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Mutação do coronavírus relembra começo da pandemia e azeda o Ibov

A seis pregões de 2021, mercado financeiro teme efeitos econômicos de novas medidas de contenção da doença.

Por Monique Lima, Tássia Kastner
Atualizado em 21 dez 2020, 19h18 - Publicado em 21 dez 2020, 19h08
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 (Tiago Araujo/Você S/A)
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Aviões em solo, fronteiras fechadas, comércio parado, cidades em lockdown. Parece março de 2020 e estava todo mundo só querendo saber de 2021. Foi quando o coronavírus estragou o recesso dos investidores e as principais bolsas globais voltaram ao negativo.

O motivo: uma mutação do coronavírus, identificada no Reino Unido, teria a capacidade de se disseminar de maneira ainda mais rápida que a anterior. 

O alerta sobre a nova variedade do vírus veio no sábado, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, aproveitou o pronunciamento para decretar um novo lockdown em Londres e no sul da Inglaterra, onde mais de mil pessoas já foram infectadas pelo patógeno em sua nova versão. E o problema está longe de ser apenas a mudança de planos de Natal e Ano-Novo. 

Virou um efeito-cascata. Mais de 40 países suspenderam voos para o Reino Unido. Alguns próximos como Alemanha, França e Itália, outros bem distantes, como Colômbia, Argentina e Peru. Não só voos. O Eurotúnel foi fechado, o que significa que não estamos falando só de férias e passeios, mas de comércio internacional.

Nem mesmo o início da vacinação, lá nos países ricos, acalmou o coração dos investidores. Eles temem que as vacinas desenvolvidas até agora não tenham eficácia sobre o vírus após a mutação. Antes do pânico, os fatos. Autoridades de saúde do Reino Unido e também o diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, afirmaram ser improvável que essa variante inviabilize as vacinas em andamento. 

Não foi o suficiente para acalmar o mercado, que relembrou os dias mais duros da pandemia e os efeitos nefastos que as medidas de contenção da doença têm sobre a economia dos países. Resultado? Todo mundo pro negativo.

Faltando seis pregões de 2021, o Ibovespa, na mínima do dia, voltou aos 114 mil pontos, com queda de 2,5%. Mas, se recuperou um pouco e fechou em 115.822 pontos, perdendo 1,86%. Apesar dos pesares, continua no positivo no ano, marca reconquistada há pouquíssimos dias.

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Em Nova York, o S&P 500 caiu 0,39% e o Nasdaq, -0,1%. 

Lá fora, o mercado contou com uma ajudinha para conter as perdas. Depois de meses de negociações, a novela do pacote de estímulos americano chegou ao fim. O Congresso definiu um valor de US$ 900 bilhões para ajudar na recuperação do país, depois de já ter jogado US$ 2,2 trilhão em abril. 

A ideia é que uma parcela desse montante já seja destinada à distribuição das vacinas, aos pequenos negócios e às escolas. Mas também vai servir para dar continuidade ao programa de “auxílio emergencial americano”, numa tentativa de ajudar a população enquanto mais pessoas se infectam e morrem pela doença no país. 

Pela nova proposta, adultos e crianças recebem o valor de US$ 600 até abril, enquanto para desempregados é acrescido mais US$ 300 a esse valor. O texto também prevê uma diminuição gradual no valor para quem tem renda superior a US$ 75 mil anuais. 

Dá para dizer que esse tão aguardado dinheiro extra e a aprovação de novas vacinas para os americanos ajudaram o dia a não terminar tão ruim como começou. Mas não muda o fato de que 2020 vai continuar complicando a vida do investidor enquanto puder.

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A notícia boa

Tem mais gente que ainda não saiu para o recesso de Natal. O Magalu anunciou nesta segunda a compra de uma fintech de pagamentos, a Hub Prepaid, com o objetivo de aumentar sua oferta de produtos financeiros. Foram desembolsados R$ 290 milhões para que os clientes passem a ter na plataforma serviços bancários como um cartão pré-pago abastecido pelo saldo original da conta digital.

A fintech que está há oito anos no mercado tem mais 4 milhões de contas digitais e movimentou R$ 6,6 bilhões nos últimos 12 meses. 

Com isso, o Magazine Luiza aumentou os serviços financeiros do Magalu Pay e a valorização das suas ações. A subida do dia foi de 2,24%. 

Já as maiores baixas todos já sabem quando o assunto é a piora da pandemia: turismo e companhias aéreas. 

Já ficou claro que em se tratando de coronavírus, a guarda não pode ser baixada, nem nas festas natalinas e de final do ano. Aquele #sextou vai ter que ficar guardado para depois do corona. 

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MAIORES ALTAS 

Magazine Luíza: 2,24%

Notre Dame Intermédica: 1,16%

CSN: 0,99%

BTG Pactual: 0,89%

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Qualicorp: 0,58%

 

MAIORES BAIXAS 

GOL: -4,77%

Embraer: -4,58%

Cielo: -4,27%

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Via Varejo: -3,98%

CVC: -3,93%

 

Dólar: 0,78%, a R$ 5,12 

 

Petróleo 

Brent: -2,99, cotado a US$ 50,70 

WTI: -2,77, cotado a US$ 47,74

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