Petróleo sobe 1,77% após Arábia Saudita anunciar corte de produção
Plano saudita é evitar que brent continue caindo. Com minério em alta de 2,15% e fim da novela da dívida nos EUA, Ibovespa promete começar a semana em alta.
Bom dia!
A Arábia Saudita fará “tudo que for necessário para trazer estabilidade a esse mercado”. Este mercado, claro, é o de petróleo. E o “tudo necessário” é melhor traduzido com ações: a frase foi dita pelo ministro de Energia saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, no anúncio de que o país cortará a produção de suco de dinossauro em julho, reduzindo sua oferta em 1 milhão de barris por dia.
Estabilidade também é eufemismo. O que eles querem é evitar que o preço do barril caia ainda mais. No começo do ano passado, o Brent chegou a ser negociado a quase US$ 130, um reflexo da guerra da Ucrânia. Hoje, ele vale menos de US$ 80, o que vira um problema de geração de receitas para países que dependem do óleo. Daí a estratégia de tentar controlar os preços reduzindo a oferta.
Acontece que a queda do preço tem motivo: desde o ano passado, países ao redor do mundo têm elevado agressivamente as taxas de juros para combater a inflação (ironicamente, causada em boa parte pela alta nos preços dos combustíveis). Com menos dinheiro em circulação, há menos demanda por bens e serviços, e menos queima de gasolina e diesel para transportá-los. Resultado: o preço do petróleo cai.
Após o anúncio de corte de produção, o brent subia 1,77% por volta das 7h30 da manhã. É um sinal positivo para Petrobras (PETR4) e demais petroleiras do Ibovespa. Mas, com investidores ainda sonolentos, os recibos das ações da Petro subiam tímidos 0,33% no pré-mercado em Nova York.
Segundo sinal de que a segunda começa com o pé-direito é o minério, que avançou 2,15% na Ásia e deve embalar Vale e sua turma metaleira.
Mas haverá uma força contrária: os futuros de S&P 500 e Nasdaq estão no vermelho nesta manhã. No final de semana, Joe Biden assinou a lei que eleva o teto da dívida americana – e salvou o mundo do apocalipse. Mas, depois de semanas de impasse, agora a vida volta ao normal. Começamos a semana levemente no negativo, entre a ressaca e o respiro para traçar as perspectivas daqui para frente. Bons negócios.
Futuros do S&P 500: -0,02%
Futuros do Dow Jones: 0,06%
Futuros do Nasdaq: -0,28%
*às 7h35
CVC de CEO e dinheiro novos
Sem CEO desde 24 de maio, a CVC anunciou Fábio Godinho, ex-vice-presidente de Produtos e Marketing da companhia, para o cargo na última sexta-feira.
O executivo era o braço direito do fundador da companhia, Guilherme Paulus, que também volta
à empresa. Ele se comprometeu a colocar R$ 75 milhões na companhia. O investimento se dará via oferta de ações, em que ele pagará até R$ 3 por papel. Mas a oferta não ficará restrita a Paulus. A companhia vai a mercado em busca de, no mínimo, R$ 200 milhões, podendo colocar mais R$ 100 milhões em ações na rua.
Paulus deixou a CVC em 2009, quando a vendeu para o Carlyle, fundo de private equity, que também já deixou o negócio. Hoje, a maior acionista é a gestora Opportunity, com 18,5% das ações. Também se especula que a Opportunity deva colocar dinheiro no negócio. A empresa tem R$ 616 milhões em dívida líquida a um custo anual de 13,7%. A ideia é usar a capitalização que virá em até 60 dias para renegociar o débito, que tem comido toda a geração de caixa da CVC. Na sexta, a CVCB3 caiu 0,83%, a R$ 3,60.
8h25: Boletim Focus
9h: Lula discute com Haddad, Rui Costa e Alckmin programa de redução de preços dos automóveis e Desenrola
Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,05%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,48%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,03%
Bolsa de Paris (CAC): -0,16%
*às 7h34
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,46%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 2,20%
Hong Kong (Hang Seng): 0,84%
Brent*: 1,77%, a US$ 77,48
Minério de ferro: 2,15%, a US$ 106,58 por tonelada na bolsa de Dalian
*às 7h32
O processo que pode levar a 3M à falência
Começa nesta segunda o julgamento que pode levar a multinacional 3M à falência. A companhia é acusada de liberar resíduos químicos supostamente cancerígenos no abastecimento de água dos Estados Unidos. Se condenada, ela pode ter que gastar um valor 2,5 vezes maior que seu valor de mercado, de US$ 56,5 bilhões, apenas com a reparação de danos.
Essa primeira audiência, no tribunal federal de Charleston, Carolina do Sul, engloba cerca de 4 mil processos de governos estaduais e municipais a respeito da poluição causada por substâncias PFAS (per e polifluoralquil). Esses sintéticos são usados por muitas indústrias para tornar seus produtos antiaderentes, impermeáveis e resistentes a manchas.
Se a 3M tiver que arcar com custos de limpeza de PFAS em todo o país, ela deve gastar US$ 143 bilhões, estima a empresa de pesquisa financeira CreditSights. E isso sem contar demais custos com reparação de danos pessoais e multas. E não há caixa para pagar a conta. Ao fim do primeiro trimestre deste ano, a companhia tinha uma dívida líquida de US$ 12 bilhões. Entenda os processos nesta reportagem da Bloomberg, traduzida pelo Valor Econômico.