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PEC da Transição enfrenta primeira votação no Senado

Proposta apresentada deve ser de R$ 198 bilhões fora do teto por dois anos.

Por Júlia Moura, Camila Barros
Atualizado em 6 dez 2022, 08h28 - Publicado em 6 dez 2022, 08h23

Bom dia!

Temida pela Faria Lima, a PEC da Transição começa a ser apreciada nesta terça no Congresso. A CCJ do Senado deve votar o projeto ainda hoje, que segue para aprovação no plenário na quarta. Tudo indica que será proposto um gasto extrateto de R$ 198 bilhões por dois anos. O principal objetivo da PEC é financiar um Bolsa Família de R$ 600 mensais.

A grande novidade é que o projeto pode passar a valer já este ano. Como o governo Bolsonaro ficou sem dinheiro para pagar despesas obrigatórias, a PEC pode ser necessária para bancar aposentadorias e universidades. Neste caso, seriam, no máximo, R$ 23 bilhões para o atual governo, que é o valor proveniente de receitas extraordinárias.

Se o valor final do projeto se manter elevado, ou superar a estimativa, aumenta o risco fiscal brasileiro. Ou seja, a União gasta mais sem arrecadar mais, o que compromete sua capacidade de arcar com obrigações. Com menos dinheiro nos cofres públicos, fica mais arriscado financiar o Brasil. É esse comprometimento dos gastos públicos que desvaloriza o real em relação ao dólar e deixa demais ativos brasileiros, como ações, menos atrativos. É claro que há um certo exagero nessas reações dramáticas do mercado. O governo federal ainda pode aumentar sua arrecadação nos próximos anos e determinar certas âncoras fiscais, de modo a passar mais confiança para o investidor gringo.

Por falar em gringos, o clima entre eles é de receio e espera. Após a forte desvalorização das bolsas ontem, o petróleo cai 1%, enquanto os índices futuros dos EUA operam perto do zero a zero, sem notícias positivas para incentivar uma recuperação. O que segue em voga é o receio em torno da resistência da economia americana em relação à alta de juros. No futuro, isso pode gerar uma recessão maior do que o inicialmente previsto.

Só nos resta esperar. 

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Europa
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Bolsa de Paris (CAC): -0,29%

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Fechamento na Ásia
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Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,54%

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Hong Kong (Hang Seng): -0,40%

Commodities
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Brent*: -1%, a US$ 81,81=5

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Minério de ferro: -0,28%, a US$ 108,25 por tonelada em Singapura

*às 8h05

market facts
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Apple à mercê da China

A Apple deve produzir 16 milhões de unidades de Iphones a menos do que o esperado para 2022, segundo um relatório do banco suíço UBS. Em parte, tem a ver com uma diminuição na demanda por modelos mais baratos do iPhone 14. Mas a maior parcela de culpa vai para a conta da Foxconn, principal produtora dos aparelhos da Apple. Sediada em Zhengzhou, na China, a fábrica tem sofrido com as restrições impostas pela política de covid zero no país. Operando com um número de funcionários reduzido, ela não está conseguindo acompanhar a demanda pelos iPhones. 

Depois da divulgação do relatório, as ações da Apple caíram 0,80%, a US$ 146,63. 

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O Wall Street Journal revelou que a empresa vem acelerando os seus planos de transferir parte de sua produção para fora da China. Ela espera que seus fornecedores migrem para outros países da Ásia, em especial Índia e Vietnã. 

Vale a pena ler:
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Os dias de 24h de trabalho no Vale do Silício

Mesmo depois das restrições contra covid ficarem para trás, a maioria das empresas do Vale do Silício permaneceu flexível em relação ao home office. Junto, veio um esforço dos gestores para tornar o ambiente de trabalho mais convidativo – daí os espaços de convivência, comida grátis e conversas sobre saúde mental. A postura parecia representar uma mudança na cultura dessas empresas, conhecidas por testarem a produtividade de seus funcionários até o limite do burnout. Mas foi só um lapso de benevolência: agora, virar a noite no escritório voltou à moda. Esta reportagem do Washington Post, traduzida pelo Estadão, conta como anda o ambiente de trabalho nas big techs.  

Os bancos centrais estão estocando ouro

Os bancos centrais estão aumentando os seus investimentos em ouro. Entre janeiro e setembro, a quantidade do metal em posse dos BCs subiu de 400 para 670 toneladas – um ritmo nunca visto desde o colapso do London Bullion Market, em desde 1968. Na época, o maior mercado de metais preciosos do mundo ficou sem estoque de ouro e fechou as portas por duas semanas. Consequência de 5 meses de compras aceleradas por parte dos bancos centrais europeus. Em 2022, quem vem comprando demais são os países emergentes. Aqui, a The Economist explica porquê. 

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

9h30, Brasil: CCJ do Senado tem sessão para votar a PEC da Transição

18h30, EUA: estoques de petróleo da semana até 02/12

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