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Google (GOGL34) reacende corrida da IA e sobe 5,34%

Alphabet lança Gemini, a sua IA mais potente, para bater de frente com a OpenAI. Por aqui, Ibovespa sobe modestos 0,3% de olho em commodities.

Por Sofia Kercher e Bruno Carbinatto
7 dez 2023, 19h05

O que os investidores de Wall Street e os torcedores do Palmeiras têm em comum? O bom humor inabalável nesta quinta-feira (7). Os principais índices americanos fecharam em alta, impulsionados pela euforia do mercado com a IA. 

O destaque ficou para a Nasdaq, que concentra as ações techs: alta de 1,37%. E a estrela do dia foi a Alphabet, controladora do Google. Alta de 5,3%, por cortesia de novidades na sua Inteligência Artificial, a Bard (mais detalhes adiante).

A bom humor gringo não bateu aqui no commodistão, pouco sensível ao setor (hiper)tech. O Ibovespa fechou numa alta moderada, de 0,31%.

O fato é que as duas pesos-pesados da bolsa brasileira tiveram caminhos contrários no pregão de hoje, com ambas seguindo o movimento de suas respectivas commodities de estimação.

Na China, o minério de ferro subiu 3,93%. A commodity vem numa sequência de altas – fechou sete das últimas oito semanas no azul – e se sustenta há algum tempo no (bom) patamar dos US$ 130, graças à expectativa de que os estímulos do governo à economia chinesa aumentem a demanda. 

A Vale, enfim, acompanhou a direção do preço do minério. Mas não a intensidade: alta de 0,47%.

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O petróleo não tem tido a mesma sorte. Nas últimas 5 sessões, a commodity amarga perdas de mais de 10% — hoje, o Brent fechou em queda de 0,33%, o menor patamar desde junho.

O petróleo vem em trajetória de queda – apesar dos esforços da Opep+ de estancar a sangria do preço. A organização decidiu aprofundar os cortes de produção na última quinta-feira, deixando de produzir 2,2 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) ao longo de todo o primeiro trimestre de 2024. A decisão não foi suficiente para aumentar os preços – a preocupação segue sendo com a demanda. 

Neste cenário, e com anúncio de corte no preço do diesel (-6,6%) feito, a PETR4 tem queda de 0,45%.

IA tunada

De volta à gringa. O Bard tem uma espécie de “motor” que é responsável por abastecê-lo com informações, chamado Gemini. Esse motor ganhou ontem uma nova versão, treinada para ler, escrever, ouvir, falar e enxergar de forma simultânea. Segundo a big tech, essas funcionalidades serão implementadas em sua IA, e poderão ser usadas gratuitamente.

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O pulo do gato é justamente essa gratuidade do serviço. A OpenAI também oferece uma versão turbinada do ChatGPT, mas o usuário tem que desembolsar uma nota (US$ 20 mensais, ou cerca de R$ 100). Por enquanto, o Google não fala nada sobre cobrar mensalidade – mas já deu um spoiler que uma versão ainda mais turbinada do Gemini, chamada Ultra, poderá ser lançada em 2024, sem mais detalhes sobre possíveis preços.

Claro, a novidade de hoje não seria anunciada sem uma alfinetada na concorrência: segundo o Google, a nova Bard supera o ChatGPT em desafios de raciocínio, matemática, programação e conhecimentos no geral – ou seja, praticamente tudo, rs. 

Os investidores compraram a ideia. Agora, está estabelecida no mercado uma batalha mais equilibrada entre o Google e a Microsoft para o mercado da IA; antes, a guerra estava dominada pela segunda, via OpenAI. Em fevereiro, isso ficou claro num episódio em que o Bard, da Alphabet, deu uma resposta errada a uma pergunta sobre ciência – e a ação do Google despencou 10% em poucos dias, queimando US$ 100 bilhões em valor de mercado. Ficou parecendo que a gigante estava bem atrás nessa corrida – pelo menos até agora.

Esse é mais um capítulo de uma longa novela na bolsa em 2023, que poderia receber o título de Ano Da Euforia Das Inteligências Artificiais. Tendência essa personificada pela Nvidia, cujos papéis valorizaram mais de 230% em Nova York até agora. Não só ela, mas a grande parte das companhias que apostaram em IA esse ano tiveram retornos positivos em suas ações (que você pode entender melhor aqui). No ano, o Nasdaq como um todo sobe mais de 45%.

Agora os investidores vão dormir sonhando com o dado mais importante da semana – talvez do ano: o payroll, principal relatório de empregos dos EUA. Ele sai amanhã, e pode definir os rumos dos juros nos EUA (e no resto do mundo, já que todos os BCs têm um olho no Fed).

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Até amanhã!

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MAIORES ALTAS 

Grupo Soma (SOMA3): 5,68%

Eztec (EZTC3): 5,44%

Yduqs (YDUQ3): 4,75% 

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Cyrela (CYRE3): 4,74%

PetroRecôncavo (RECV3): 4,40%

MAIORES BAIXAS

Engie Brasil (EGIE3): -2,69%

Hypera (HYPE3): -2,40%

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Cielo (CIEL3): -2,05%

São Martinho (SMTO3): -2,04%

Klabin (KLBN11): -1,95%

Ibovespa: 0,31%, aos 126.009 pontos

Em Nova York

S&P 500: 0,80%, aos 4.585 pontos

Nasdaq: 1,37%, aos 14.339 pontos

Dow Jones: 0,80%, aos 4.585 pontos

Dólar: 0,13%, a R$ 4,9090

Petróleo 

Brent: -0,33%, a US$ 74,05

WTI: -0,05%, a US$ 69,34

Minério de ferro: 2,76%, cotado a US$ 130,15 por tonelada na bolsa de Dalian (China).

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