Lockdown na China derruba o minério (-7%) e o petróleo (-5%)
Barril voltou a US$ 107. Minério de ferro, a US$ 144. Em dia fraco para as commodities (e para o resto do mercado), Ibovespa cai 1,60%
“Logo depois da pandemia, vem uma guerra…”, tanta gente lamentou. Mas calma que piora, porque a pandemia não só segue entre nós como volta a dar dores de cabeça justamente onde tudo começou, na China.
O país viveu uma situação bem diferente da de qualquer outro. Houve mais óbitos por Covid em Campinas (4,9 mil), no interior de São Paulo, do que na China inteira (4,6 mil). Ao que tudo indica, por conta dos lockdowns orwellianos pelos quais o país passou no início da pandemia, seguidos pela vacinação em massa.
A China não registra novas mortes desde fevereiro de 2020. Mas a Ômicron está fazendo o número de casos subir a um número inédito por lá. Foram 3.122 no sábado, o maior desde o começo de tudo, e mais que o dobro do dia anterior.
Não é nada perto do que o Brasil registrou no mesmo dia (47 mil). A diferença é que lá vírus se espalhando é sinônimo de convocação de lockdown pesado, dada a política de tolerância abaixo de zero com o vírus.
E é o que está (re)começando a acontecer. Já no domingo, Shenzen, metrópole de 17 milhões de habitantes no sul do país, entrou em lockdown por pelo menos uma semana. Depois, vieram outras cidades, elevando o número de isolados para 51 milhões.
Dado o poder de infecção da Ômicron, tudo indica que é só o começo de uma nova fase de restrições pesadas à circulação de pessoas na China.
Como a economia não passa incólume por momentos assim, e a China é o maior comprador de minério de ferro da galáxia, a commodity caiu 7% nesta manhã, a US$ 143 a tonelada.
O barril de petróleo foi na mesma toada: -5% para o Brent, a US$ 106,90, mesmo sem notícias positivas vindas da Ucrânia. Muito pelo contrário: as conversas diplomáticas entre negociadores dos dois lados, que aconteceram hoje, tiveram, de acordo com os representantes da Ucrânia, uma “pausa técnica”, e só voltam amanhã. Enquanto isso, a Rússia segue bombardeando Kiev, a capital, e 2,8 milhões (6% da população) já deixaram o país.
Nota: mesmo com as quedas, a dupla de commodities segue bem cotada. Em dezembro, outro dia, o minério estava a US$ 115; o petróleo, a US$ 68.
Bom, em Nova York, o ritmo é de espera pela decisão do Fed sobre os juros, marcada para esta quarta. A expectativa é a de que a “Selic” deles saia dos atuais 0,08% e vá a 0,25% – para os mais pessimistas, a 0,50%.
Enquanto a realidade não se descortina, e os fatos do resto do mundo não animam, as bolsas seguem cabisbaixas. Queda de 0,45% no S&P 500. O Ibovespa acompanhou com esteroides, já que sofre mais em dia de queda nas commodities: -1,60%.
Até amanhã.
MAIORES ALTAS
JHSF (JHSF3): 6,24%
Santander (SANB11): 4,36%
Sabesp (SBSP3): 1,41%
Itaú (ITUB4): 1,41%
Pão de açúcar (PCAR3): 1,31%
MAIORES BAIXAS
Magazine Luiza (MGLU3): -6,33%
CSN Mineração (CMIN3): -6,21%
CSN (CSNA3): -5,83%
PetroRio (PRIO3): -5,42%
Vale (VALE3): -5,36%
Ibovespa: -1,60%, aos 109.927 pontos
Em Nova York
S&P 500: -0,74%, aos 4.173 pontos
Nasdaq: -2,06%, aos 12.578 pontos
Dow Jones: 0,01%, aos 32.946 pontos
Dólar: 1,30%, a R$ 5,1200
Petróleo
Brent: -5,12%, a US$ 106,90
WTI: -5,78%, a US$ 103,01
Minério de ferro: -7,33%, a US$ 143,70 por tonelada no porto de Qingdao (China)