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Governo faz lista de 35 prioridades de reformas e Ibovespa se anima

Bolsa sobe 1,26% com a extensa pauta tirada da gaveta após eleição de aliados na Câmara e no Senado.

Por Luciana Lima
Atualizado em 18 out 2024, 09h35 - Publicado em 3 fev 2021, 20h21
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 (Laís Zanocco/VOCÊ S/A)
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O clima de festa com a eleição de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a liderança do Congresso continua ecoando na Faria Lima e arredores (e não é daquela que reuniu mais de 300 pessoas na segunda-feira em Brasília que estamos falando). 

É que o dia de hoje foi marcado por afagos ao mercado. Começou logo pela manhã, quando Lira e Pacheco leram, em conjunto, um documento com as pautas prioritárias para o Congresso neste 2021. 

No discurso, Pacheco, novo presidente do Senado, defendeu um prazo para o envio do relatório final da PEC da reforma tributária, sinalizou apoio à reforma administrativa e afirmou que a PEC Emergencial (aquela enviada em 2019 pelo Guedes e que tem sido defendida como a salvação da lavoura para arcar com gastos extras como auxílio emergencial) será discutida o “quanto antes”. 

O que já era música para os ouvidos do mercado se tornou uma verdadeira sinfonia quando, em seguida, o presidente Jair Bolsonaro acenou que a pauta liberal no governo não tinha ido completamente pelos ares. Para mostrar que a relação com o Legislativo havia mudado (e os dias de arranca rabo com o presidente da Câmara haviam ficado para trás), Bolsonaro chamou uma reunião com Lira e Pacheco.

No encontro, o presidente também entregou um documento com as prioridades que o governo espera que o Congresso se comprometa. Porém, esqueceu de ver no dicionário a definição de prioridade: a lista entregue aos parlamentares continha nada mais, nada menos, que 35 pontos. Alguém aí disse que quando tudo é urgente, nada é urgente? Mas o  mercado não se importou.

Bem, dentre os tópicos, além das reformas trabalhistas e administrativas, também estavam outros projetos defendidos pela equipe econômica, como a autonomia do Banco Central, a Lei do Gás e a privatização da Eletrobras. A pauta de costumes, barrada por Maia nos anos anteriores, também reapareceu.  

Fiando-se na boa relação que possui com Lira e Pacheco, pela qual aliás Bolsonaro trabalhou arduamente (só em emendas para parlamentares votarem nos seus favoritos na eleição para o Congresso foram R$ 504 milhões), o presidente incluiu na pauta itens como a aprovação do PL de registro de armas, autorização para o ensino doméstico, a tipificação de pedofilia como crime hediondo e revisão da lei de drogas. 

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Mesmo com a lista mais extensa que a de uma criança para o Papai Noel no final do ano, as palavrinhas mágicas: privatização e reformas foram o suficiente para fazer o mercado ficar saltitante. Ajudou também o fato de que, depois de algum tempo sumido, o Paulo Guedes resolveu mostrar que ainda era Ministro da Economia. 

É que a equipe econômica enviou uma outra lista, essa publicada no jornal Estadão, com a relação de benefícios concedidos a funcionários de 46 empresas estatais. Entre os penduricalhos, estão o pagamento de 100% do salário como adicional de férias na Petrobras e ajuda educacional de R$ 1,2 mil para filhos menores de 18 anos no BNDES. Foi o sinal que o mercado precisava para acreditar que a ofensiva privatizadora de Guedes não acabou. 

Com tantos acenos, é lógico que o mercado ficou feliz. E o Ibovespa subiu. No meio do dia, o Ibov chegou a recuperar os 120 mil pontos, mas pisou no freio e terminou em alta de 1,26%, aos 119.724,72 pontos. 

Temporada de balanços 

No noticiário corporativo, o destaque fica por conta do BTG. O banco passou o dia liderando as altas na bolsa e terminou lá em cima, ganhando 7,73%. Tudo isso porque o Goldman Sachs elevou o preço-alvo da ação da instituição. Segundo o bancão norte-americano, o BTG deve ter um crescimento nos lucros de 2% a 5% neste ano em comparação com 2020 — isso enquanto os bancos que já divulgaram resultados, Itaú (maior banco privado do país) e o Santander, por exemplo, encolheram. 

Depois do fechamento do mercado de hoje, o Bradesco também divulgou seu  balanço. E acompanhou os pares na queda. Em 2020, o banco teve lucro de R$ 16,546 bilhões, um tombo de 26,7% em comparação ao ano anterior. Só que, no quarto trimestre, a instituição apresentou uma bela recuperação. No período, o Bradesco registrou um lucro líquido de R$ 5,464 bilhões. Isso representa um aumento de 35% em relação ao terceiro trimestre de 2020. O que o mercado vai achar disso? Só vamos saber amanhã. 

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Já os dados do Santander saíram pela manhã desta quarta – e a gente já sabe o que os investidores acharam.  O braço local do banco espanhol também demonstrou superar os efeitos da pandemia a partir do quarto trimestre. Nos últimos três meses de 2020, a instituição lucrou  R$ 3,958 bilhões, alta de 6,22% na base anual. E esse resultado melhor no quarto trimestre até chegou a animar os investidores – no meio da manhã, o Santander subiu quase 3%. No final, eles optaram por embolsar o lucro e o banco terminou em queda de 0,39%. 

Lá fora, os investidores também tiveram um dia de dúvida e oscilaram entre realizar o lucro com as ações das big techs ou ir às compras. Algumas coisas seguraram a bronca. Primeiro, o fato de que, em janeiro, o setor privado americano criou 174 mil postos de emprego, três vezes mais que a projeção inicial. Animou também a notícia de que a Casa Branca está pronta para começar a enviar vacinas de Covid-19 para as farmácias, acelerando a imunização no país. Com isso, o número de pessoas vacinadas pularia de 1 milhão para 11,5 milhões por semana (canta comigo: sonho meu, sonho meu…)

No Nasdaq, enquanto o Google disparou 7,24% após reportar lucro líquido de US$ 15,23 bilhões no quarto trimestre de 2020 (bem acima do previsto pelo mercado), a Amazon caiu 2,05% com a notícia da saída de Bezos. No final, o índice fechou estável, -0,02%, aos 13.610 pontos. Já o Dow Jones teve alta de 0,12%, aos 30.723 pontos e  o S&P 500 valorizou 0,10%, para 3.830 pontos. 

Depois dos momentos insanos da semana passada, o temor com a rebelião das sardinhas parece que ficou no passado. Pelo menos por ora. 

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Maiores altas

BTG: 7,73%

Braskem: 6,21%

Multiplan: 5,63%

Rumo S.A: 4,47%

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Weg: 4,3%

Maiores baixas

Totvs: 2,31%

CVC: 2,25%

Petrobras Distribuidora: 1,49%

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Gol: 1,45%

Via Varejo: 1,30%

Dólar: +0,29%, a R$ 5,37

Petróleo

Brent (referência internacional): +2,12%, cotado a US$ 58,68 o barril

WTI (referência nos EUA): +1.70%, cotado a US$ 55,69 o barril

Minério de ferro: alta de 1,90%, cotado a US$ 152,65 por tonelada no porto chinês de Qingdao (China). 

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