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Tesla (TSLA34) guia dia positivo nas bolsas americanas

EUA aguardam primeira leitura do PIB do 4ºtri. Bancos vão na jugular do 3G Capital para reaver perdas com AMER3

Por Tássia Kastner
26 jan 2023, 08h12

Bom dia!

Investidores amanheceram dispostos a confiar em Elon Musk. Na noite de ontem, o bilionário participou de uma teleconferência de resultados da Tesla (TSLA34) e afirmou o seguinte: ​​”nós estamos registrando pedidos que são quase o dobro da nossa taxa de produção”.

Curioso. Após a virada do ano, a Tesla decidiu cortar em até 20% os preços de venda de seus carros em mercados considerados chave, como China e Estados Unidos, um corte inusual (para dizer o mínimo) entre montadoras. E que gerou ainda protestos de atuais proprietários do carro elétrico, revoltados com a perda de valor simbólico (e real) do veículo que compraram. É no melhor estilo medo de que vire coisa de “gente diferenciada”.

O fato é que a afirmação de Musk alimenta uma alta das ações da Tesla no pré-mercado (+7,11%), dando o tom positivo para os futuros do S&P 500 e Nasdaq.

Os números do quarto trimestre foram generososo. Lucro de US$ 3,7 bilhões, alta de 59% na comparação com igual período de 2021, ainda que abaixo dos US$ 3,8 bi esperados por Wall Street. A receita com vendas foi de US$ 24,3 bilhões, 37% acima do mesmo período de 2021.

O otimismo de Musk com a venda de Teslas contrasta com a própria visão do empresário, que prevê uma recessão econômica em 2023 e redução na venda de veículos.

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Recessão é o palavrão da vez em Wall Street. E os indicadores apontam que a economia global está menos esfriando. 2022 foi o pior ano da história em vendas de smartphones, uma queda de 11,3% nas entregas, de acordo com dados da IDC divulgados pela Bloomberg.

É só mais um dos indicativos de que as altas de juros nos países ricos para contar a inflação estão levando a um resfriamento global da economia.

Nesta quinta, os Estados Unidos divulgam a primeira leitura do PIB relativo ao 4º trimestre, que trará mais sinais sobre o real estado da maior economia do mundo. 

No Brasil, o estado de ânimos é geral, com a chegada de mais investidores estrangeiros para o mercado. Ontem o dólar caiu ao menor patamar desde novembro, e a bolsa recuperou os 114 mil pontos.

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A festa só não é completa por causa da Americanas (AMER3). Ontem, a varejista divulgou sua lista de credores. Foram incluídos R$ 41,24 bilhões em dívidas na recuperação judicial, valor devido a 7.967 credores.

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A bagunça contábil fez a empresa declarar à Justiça dívidas com quem não tem, caso do Deutsche Bank, que correu para avisar que é custodiante de um bônus, mas não credor direto da companhia.

Os bancos que realmente tomaram a facada da companhia, majoritariamente os brasileiros, estão acionando a Americanas na Justiça. O foco é trazer a fortuna dos bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira para a mesa.

O que os bancos têm alegado é que o comportamento do trio em relação a companhia é compatível com o de quem sabia que algo ia mal no negócio. Por 40 anos eles tiveram no controle da empresa, mas reduziram sua participação a 30% do negócio em 2021. A empresa elevou pagamento de bônus e distribuição de dividendos num período em que não só a Americanas, mas todas as demais varejistas, estavam passando por dificuldades. E houve ainda a troca de CEO depois de mais de 20 anos à frente da companhia. O indicado para a sucessão, Sergio Rial, teria descoberto o rombo de R$ 20 bilhões em apenas nove dias.

Por fim, os bilionários não mostraram disposição alguma em recapitalizar a empresa – e ainda devolveram aos bancos e à auditoria (a PwC) a responsabilidade de encontrar buracos no balanço da Americanas. 

Essa é uma batalha difícil, já que a lei das empresas abertas prevê que o dinheiro do investidor na conta Pessoa Física não se mistura com o caixa da companhia. Será uma briga de dinheiro grosso. 

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Bons negócios.

 

humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros do S&P 500: 0,25%

Futuros do Dow Jones: 0,07%

Futuros do Nasdaq: 0,61%

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*às 8h04

market facts

Multa no salário

O Morgan Stanley decidiu cobrar até US$ 1 milhão de funcionários que usaram o WhatsApp ou outros chats para troca de informações de trabalho, de acordo com uma reportagem do Financial Times. Reguladores americanos estão marcando pesado instituições financeiras, com multas que ultrapassam US$ 200 milhões. Com a criptografia, o WhatsApp se transformou em uma ferramenta pseudo segura para fraudes, como manipulação de mercado – daí as multas. Antes das punições financeiras, Morgan Stanley e outros bancos, como Credit Suisse e HSBC já haviam demitido funcionários por uso de chats pessoais para trabalho.

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Sem horário: Conselho de Administração se reúne para votar indicação de Jean Paul Prates para a companhia 

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9h30: BC divulga dados do setor externo

10h30: EUA publicam pedidos de auxílio-desemprego da semana até 21/01

10h30: PIB dos EUA, primeira leitura do 4ºtrimestre

14h30: Tesouro Nacional divulga relatório da dívida pública com fechamento de dezembro e dados para 2023. Entrevista à imprensa às 15h.

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,60%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,17%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,30%

Bolsa de Paris (CAC): 0,69%

*às 7h53

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): Feriado de Ano Novo Lunar

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,12%

Hong Kong (Hang Seng): 2,37%

Commodities

Brent*: 1,01%, a US$ 86,99

Minério de ferro: 0,40%, a US$ 126,35 por tonelada em Singapura

*às 7h54

Vale a pena ler:

Fim do faroeste?

A quebra da segunda maior exchange do mundo, a FTX, fez crescer a pressão para que as criptomoedas sejam reguladas dentro do sistema financeiro, como se fossem bancos. De outro lado, há quem diga que formalizar o setor levaria a um efeito-contágio sobre o sistema financeiro tradicional. Entenda aqui os riscos nesta reportagem da VC S/A.

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Nos EUA

Antes da abertura: American Airlines e Mastercard

Após o fechamento: Intel e Visa

No Brasil, Cielo abre a temporada com divulgação dos dados após o fechamento

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