine No.1, um fundo americano com faceta ESG (cobre e níquel são importantes para, por exemplo, produção de baterias de carros elétricos).
No after hours de Nova York, a ADR da Vale fechou de lado, em -0,27%. A empresa realiza teleconferência hoje às 11h.
No noticiário internacional, investidores reagem também à decisão monetária do Banco do Japão. Havia o medo de que o órgão abandonaria sua política ultrafrouxa, o que não ocorreu: o juro seguiu em -0,1%. Ontem, o temor de um movimento hawkish assustou os mercados. O país asiático, afinal, é o último das grandes economias a manter uma política do tipo.
O BoJ também manteve a faixa de variação do juro do título de 10 anos no intervalo de -0,50% a +0,50%, mas uma mudança de fato aconteceu aqui. O BC japonês indicou que esses números agora são “referências, e não limites rígidos”. Também deixou claro que terá mais “flexibilidade” no controle da curva de juros.
Alguns leram o movimento como o primeiro passo para o fim da política de super estímulos do banco central japonês, já que nem o país asiático escapou da inflação recente. O índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, fechou em queda de 0,4%.
Falando de banco central, investidores nesta sexta-feira também estão de olho no PCE, índice de inflação americano usado como referência pelo Fed nas suas decisões. Como o banco central americano ainda não bateu o martelo sobre se haverá ou não mais aumentos de juros no país, o dado ganha ainda mais importância. Ele saí às 9h30 e a expectativa é de alta de 0,2%.
Bons negócios.
Futuros S&P 500: 0,41%
Futuros Nasdaq: 0,83%
Futuros Dow Jones: 0,19%
*às 8h16
Grupo Cosan pode chacoalhar a poeira dos IPOs no país
Uma empresa do grupo Cosan pode estar prestes a tirar a bolsa brasileira da seca de IPOs. A Compass, empresa de distribuição de gás e infraestrutura, está sondando investidores para avaliar o interesse do mercado numa oferta de ações, segundo apurou o Pipeline. A ideia é levantar até R$ 4 bilhões.
A última abertura de capital no país aconteceu em agosto de 2021 – a distribuidora de produtos médicos Viveo (VVEO3). A Compass até chegou a pedir registro para um IPO em 2020 mas, devido às condições do mercado em meio à pandemia, acabou cancelando a operação.
Além da Compass, outra empresa do grupo está sondando o mercado, desta vez para um follow-on: a Rumo, companhia de logística. Ainda não há informações sobre quantos papéis a empresa emitiria, nem quanto pretende arrecadar.
9h30 Índice de preços de gastos com o consumo (PCE), nos EUA, é divulgado
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,05%
- Londres (FTSE 100): 0,04%
- Frankfurt (Dax): -0,05%
- Paris (CAC): -0,23%
*às 8h18
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 2,32%
- Hong Kong (Hang Seng): 1,41%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,40%
- Brent: -0,42%, a US$ 83,89
- Minério de ferro: -2,68% a US$ 116,63 por tonelada na bolsa de Dalian (China)
*às 8h06
Saiba mais sobre o mercado do lítio, o “novo petróleo”
Pelas suas trilhas, cachoeiras e paisagens únicas, o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, sempre foi um paraíso para os mochileiros de plantão. Agora, esta reportagem do Estadão mostra que ele está atraindo uma clientela diferente: multinacionais de extração de lítio. Além da abundância do minério, a região também fornece o chamado “lítio verde”, produzido de forma mais sustentável.
A pira das multinacionais com a região faz sentido: o minério, essencial para as baterias dos carros elétricos, tem uma produção baixa ante a demanda, com um déficit de 76 mil toneladas em 2022. Além disso, poucos países concentram a maior parte de suas reservas, principalmente Chile e Austrália (conforme mostra este infográfico da Você S.A).
EUA, antes da abertura: Chevron, ExxonMobil e Procter & Gamble
Brasil, antes da abertura: Usiminas