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Medo do Fed continua, e bolsas iniciam semana no vermelho

O fim de semana não foi o suficiente para aliviar as tensões. O temor de que a economia americana possa entrar em recessão causa amargura generalizada.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 9 Maio 2022, 08h25 - Publicado em 9 Maio 2022, 08h24

Bom dia!

Desejar não faz mal, ao menos. Mas, se depender do humor dos mercados pela manhã, o dia promete ter pouco de “bom”.

Os índices futuros americanos caem mais de 1,5% nesta segunda-feira; o Nasdaq despenca mais de 2%. As bolsas europeias também estão em quedas semelhantes. Na Ásia, onde o mercado já fechou, o tombo foi ainda maior, com o índice Nikkei, de Tóquio, caindo 2,53%.

O que aconteceu? Nenhuma novidade, na verdade. Os mercados globais estão vivendo uma verdadeira montanha-russa imprevisível nos últimos dias, tentando absorver a política monetária mais dura do Fed, nos Estados Unidos. Na quarta-feira passada, Wall Street fez a festa com as declarações de Jerome Powell, o presidente do BC americano, que descartou um aumento de 0,75 pontos percentuais na taxa de juros para a próxima reunião. 

Na quinta-feira, porém, bateu a ressaca e os investidores perceberam que exageraram na comemoração. E outros integrantes do Fed vieram à tona com um discurso muito menos amigável com o de Powell, dizendo que sim, o aumento mais radical, de 0,75 p.p., é uma carta na manga a ser considerada. Resultado? Queda expressiva nas bolsas pelo mundo

Na sexta-feira, o payroll dos Estados Unidos veio forte, confirmando que o mercado de trabalho americano está a todo vapor – o que gera mais preocupações com a inflação, já altíssima, diga-se. Por aqui, o tombo só não foi pior porque a Petrobras salvou o Ibovespa.

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O mau-humor continua nesta segunda-feira, pelo visto. De concreto mesmo, investidores esperam dados da inflação americana, que saem nesta quarta-feira, para saberem se confiam mais no discurso suave de Powell ou nas falas agressivas de seus colegas. Se o aumento dos preços vier mais alto do que o esperado, as promessas do presidente do órgão sobre não haver aumento de 0,75 p.p. podem ir pro ralo.

Até lá, investidores procuram o conforto da renda fixa, e os juros dos Treasuries americanos vão para a máxima do ano. Estrangeiros também diminuem o fluxo em mercados emergentes, como o nosso, em busca de opções mais seguras. A tirada do dinheiro gringo, por sinal, vem machucando o Ibov nas últimas semanas. 

Por aqui, o que também influencia no jogo são os balanços. Hoje, os números do Itaú, divulgados nesta manhã, mostram um lucro R$ 7,36 bilhões,15% maior do que o apresentado no mesmo período do ano passado, e em linha com as estimativas dos analistas. 

Bons negócios.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

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Futuros S&P 500: -1,95%

Futuros Nasdaq: -2,41%

Futuros Dow: -1,63%

*às 7h55

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): -2,06%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -1,79%

Bolsa de Frankfurt (Dax):  -1,71%

Bolsa de Paris (CAC): -2,04%

*às 7h56

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Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,80%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -2,53%

Hong Kong (Hang Seng): feriado, sem pregão

Commodities

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Brent: -2,16%, a US$ 109,96*

Minério de ferro: -6,25%, a US$ 129,30 por tonelada em Cingapura

*às 8h03

Agenda

Dia de agenda esvaziada.

market facts

Discriminação doendo no bolso

A rede social LinkedIn fechou um acordo com o governo dos Estados Unidos em que concorda em pagar US$ 1,8 milhão para 686 funcionárias que, segundo o Departamento de Trabalho Americano, recebiam salários muito menores do que seus colegas homens em seus escritórios na Califórnia. Em uma avaliação de rotina, a agência do governo constatou que as funcionárias mulheres ganhavam bem menos entre os anos de 2017 e 2019, e que não havia fatores plausíveis para explicar a diferença. Apesar de entrar no acordo, o LinkedIn, da Microsoft, afirma que não concorda com a decisão do governo e nega discriminação.

Vale a pena ler:

Aborto e mercado de trabalho

A participação das mulheres na força de trabalho dos Estados Unidos subiu de cerca de 43% em 1970 para 57,4% em 2019. Muitos fatores explicam o salto, mas o direito ao aborto, conquistado em 1973 por meio de decisão da Suprema Corte americana, é um dos motivos que impactaram a carreira das mulheres e o mercado de trabalho como um todo. Agora, um rascunho vazado indica que a Suprema Corte deverá reverter a decisão do famoso caso Roe v. Wade, deixando milhões de mulheres em alguns estados americanos sem acesso ao procedimento. Entenda o que isso significa para o mercado de trabalho feminino neste texto

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Antes da abertura do mercado, saem os resultados da Azul, BB Seguridade, BTG Pactual e Itaú. Depois do fechamento, Assaí, Méliuz e Via.

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