Deflação na China é má notícia para o Ibovespa nesta quarta-feira
Primeira queda nos preços do país asiático em dois anos indica uma demanda fraca e uma economia sem gás, azedando o humor de investidores mundo afora.
Bom dia!
Mais um dia, mais um dado preocupante trazido pelos ventos do oriente. Ontem, a balança comercial da China assustou o mercado e azedou o humor na bolsa, ao mostrar uma queda forte nas exportações e importações. Hoje, o número em destaque é a inflação. Ou, no caso, a falta dela.
A China registrou, em julho, uma deflação de 0,3% na comparação anual em seu CPI, principal índice de inflação ao consumidor (equivalente ao IPCA). É a primeira queda no dado desde fevereiro de 2021. A previsão era de uma deflação de 0,4%.
Já a inflação ao produtor teve um recuo mais forte (-4,4% na comparação anual), e acima dos 4% previstos. A última vez que houve deflação dupla na China (ao consumidor e ao produtor) foi há mais de três anos, em 2020.
Enquanto grande parte do Ocidente ainda luta contra uma teimosa onda inflacionária, a queda nos preços da China é fruto de uma demanda fraca e uma economia sem gás, ou seja, é igualmente má notícia.
Desde que abandonou sua draconiana política de Covid-zero, no final do ano passado, o país asiático tem decepcionado investidores com um uma recuperação lenta, especialmente por conta de um mercado imobiliário ainda fraco e uma demanda anêmica. O governo, por sua vez, promete impedir o pior cenário por meio de estímulos à economia, mas, por enquanto, eles têm sido limitados, e as promessas de mais medidas não estão acalmando investidores.
O dado da deflação, então, veio para somar a esse quadro de pessimismo maior com a economia chinesa. Hoje, o índice CSI 300, que reúne as principais ações das bolsas de Xangai e Shenzhen, fechou o dia com queda de -0,31% – o tombo só não foi pior porque investidores já antecipavam a queda nos preços.
Investidores agora esperam que Pequim detalhe os planos para estimular a economia chinesa, que, de certa forma, funciona também como um motor da economia mundial. Por isso mesmo dados fracos da China afetam o mundo todo, mas principalmente as economias emergentes, como a brasileira, já que o país é consumidor voraz de commodities. Por isso o Ibovespa tem de torcer para que a deflação de julho seja pontual, e não o começo de uma espiral recessiva na economia do dragão asiático.
Por aqui, apesar da agenda esvaziada, a temporada de balanços segue com força, com destaque para dois bancos: o BTG, antes da abertura, e o Banco do Brasil, depois do fechamento.
Bons negócios.
Futuros S&P 500: 0,20%
Futuros Nasdaq: 0,21%
Futuros Dow Jones: 0,14%
*às 8h01
Voos em alta
Gol e Azul divulgaram ontem seus dados sobre a demanda de passageiros em julho. Na Azul, a demanda total de passageiros subiu 5,3% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A oferta de assentos, porém, cresceu mais: 7,1%. Com isso, a taxa de ocupação caiu 1,4 pp, para 83,2%.
A Gol também apresentou números positivos, e um pouco mais enxutos. Aumento de 6,6% na demanda e de 3,3% na oferta de assentos na comparação anual. Dessa forma, a taxa de ocupação subiu 2,6 pp, a 83,4%.
A aérea laranja apresentou seu balanço do 2T23 no dia 27 de julho – lucro de R$ 556 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 2,9 bilhões no 2T22. A aérea ciano mostra seu resultado nesta quinta (10).
9h IBGE divulga vendas no varejo de junho
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 1,22%
- Londres (FTSE 100): 0,86%
- Frankfurt (Dax): 1,06%
- Paris (CAC): 1,20%
*às 8h04
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,31%
- Hong Kong (Hang Seng): 0,34%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,53%
- Brent: 0,57%, a US$ 86,66
- Minério de ferro: 0,07% a US$ 100,50 por tonelada na bolsa de Dalian (China)
*às 8h05
A bet do mini-dólar
Os mini-contratos parecem instrumentos complexos. Não são: entenda aqui como eles funcionam, e porque não há como chamá-los de investimentos, mas só de apostas mesmo.
Brasil, antes da abertura: BTG Pactual
Brasil, depois do fechamento: Banco do Brasil, Cogna, Hapvida, Rede D’or, Minerva, SLC Agrícola e Ultrapar
EUA, depois do fechamento: Walt Disney