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Inflação chinesa em 0,2% ao ano decepciona, S&P 500 entra em bull market

A emenda de feriado está auspiciosa para as blue chips do Ibovespa, com o minério continuando seu rali e o petróleo se recuperando do boato sobre o fim das sanções dos EUA contra o Irã. 

Por Bruno Vaiano e Júlia Moura
9 jun 2023, 08h10
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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A China é o mundo invertido de Stranger Things: por lá, a torcida é por inflação alta, juros subterrâneos e bons indicadores econômicos, na contramão das expectativas para os países ocidentais, onde o combate à inflação é a pauta da vez, as “Selics” estão no maior patamar em anos e os BCs comemoram dados fracos de emprego e produção industrial – que indicam uma atividade econômica mais lenta e propícia para controlar as altas nos preços. 

É que o ciclo deles saiu de compasso com o lado de cá do Pacífico. Enquanto os Estados Unidos e a Europa lidam com a enorme quantidade de dinheiro que injetaram em suas economias durante a pandemia, entre 2020 e 2021, a China abandonou só recentemente os lockdowns – em novembro de 2022 – e não pegou no tranco com a reabertura, que está mais ao estilo Geisel: lenta, gradual e segura. 

Vide a inflação de maio, divulgada hoje (ou melhor, “hoje” para eles, ontem à noite para nós): os preços subiram 0,2% nos últimos 12 meses, abaixo da expectativa, que era 0,3%. É um sonho para a Inglaterra, onde esse número está em 10%. Mas, para os chineses, é uma má notícia: metas de inflação de países desenvolvidos costumam ser postas em 2% ao ano justamente porque um pouquinho de alta nos preços é melhor do que nenhuma alta. 

A expectativa de que XI Jinping vai aprovar medidas de estímulo para tirar o país do lugar tem movimentado um rali no minério de ferro desde o início de julho. A commodity favorita da construção civil chinesa, que havia alcançado US$ 134 em março (no auge das expectativas com a reabertura), desabou para US$ 97 em maio – quando o mercado aceitou que o tigrão asiático, na verdade, estava em marcha lenta. Agora, o minério recupera um pouco do terreno perdido, aos US$ 112. Hoje, houve alta de 1,97% nos contratos à vista na bolsa de Cingapura e de 3,44% na bolsa de Dalian. 

Seis bancos estatais chineses acabam de cortar taxas, o que prepara o terreno para o BC deles baixar os juros dos atuais 3,65% – razoavelmente altos para uma situação em que a economia precisa de uma injeção de liquidez. 

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EUA

Essa está longe de ser a única notícia boa. Enquanto os brasileiros descansavam no feriado de Corpus Christi, o índice S&P 500 entrou oficialmente em bull market, ou seja: houve uma alta de 20% desde o último vale no gráfico, registrado em outubro do ano passado (entenda melhor aqui o critério para determinar se um mercado está em temporada de touro ou de urso). O Nasdaq já bateu essa marca com folga, puxado pela Nvidia, e está em 30%. O Dow Jones, porém, ainda está no modo ursinho, em 17%.

A plataforma de monitoramento do CME Group dá 72% de chance de que o Fed mantenha a taxa básica de juros dos EUA na atual janela (entre 5% e 5,25%) na próxima reunião do comitê de política monetária, marcada para os dias 13 e 14 de junho. 

Embora o banco central americano não descarte mais altas até o final do ano, o dado mais recente sobre pedidos de seguro-desemprego mostra que a economia do país está reagindo ao freio de mão puxado: foram 261 mil requerimentos do tipo na semana que terminou em 3 de junho, acima dos 240 mil esperados. Na contramão desse número otimista, há as histórias do Canadá e da Austrália, que haviam interrompidos seus ciclos de alta, mas voltaram a subir os juros após fracassarem no combate à inflação. 

Petróleo 

O boato de que os EUA e o Irã estariam próximos de um acordo para resolver o imbróglio nuclear fez a cotação do barril cair ontem, já que o fim das sanções ao país asiático significaria um enxurrada de petróleo novo no mercado – capaz de contrabalancear parcialmente os cortes de oferta por parte do cartel Opep+ neste ano, pensados para forçar artificialmente a cotação para cima.  

Porém, os governos de Washington e Teerã já desmentiram com igual ênfase a fofoca (os iranianos nem se deram ao trabalho de escrever a própria refutação: “nosso comentário é o mesmo da Casa Branca”). Com isso, a queda na commodity desacelerou. Hoje, às 7h30 da manhã, já estava em 0,15%, a US$ 76,11.

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A Petrobras não deu bola. Seus recibos negociados na bolsa de Nova York subiram 1,80% ontem e estão em alta no pré-market: 0,30% às 7h30. Os recibos da Vale também subiram: alcançaram 1,08% na quinta com a notícia, dada na quarta, de que a subsidiária Vale Overseas vai vender US$ 1,5 bilhão em títulos (bonds), com rendimento de 6,245% e vencimento daqui dez anos, em 2033. 

Apesar de tantas notícias boas, os futuros de Nova York começam o dia chateados com o dia de agenda esvaziada, em compasso de espera para o próximo encontro do Fomc. Veja aqui embaixo, no humorômetro – e bons negócios na emenda de feriado. 

 

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros S&P 500: -0,16%

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Futuros Nasdaq: -0,09%

Futuros Dow: -0,22%

*às 7h51

market facts

Ame passa a cobrar tarifa na conta digital

A Ame Digital vai cobrar tarifa de manutenção da sua conta a partir de 5 de julho. Os usuários da plataforma terão que desembolsar R$ 2,99 por mês a partir do 91º dia em que o saldo obtido com cashback em compras ficar parado, informou a empresa na última quarta-feira.

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A fintech da Americanas (AMER3) é vista como um potencial bote salva-vidas pela companhia em recuperação judicial. Desde maio, a varejista estuda sua venda para tentar reduzir a dívida de quase R$ 50 bilhões.

Segundo o último balanço disponível, do terceiro trimestre de 2022, a Ame contava com mais de 2 milhões de cartões emitidos e 30,5 milhões de contas abertas. Neste período, ela teve um Ebitda de R$ 41,5 milhões e lucro líquido de R$ 20,2 milhões, ambos cinco vezes maiores do que no trimestre anterior. No total, a companhia teve um Ebitda de R$ 582,3 milhões e um prejuízo de R$ 211,6 milhões no mesmo intervalo.

Agenda

Dia de agenda esvaziada.

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,31%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,39%

Bolsa de Frankfurt (Dax):-0,33%

Bolsa de Paris (CAC): -0,35%

*às 7h53

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,43%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,97%

Hong Kong (Hang Seng): 0,47%

Commodities

Brent: 0,15% a US$ 76,11 o barril

*às 7h55

Minério de ferro: +2,13%, a US$ 112,55 a tonelada, na bolsa de Cingapura

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Vale a pena investir em debêntures?

Os títulos de dívida de empresas estão pagando bem mais que o Tesouro Direto, especialmente após as crises de Americanas, Oi e Light, que deixaram um rombo nos fundos de debêntures. Separando o joio do trigo, vale a pena entrar nessa? Na nossa reportagem de capa de junho, explicamos como debêntures funcionam na prática, quais seus riscos e vantagens, e como aplicar de forma responsável.

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