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Petrobras (PETR4) sobe 2,5% com mudança na política de preços

Apesar da ajuda da estatal, Ibovespa interrompe sequência de oito altas e cai 0,7%. MGLU3 desaba 23% após balanço.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 21 out 2024, 10h31 - Publicado em 16 Maio 2023, 18h07
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Dito e feito: a Petrobras anunciou hoje, em fato relevante, que vai alterar sua estratégia de definição dos preços da gasolina e do diesel – algo que já havia adiantado que faria. Com a novidade, os papéis da estatal saltaram 2,5%, figurando entre as maiores altas do Ibovespa nesta terça-feira.

Desde o governo Temer a empresa segue a política de paridade internacional de preços, ou seja, leva em conta basicamente o preço do petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar. O governo Lula sempre foi crítico da política e prometeu mudá-la, algo que aconteceu hoje.

A Petrobras não divulgou detalhes da nova estratégia, isso é, não há uma fórmula específica. Em comunicado, a empresa disse que levará em conta duas coisas para definir seus preços: i) o custo alternativo do cliente – ou seja, o valor cobrado pela concorrência – e ii) o valor marginal para a Petrobras – que o comunicado define como “o custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia, dentre elas produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”.

A empresa também confirmou que os reajustes continuarão a ser feitos sem periodicidade definida, “evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”. E que tudo isso aumentará a competitividade da Petrobras no mercado.

Basicamente, então, a nova política não vai deixar de considerar o preço do petróleo e a cotação do dólar para definir o preço de seus produtos. Mas esses fatores não serão os únicos na hora da decisão. Na prática, a estratégia dá mais flexibilidade para a empresa subir ou abaixar o preço.

O anúncio foi recebido por analistas e especialistas como vago, sem critérios específicos. Mas o mercado inicialmente parece ter gostado: alta de 2,49% para PETR4 e 2,24% para PETR3, ambas nas maiores altas do dia. O bom humor pode ser explicado porque a nova política não é tão radical e, na prática, não vai mudar tanto o que a empresa já faz hoje. 

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O Goldman Sachs, por exemplo, disse em relatório que apesar das incertezas sobre a companhia serem grandes – não só no tema preço dos combustíveis mas também na política de dividendos – a notícias recentes indicam que “o pior cenário esperado por alguns dos investidores não deve mais acontecer”. Já analistas da XP avaliaram que “ o preço da refinaria da Petrobras pode cair alguns centavos em alguns pontos de entrega, mas não mudará de maneira material”.

No fim, o grande anúncio tem mais impactos políticos do que práticos, pelo menos por enquanto. A ver como os reajustes seguirão nos próximos meses.

Gasolina mais barata

Falando em reajuste, a Petrobras anunciou também a redução dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha. 

O preço da gasolina nas refinarias da estatal cairá R$ 0,40 por litro, uma redução de  12,6%. O preço do diesel será reduzido em 12,8%, ou R$ 0,44 por litro. Já o preço do gás de cozinha cairá 21,3%, R$ 8,97 por botijão de 13 quilos.

Essas reduções significativas devem ter um impacto relevante na inflação, já que o gasto com gasolina e gás de cozinha corresponde a uma parte considerável (cerca de 6%) das despesas das famílias brasileiras. O efeito será melhor observado na próxima divulgação do IPCA.

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Arcabouço

Apesar da alta relevante dos papéis da Petrobras, a protagonista do dia não conseguiu salvar a bolsa brasileira nesta terça-feira. Em movimento de correção, o Ibovespa fechou em queda de 0,77% após oito pregões no azul.

Investidores seguem de olho na novela do arcabouço fiscal, que ganhou um novo capítulo com a divulgação do novo texto após parecer do deputado Cláudio Cajado, relator do projeto. A principal mudança foi a adição de punições ao governo caso ele falhe em atingir a meta fiscal, algo bem recebido pelo mercado, embora alguns ainda achem o texto flexível demais.

No primeiro ano de descumprimento, não será possível criar cargos que impliquem aumento de despesa, ou reajustar a despesa obrigatória acima da inflação, com exceção ao salário mínimo e do Bolsa Família. No segundo ano desregrado, não poderá haver reajuste dos servidores, contratação de pessoal e realização de concursos públicos, exceto para reposições de vacância.

A expectativa é que o regime de urgência seja votado amanhã na Câmara e que a lei em si vá ao plenário na semana que vem.

Na lanterninha

Na ponta oposta do Ibovespa, quem mais amargou no vermelho foi a Magazine Luiza. As ações da companhia fecharam em queda de 22,8% após balanço divulgado ontem.

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A Magalu registrou R$ 391,2 milhões de prejuízo no primeiro trimestre de 2023, um rombo ainda maior que os R$ 161,3 milhões negativos do mesmo período no ano passado. 

Foram números abaixo das expectativas do mercado, que já eram pessimistas. As vendas, por sua vez, subiram 10%, mas a companhia ainda tem tido dificuldade de recuperar a lucratividade. O Ebitda de R$ 324,1 milhões, por exemplo, veio 12% menor do que o previsto pelo Goldman. 

Até amanhã.

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Maiores altas

Hapvida (HAPV3): 8,25%

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Rede D’Or (RDOR3): 6,72%

Raízen (RAIZ4): 3,18%

Petrobras ON (PETR4):  2,49% 

Petrobras PN (PETR3): 2,24%

Maiores baixas

Magazine Luiza (MGLU3): -22,83%

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BRF (BRFS3): -9,17%

3R Petroleum (RRRP3): -7,53%

CVC Brasil (CVCB3): -6,67%

Via (VIIA3): -6,42%

Ibovespa: -0,77%, aos 108.193 pontos

Em Nova York

S&P 500: -0,64%, aos 4.109 pontos

Nasdaq: -0,18%, aos 12.343 pontos

Dow Jones: -1,01%, aos 33.012 pontos

Dólar: 1,12%, a R$ 4,9428

Petróleo

Brent: -0,42%, a US$ 74,91 

WTI: -0,35%, a US$ 70,86 

Minério de ferro: 1,12%, a US$ 103,85 por tonelada na bolsa de Dalian (China).

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