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Copom deixa claro que não vê horizonte para cortar a Selic

Banco Central diz que o cenário atual "eleva o custo da desinflação", ou seja, que não há como reduzir os juros com gastos públicos em alta. Nos EUA, o clima é o oposto.

Por Alexandre Versignassi, Camila Barros
Atualizado em 2 fev 2023, 09h08 - Publicado em 2 fev 2023, 08h50
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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O BC foi duro ontem. No comunicado que soltaram após a decisão de manter a Selic em 13,75%, taxa que vem desde agosto, disseram “o comitê [de política monetária] avalia que a conjuntura eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.”

Dá para traduzir como: “esquece, diante de um cenário com aumento nos gastos públicos não existe possibilidade para corte”.  

O mercado de juros não esperava algo muito melhor. Antes do comunicado, o IPCA+2035 já tinha fechado ontem a 6,44% – maior taxa de juro real para o título desde 2016, quando a Selic estava em 14,75% e o temor pela capacidade fiscal do país era equivalente. 

O Citibank mesmo não esperou a ata do Copom para revisar sua projeção para a Selic ao final de 2023 – de 10,5% para 12,25%. O Itaú manteve a dele (que já era de 12,25%) após o comunicado, mas ressaltou que a ata “trouxe incertezas adicionais sobre a viabilidade de corte na Selic este ano”. 

Nos EUA, o clima é o oposto. O Fed reduziu para 0,25% o ritmo de altas, e Jerome Powell, apesar de manter a cautela de sempre, disse que o processo de desinflação já começou. Ou seja, que a alta nos juros já está fazendo o seu trabalho – e os futuros do EUA abrem em alta.  

Ironicamente, o Copom usou a mesma palavra, por aqui. Mas com o sentido oposto.

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Nos EUA, o clima também é de espera. Depois do fechamento dos pregões da NYSE e da Nasdaq, Apple, Amazon e Alphabet (Google) soltam seus balanços.

E por aqui “os astros” não prometem um dia bom para Vale e o bloco das siderúrgicas/mineradoras: o minério de ferro amanheceu em queda firme, de 3,33%.

 

 

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta

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Futuros S&P 500: 0,51%

Futuros Nasdaq: 1,37%

Futuros Dow: -0,12%

*às 8h28

market facts

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Stone se despede do Inter 

Na quarta-feira, a empresa de pagamentos Stone zerou sua posição no Banco Inter em uma operação conhecida como block trade (quando um grande número de ações é negociado em bloco e fora do mercado aberto). Foram 16,8 milhões de BDRs vendidos a R$ 12,96, totalizando R$ 218 milhões.

A Stone virou sócia minoritária do Inter em 2021, quando investiu R$ 2,5 bilhões por 4,99% do capital do banco. Na época, a ideia era estabelecer uma parceria de longo prazo e desenhar uma possível fusão. Mas os planos da Stone mudaram. Já no segundo trimestre de 2022, a companhia se desfez de 21,5% de sua fatia. 

Ontem, os BDRs do Inter fecharam em queda de 4,29%, a R$ 21,15. Na Nasdaq, a queda nas ações foi de 8,76%, a US$ 2,50.

Agenda

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9h: Banco da Inglaterra (BoE) divulga decisão de política monetária

10h15: BCE divulga decisão de política monetária

10h30: Deptº do Trabalho dos EUA divulga pedidos de auxílio-desemprego da semana 

10h45: Presidente do BCE, Christine Lagarde, concede coletiva sobre decisão de juros

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,11%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,59%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,46%

Bolsa de Paris (CAC): 0,57%

*às 8h20

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,35%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,20%

Hong Kong (Hang Seng): -0,52%

Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brent: -0.19%, a US$ 82,68 o barril

*às 8h22

Minério de ferro: -3,33%, a US$ 125,16 a tonelada, na bolsa de Dalian

Vale a pena ler:

Happy birthday, Brexit. Sorry your party’s so lame.

O Brexit fez 3 anos na última terça-feira. Foi um aniversário discreto, sem clima para bolo nem festa. Não à toa: a economia do Reino Unido anda com mais dificuldades do que a dos seus pares europeus. Um relatório recente do FMI aponta que o país será a única grande economia do mundo a contrair em 2023, com um desempenho pior até do que o da Rússia. E o Brexit carrega boa parte dessa culpa. Aqui, Mark Landler, chefe do New York Times em Londres, explica como o Reino Unido vem sentindo os efeitos do divórcio com a União Europeia.

Espionagem industrial chinesa

Inovação é a chave para a China continuar crescendo a passos largos: para manter um crescimento anual acima de 5% ao ano, como pretende o governo chinês, o país precisa começar a inventar cada vez mais coisas do zero (leia mais sobre isso aqui). Por isso, o país não só investe pesado em novas tecnologias como gosta de acompanhar bem de pertinho o que os outros andam inventando. Casos de espionagem industrial chinesa têm se tornado mais frequentes nos EUA. E, claro, eles vêm acompanhados de um aumento na tensão diplomática entre os dois gigantes. Esta reportagem da BBC conta a história. 

Temporada de balanços

Brasil, antes da abertura de mercado: Santander

EUA, depois do fechamento: Alphabet, Amazon, Apple e Ford

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