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Petróleo sobe 5% após Arábia Saudita negar acordo com Biden

Maior exportador do mundo não pretende aumentar a produção, para seguir surfando no petróleo acima de US$ 100. Bom para as petroleiras, que ajudaram o Ibovespa a fechar em leve alta: 0,38%.

Por Alexandre Versignassi
18 jul 2022, 18h00

Joe Biden foi à Arábia Saudita neste fim de semana pedir por um aumento na produção de petróleo – uma medida que frearia os aumentos nos preços dos combustíveis, e também a queda de popularidade de seu governo (55% dos americanos desaprovam Biden; no início do mandato eram só 32%). Mas o presidente dos EUA saiu de mãos abanando: não rolou acordo.

A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo. Em junho, produziram uma média de 10,65 milhões de barris por dia (para comparar, a Petrobras tira 2,7 milhões de bpd). Em tese, o país teria capacidade para tirar até 12 milhões de bpd. Mas não indicou que pretende fazer isso. 

“A mensagem é a seguinte: quem decide a oferta de petróleo é a OPEP+, e o cartel não está nem remotamente interessado naquilo que Biden pretende”, disse Naem Salam, analista-chefe da Avatrade, uma plataforma de negociação de commodities, ao The Guardian. 

Natural. O preço do petróleo não vinha subindo. Muito pelo contrário. Após atingir US$ 128 no início de maio, o barril caiu abaixo dos US$ 100 na semana passada. Do ponto de vista dos grandes exportadores (os 23 países da OPEP+, encabeçados pela Arábia Saudita), não é exatamente o melhor momento para aumentar a produção. 

Para eles, afinal, o mundo perfeito é surfar na onda do petróleo acima de US$ 100 enquanto for possível, controlando as torneiras para evitar um excesso de oferta, que colapsaria os preços, e os lucros.

Para dar uma ideia: as exportações de petróleo da Rússia (segunda maior exportadora) fecharam junho em 7,4 milhões de barris por dia. De acordo com a IEA (Agência Internacional de Energia) este é o menor nível desde agosto de 2021, por conta das sanções pós-invasão da Ucrânia. 

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Mas… Os lucros cresceram brutalmente, para US$ 20 bilhões ao mês: 40% a mais do que a média de 2021 (ano em que o barril flutuou entre módicos US$ 51 e US$ 76).

A esnobada saudita em Biden puxou o barril para cima novamente. A demanda, afinal, segue alta desde o arrefecimento da pandemia. Está neste momento em 99,2 milhões de barris por dia – perto dos pré-pandêmicos 99,5 milhões de bpd. Sem aumento de oferta no radar, então, o único caminho dos preços é para cima. 

A não ser que de fato comece a tão temida recessão global, catalisada pelos aumentos nos juros  – mas essa ainda não é a realidade.

Petroleiras

Barril em alta, petroleiras felizes. Petroras, PetroRio e 3R fecharam bem:

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PETR4: 2,29%

PRIO3: 6,71%

RRRP3: 2,26%

Isso ajudou o Ibovespa a fechar em leve alta, de 0,38%. Na contramão do exterior: o S&P 500 caiu 0,84%. 

SLC Agrícola

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Outro destaque do dia foi a SLC Agrícola (SLC3), produtora de algodão, soja e milho – e uma das poucas representantes do agronegócio no Ibovespa. As ações da companhia vinham experimentando uma queda forte: 31% do início de junho até a última sexta. 

Na semana passada, a SLC anunciou que aproveitaria esse tombo para fazer uma grande recompra: 4 milhões de ações ao longo de 18 meses (4,2% do total) – recompras sempre são uma amostra de que os controladores confiam no taco da companhia. Num primeiro momento após o anúncio, as ações seguiram em queda. Hoje, porém, o mercado parece ter dado seu voto de confiança também. Alta de 4,51%.

   

Até amanhã!

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Maiores altas

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PetroRio (PRIO3): 6,71%

SLC Agrícola (SLCE3): 4,51%

JHSF (JHSF3): 3,78%

Petrobras (PETR3): 3,33%

Cielo (CIEL3): 2,96%

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Maiores baixas

Eztec (EZTC3): -5,88%

BRF (BRFS3): -5,67%

Petz (PETZ3): -5,10%

Méliuz (CASH3): -4,50%

Marfrig (MRFG3): 4,46%

Ibovespa: 0,38%, a 96.916 pontos

Em NY:

S&P 500: – 0,84%, a 3.830

Nasdaq: – 0,81%, a 11.360

Dow Jones: – 0,69%, a 31.071

Dólar: 0,38%, a R$ 5,42

Petróleo

Brent: 5,05%, a US$ 106,27

WTI: 5,13%, a US$ 99,42

Minério de ferro: 5,51%, a US$ 101,40 por tonelada na bolsa de Cingapura

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