IPCA de março e arcabouço fiscal protagonizam o dia
Inflação deve recuar no mês, enquanto nova regra fiscal pode ser enviada ao Congresso ainda nesta semana, mesmo com Lula e Haddad na China.
Bom dia!
O IPCA, divulgado já às 9h, é o principal dado do dia. O índice de preços deve recuar em março, indo para 0,77%, segundo as projeções reunidas pelo Broadcast, uma desaceleração dos 0,84% de fevereiro, quando o reajuste das matrículas escolares pesou. Na comparação anual, o consenso espera uma inflação de 4,7%, uma queda importante dos 5,6% de fevereiro. Investidores ficarão de olho no impacto que a reoneração parcial dos tributos dos combustíveis poderá ter no dado.
Além do número, o noticiário é relativamente aquecido, com Lula e sua comitiva, que inclui Haddad, embarcando para a China. Ao mesmo tempo, espera-se que o texto do arcabouço fiscal avance essa semana, segundo o próprio ministro da Fazenda. A missão de enviar o texto final ao Congresso fica, então, nas mãos do vice Geraldo Alckmin e da ministra do Planejamento, Simone Tebet (dois nomes que, teoricamente, agradam investidores).
O mercado olha com desconfiança o atraso do envio do texto, já que alas mais ideológicas do governo pedem mudanças na regra para permitir mais gastança. O Diretório Nacional do PT, diga-se, “convocou” Haddad para debater o arcabouço; parte importante dos nomes do partido são críticos a ela. Lula, por sua vez, parece ter ficado do lado do Haddad, mas possíveis mudanças nos detalhes do texto ainda preocupam.
Na China, nosso principal parceiro econômico, Lula deverá assinar cerca de 20 acordos bilaterais, mas dificilmente haverá alguma grande novidade capaz de chacoalhar o mercado.
Nos EUA, a espera pelo dado local de inflação também causa ansiedade. O CPI (IPCA deles) sai na quarta-feira. Na sexta-feira começa a temporada de balanço dos bancões americanos, que se estende na semana que vem também. Serão números acompanhados de perto após o estresse do sistema financeiro global, iniciado na quebra do SVB. Por enquanto, tranquilidade: os futuros operam no azul, assim como as bolsas europeias na volta do feriado.
Bons negócios.
Futuros do S&P 500: 0,18%
Futuros do Dow Jones: 0,10%
Futuros do Nasdaq: 0,19%
*às 7h57
Invasões em contas do Nubank
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) notificou o Nubank na última quinta (06). Motivo: queixas de clientes em redes sociais e sites de reclamações afirmando que suas contas foram invadidas por hackers – que teriam levantado empréstimos em nome das vítimas, e transferido grandes somas de dinheiro. O Idec pediu mais informações ao banco.
De acordo com a entidade, o Nubank respondeu que as invasões acontecem após os clientes baixarem aplicativos de proveniência duvidosa, e que a versão atualizada de seu app previne contra esse tipo de fraude. Ontem (10), o banco soltou uma nota para a broadcast dizendo que reafirma “seu compromisso com a proteção de seus mais de 70 milhões de clientes”, e que “em caso de suspeita de movimentação indevida por terceiros, os clientes devem seguir o passo a passo do SOS Nu, hub de segurança da companhia”.
Lula embarca para China com sua comitiva (pela manhã)
9h IBGE divulga IPCA de março
10h FMI divulga relatório de Perspectiva Econômica Mundial
18h30 Roberto Campos Neto, do BC, participa de reunião com investidores promovida pelo Council of the Americas
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,71%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,24%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,53%
Bolsa de Paris (CAC): 0,89%
*às 8h01
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,11%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,05%
Hong Kong (Hang Seng): 0,76%
Brent*: -0,36%, a US$ 83,88
Minério de ferro: 1,53%, a US$ 115,98 por tonelada em Dalian (China)
*às 7h48
XP: a aposta nos serviços de bancão
“A XP chegou a ser negociada a 44 vezes o lucro, hoje está a nove. Talvez 44 estivesse errado e exagerado, nove também”, disse Thiago Mafra, CEO da XP Investimentos ao Valor. A ação, negociada na Nasdaq, cai 71% desde o IPO, realizado em 2019. Nesse meio tempo, a empresa cortou custos e fez demissões. Nesta entrevista, a dupla diz que os ajustes necessários estão feitos, e mostra como a XP pretende crescer nos serviços típicos de bancos tradicionais – principalmente crédito e seguros.