Fala de Powell fecha a semana; mercado quer saber: vem pausa nos juros?
Presidente do Fed pode dar pistas sobre os próximos passos da política monetária americana, tema que está dividindo as previsões dos investidores. Entenda.
Bom dia!
A semana termina com dois eventos importantes que podem (ou não) trazer novidades quanto aos próximos passos da política monetária americana e brasileira. Lá fora, Jerome Powell fala em evento organizado pelo Fed; ele participará de um painel que contará também com Ben Bernanke, ex-presidente do banco central americano (de 2006 a 2014 – passando aí pela crise de 2008, diga-se).
A fala de Powell (12h) pode ser importante porque o novo passatempo de Wall Street é tentar adivinhar o que fará o Fomc (o comitê de política monetária do Fed) em sua próxima reunião, em junho. Há pouco tempo, era quase consenso entre todo mundo que haveria uma pausa na trajetória do aumento dos juros por lá, mas a persistência da inflação e do mercado de trabalho aquecido fez muita gente reconsiderar.
Em entrevista ao Financial Times, James Bullard, dirigente do Fed de St. Louis, disse que pode apoiar mais um aumento nos juros na próxima reunião do Fomc por conta da desaceleração da inflação “mais lenta do que o ideal”. Bullard, vale ressaltar, é conhecido como um dos nomes mais hawkish do Fed, então não necessariamente sua visão é majoritária no órgão.
Mesmo assim, as chances de um novo aumento não são baixas. As apostas na CME (a bolsa de Chicago) apontam 54% de palpites pela manutenção da atual taxa, enquanto 46% veem como mais provável um novo aumento de 0,25 ponto percentual. Apertado. Há uma semana, mais de 80% apostavam na pausa do aperto.
Além de Powell (12h), outros outros diretores do Fed participam de eventos hoje: John Williams (9h45) e Michelle Bowman (10h).
Por aqui também tem evento do Banco Central brasileiro, com direito à participação do ministro Haddad e até da presidente do BCE, Christine Lagarde. A fala de fechamento é de Campos Neto.
Já o presidente Lula está no Japão, participando do encontro do G7 como convidado. Com a aprovação folgada da urgência pelo arcabouço fiscal na Câmara (367 votos a favor e 102 contrários), grande parte dos temores dos investidores quanto ao fator política ficou de lado. Mas um olho sempre fica no noticiário, é claro: agora é o começo das discussões de emendas no projeto, que podem mudar substancialmente seu conteúdo.
Nos EUA, os futuros amanhecem neutros à espera de Powell. Por lá, também a política não assusta tanto, com republicanos e democratas aparentemente chegando a um consenso para aumentar o teto da dívida (um final previsível – as chances de calote eram baixíssimas). Final feliz?
Bons negócios.
S&P 500: 0,15%
Nasdaq: 0,12%
Dow Jones: 0,04%
*às 8h17
Lucro do Ibovespa despenca no 1T23
As empresas do Ibovespa registraram, no primeiro trimestre deste ano, a maior contração no lucro por ação em quase três anos, segundo cálculos do Bank of America (BofA). As receitas das companhias subiram 1% na comparação anual, mas o lucro por ação caiu 32% – o maior tombo desde o segundo trimestre de 2020, quando o pior baque da pandemia causou uma queda de 41% no lucro por ação. O banco diz que, nos destaques positivos, ficaram os papéis de shoppings, companhias de seguro e de tecnologia; entre os highlights negativos, estão as ações ligadas ao minério de ferro e ao setor de carnes.
Fazenda revisa previsão de PIB
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta quinta-feira (18) que a equipe de economistas do ministério vai revisar a previsão de crescimento do PIB neste ano, dos atuais 1,6% para 1,9%. Segundo o ministro, a surpresa positiva no primeiro trimestre é um dos fatores que levou à revisão. No último boletim Focus, porém, a expectativa de crescimento da economia ficou em 1,02%.
12h Jerome Powell participa de painel com Ben Bernake, ex-presidente do Fed
14h Haddad participa do seminário do BC em São Paulo
16h10 Christine Lagarde, presidente do BCE, faz participação pré-gravada no seminário do BC
18h15 Roberto Campos Neto fecha o seminário do BC
Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,20%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,41%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,69%
Bolsa de Paris (CAC): 0,64%
*às 8h21
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,29%
Hong Kong (Hang Seng): -1,40%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,77%
Brent: 1,12%, a US$ 76,21 o barril
*às 8h08
Minério de ferro: -1,41%, a US$ 104,86 por tonelada na bolsa de Dalian.
A derrocada da Vice
A Vice, um colosso de mídia digital que já foi vista como uma das mais promissoras na era das redes sociais, entrou com pedido de recuperação judicial nesta semana. Depois de um começo de investimentos eufóricos, a empresa enfrentou diversas crises que ilustram bem a principal dificuldade do setor: alcançar um modelo de negócios lucrativo, mesmo para aqueles que acumulam altas quantidades de leitores. O New York Times conta essa história aqui; a Folha traduz aqui.
Entenda a síndrome do impostor
A sensação crônica de ser uma fraude no trabalho – especialmente quando você é bem-sucedido – é mais comum do que parece. Ainda assim, trata-se de um problema pouco investigado pela psicologia e incompreendido pelo público. Na reportagem de capa de maio da VOCÊ S/A, explicamos o que realmente se sabe sobre o fenômeno – e como combatê-lo. Leia aqui.