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Ibov tira o atraso, sobe mais de 2% e vai direto ao recorde de 122 mil

A disparada tem nome: Vale. A companhia com maior peso no índice teve alta de 7% e as ações superaram a marca simbólica de R$ 100.

Por Monique Lima, Tássia Kastner
Atualizado em 7 jan 2021, 20h04 - Publicado em 7 jan 2021, 19h07

Enfim, ele conseguiu. Sim, o Ibovespa conseguiu manter, e até mesmo superar, os 120 mil pontos ensaiados desde o final do ano passado. O dia inteiro foi de altas e mais altas, alcançando uma máxima histórica de 122.696 pontos. 

O fechamento em si, foi um pouco menor, mas ainda inédito, com valorização de 2,76%, aos 122.385 pontos. Ok, se trata de um valor nominal, como já explicamos aqui, mas ainda assim é significativo e sempre aguardado pelo investidor. 

E foi alcançado graças a pesos pesados já bem conhecidos do principal índice brasileiro: empresas de commodities. 

Foi um dia de marcas simbólicas. A Vale disparou 7,02% e atingiu a marca de R$ 100 por ação. R$ 100 não, R$ 102,32. Parênteses antes de seguir. Não custa lembrar que R$ 100 não diz se uma empresa está cara ou barata, a conta é pelo indicador P/L (ou preço sobre lucro). O P/L da Vale está em 33, o que significa que o investidor que tiver comprado a ação hoje precisará esperar 33 anos para que o investimento dê retorno. E esse é um P/L ok, compatível com o da Apple, por exemplo.

Voltando. A alta da Vale hoje foi puxada pelo minério de ferro que é vendido lá em Qingdao, na China. E bem, é isso que vem sustentando a B3 há um bom tempo. Considerando que a participação da empresa no Ibovespa é de 10%, dá para entender porque ela sempre faz diferença, não é mesmo? 

Outra empresa que somando seus papéis chega perto da mesma porcentagem de participação e alavancou a bolsa hoje é a Petrobras. Sim. O petróleo está bem cotado lá fora e a petroleira aqui dentro. Os papéis fecharam em 3,09%, para as duas PETR3 e PETR4. 

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E nem são delas as principais altas do dia, pra você ver como rendeu bem. 

Os destaques ficaram com Suzano (8,64%) e Klabin (8,07%). A primeira, porque anunciou o aumento no preço da tonelada da celulose, com vigência imediata para o Sudeste Asiático e o Oriente Médio. E acabou levando junto a Klabin, que também já estava numa boa toada pela emissão de US$ 500 milhões em títulos no exterior. 

Não é que a alta tenha sido em massa, é que quem subiu, subiu desse jeito empolgado. Das 81 ações do índice, 47 avançaram, 34 caíram.

Mas veja bem, tudo isso só foi possível porque o mundo acordou mais tranquilo e esperançoso com a resolução da crise política nos Estados Unidos. 

Democratas no poder

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Começou nesta madrugada, quando o Congresso americano deu continuidade a confirmação de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos, após a dispersão da invasão de manifestantes apoiadores de Donald Trump ao Capitólio

Com isso, se oficializou uma nova presidência democrata no país, além da “onda azul” que se confirmou no Senado ainda no dia anterior, depois da Geórgia definir as duas cadeiras restantes do estado. Era tudo o que os investidores queriam. 

Isso porque o domínio democrata nos Estados Unidos cria muitas expectativas: mais estímulos fiscais para o combate ao coronavírus, relações diplomáticas mais estáveis com países importantes como a China, recuperação econômica mais rápida e retomada nos preços e venda de commodities, todos tópicos que interessam ao mercado financeiro e podem ajudar na crise instaurada pela pandemia. 

Se a perspectiva já era boa, só melhorou com a diminuição nos pedidos de seguro-desemprego que foram divulgados nesta quinta-feira. A previsão dos especialistas ouvidos pela Bloomberg era de 800 mil, mas ficou em 787 mil, mesmo com os avanços do coronavírus no final do ano.

Logo, as bolsas em Nova York tiveram bons ganhos. O S&P 500 fechou avançando 1,48% e o Nasdaq aumentou 2,56%. 

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Esse cenário positivo foi o que ajudou as commodities, como já falamos. Mas o Brasil teve um plus: o anúncio da CoronaVac.  

A vacina do Doria

Em coletiva de imprensa, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou que a eficácia da vacina CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, é de 78% a 100% no combate à Covid-19. 

De acordo com o governo, o imunizante protege contra mortes e casos graves, e ainda preveniu internações nos casos de voluntários que foram contaminados. Foram mais de 12 mil voluntários, todos profissionais da saúde, como médicos e enfermeiros. 

Também na coletiva, o governador informou que o Instituto Butantan, responsável pela fabricação do imunizante no Brasil, já solicitou a aprovação do uso emergencial da vacina pela Anvisa, que tem o prazo de dez dias para dar seu parecer. 

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A expectativa é que o uso emergencial seja autorizado até o dia 25 de janeiro, data que o governador João Doria estabeleceu como início do plano estadual de imunização.

 

MAIORES ALTAS 

Suzano: 8,64%

Bradespar: 8,28%

Klabin: 8,07%

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Vale: 7,02%

CSNA: 6,44%

 

MAIORES BAIXAS 

CVC: -3,65%

Energisa: -3,57%

CPFL Energia: -3,45%

Via Varejo: -2,77%

Telefonica: -2,44%

 

Dólar: 1,82%, a R$ 5,39

 

Petróleo

Brent: 0,14%, a US$ 54,38 o barril

WTI: 0,40%, a US$ 50,83 o barril

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