Continua após publicidade

Em semana de inflação, esperança vem da China

Enquanto Wall Street flerta com o “bear market”, corte de juros chinês ajuda o Ibovespa. Até quando dura o gás?

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 23 Maio 2022, 08h27 - Publicado em 23 Maio 2022, 08h27

Bom dia!

A semana promete ser agitada nos mercados. Na quarta, o Fed, banco central americano, divulga a ata da sua última reunião de política monetária, que levou ao aumento de 0,5 p.p. na taxa de juros americana. Antes disso, na terça, Jerome Powell, o presidente do Fed, discursa. Na quinta, sai a leitura final do PIB dos EUA no primeiro trimestre, e, na sexta, a inflação volta a dar as caras com o PCE, o índice que mede a inflação ao consumidor americano, de abril. 

Isso tudo promete injetar instabilidade em Wall Street, justamente enquanto o mercado americano passa por um cenário delicado e volátil. Na sexta-feira, o S&P 500 chegou a flertar com o “bear market” – caracterizado por queda de 20% em comparação com o pico mais recente, que foi atingido em 4 de janeiro deste ano. Se salvou disso por pouco, no final do pregão.

Os motivos você já sabe: segue forte o medo de que os sucessivos aumentos de juros promovidos pelo Fed vão levar a economia americana a uma recessão. Os preços seguem subindo, por sua vez, o que indica risco de estagflação. E a inflação já reflete nos balanços das empresas americanas.

Os índices futuros americanos até ensaiam uma recuperação nesta segunda-feira (veja abaixo), mas a semana promete ser volátil com tanta agenda relacionada à inflação. 

Por aqui, o que pode ajudar a bolsa brasileira é a China. Na última sexta, o Ibovespa foi na direção contrária de Wall Street justamente após o governo chinês cortar os juros por lá, de 4,60% para 4,45%. A redução na taxa, que visa aquecer a economia do país após tantos lockdowns rigorosos, fez o preço do minério de ferro disparar, o que, por sua vez, puxou o importante setor de mineração da bolsa.

Continua após a publicidade

Não dá para saber, porém, se o otimismo durará muito mais baseado somente no movimento chinês. Os casos de Covid-19 continuam a subir em Pequim, o que reacende medos de novos lockdowns. Por aqui, a agenda política também pesa, com as eleições chegando. Nos EUA, por sua vez, Biden decidiu engrossar o tom contra a China e disse que  estaria disposto a usar a força para defender Taiwan em caso de invasão chinesa. Mais tensão geopolítica – tudo o que o mercado (e o mundo) não precisam nesse momento.

Compartilhe essa matéria via:
humorômetro: o dia começou com tendência de alta
(VCSA/Você S/A)

Futuros S&P 500: 1%

Futuros Nasdaq: 0,86% 

Futuros Dow: 0,93%

Continua após a publicidade

*às 8h04

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,63%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 1,11%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,88%

Continua após a publicidade

Bolsa de Paris (CAC): 0,32%

*às 8h06

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,58%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,98%

Continua após a publicidade

Hong Kong (Hang Seng): -1,19%

Commodities

Brent: 1,31%, a US$ 114,02

*às 8h08

Agenda

Continua após a publicidade

Às 11h30, o presidente do Banco Mundial, David Malpass, fala em evento nos EUA. Às 13h, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, também discursa em outro evento. Por fim, às 20h30, é a vez de Esther George, presidente do Fed de Kansas City, discursar.

market facts

Energia solar

O mundo atingiu a marca histórica de 1 terawatt (TW) de potência instalada de energia solar, segundo o novo relatório “Global Market Outlook for Solar Power 2022-2026”. É um crescimento e tanto: o número dobrou em apenas 3 anos, já que em 2018 era de apenas 500 GW (gigawats). Em 2002, apenas 20 GW. A energia solar é a segunda maior fonte renovável usada no mundo, atrás somente da hídrica. O líder mundial é a China, com 306,4 GW de capacidade. O Brasil se destaca na América Latina: 15,3 GW de potência instalada, o que nos coloca na posição 13 do ranking. Mas, segundo o relatório, a tendência é aumentar a capacidade para 54 GW até 2026.

Vale a pena ler:

Varíola do macaco 

Cerca de 100 casos da “varíola de macaco” foram confirmados na Europa, segundo a Organização Mundial da Saúde. A doença não é nova, mas casos fora das áreas onde é endêmica – África Ocidental e Central – são raros. Por isso o mundo está preocupado com o espalhamento da doença. Mas, calma, não é uma nova Covid-19: a varíola de macaco costuma ser leve, e o surto atual parece estar ligado à transmissão via contato sexual. De qualquer forma, países mundo afora estão, corretamente, de olho no problema. Veja um resumo do que sabemos até agora sobre os novos casos dessa doença neste texto do LiveScience (em inglês)

Publicidade