Continua após publicidade

PETR4, BBAS3 E ELET6: as estatais que se deram bem no ano eleitoral

A regra não escrita diz para evitar papéis dessas empresas em ano de pleito presidencial. Em 2022, porém, ela não funcionou.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 9 set 2022, 08h34 - Publicado em 9 set 2022, 05h00
-
 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

Existe uma lenda urbana no mercado de ações: a de que é melhor evitar empresas estatais em ano de eleição. Na teoria, faz sentido. O poder de interferência do governo nessas empresas é enorme, o que levaria a uma queda das ações durante o período eleitoral.

Mas não é o que está acontecendo. O investidor que tivesse seguido a máxima na virada de 2021 para 2022 teria perdido 15,96% de valorização nas ações da Petrobras (PETR4), 44,26% de alta na Eletrobras (ELET6, privatizada durante o ano) e outros 44,16% com a subida do Banco do Brasil (BBAS3). Essas são (ou eram) as três estatais ligadas à União quando o ano começou. O Ibovespa tem ganho bem mais modesto no período, coisa de 7%. 

Um dos motivos da valorização da Petrobras é, claro, a alta do petróleo. O combustível saiu de US$ 77, na virada do ano, para a máxima de quase US$ 130 por barril em 8 de março. No fim de agosto, era negociado na casa dos US$ 100, uma alta de ainda 30%.

Em janeiro, apenas três corretoras indicavam ações da petroleira: XP, Guide e Safra. Menos que as quatro recomendações de compra dadas à concorrente privada PetroRio (PRIO3), e muito longe dos 12 votos para a ação da Vale (que, por sinal, tem perda de 14% no ano).

Compartilhe essa matéria via:
Continua após a publicidade

Tem vezes que ser estatal é bom (mesmo que no curto prazo). Além do petróleo, há uma segunda explicação para a valorização de PETR4. O governo deu uma forçada de barra para encher o caixa e pagar a versão eleitoral do Auxílio Brasil. Pediu que as estatais antecipassem dividendos para colocar mais dinheiro no caixa do governo. Cada vez que a Petrobras distribui lucros, 36% vai para o cofre da União. E a petroleira não se fez de rogada: pagou o maior dividendo de sua história e ainda levou o título de maior pagadora de proventos do mundo no segundo trimestre. Até agora, foram R$ 136,3 bilhões em dividendos, 35% mais que o pago em todo 2021.

As outras duas estatais também foram negligenciadas pelos analistas. Lá em janeiro, apenas duas casas indicavam papéis do Banco do Brasil: Safra e MyCap. A Eletrobras não aparecia na carteira de ninguém. Pois é.

As altas em períodos eleitorais não são uma exceção. Nas últimas duas eleições, considerando o mesmo período de janeiro até o fim de agosto, a Petrobras bateu o Ibovespa com folga também em 2018 e em 2014 (foi depois de agosto daquele ano que as ações começaram a despencar, não só a Petro, mas todo o Ibovespa).

Já o Banco do Brasil e a Eletrobras tropeçaram em 2018, mas se saíram igualmente bem em 2014. Vale a máxima: resultados passados não são garantia de ganhos futuros. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.