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BlackRock tenta abrir mercado de ETF de Bitcoin nos EUA

A maior gestora do mundo quer lançar um fundo de Bitcoin na bolsa americana. Para isso, precisará da aprovação da SEC, que já recusou outros 30 pedidos desse tipo. Entenda.

Por Camila Barros
14 jul 2023, 05h52

A BlackRock planeja lançar o primeiro ETF de Bitcoin dos EUA. A ideia é que o ativo seja negociado na Nasdaq, sob custódia da corretora de criptos Coinbase, que é listada na bolsa americana. A proposta veio em meados de junho e ajudou o Bitcoin a ultrapassar a barreira dos US$ 30 mil pela primeira vez desde abril. 

Só que o novo produto ainda depende da aprovação da SEC – a CVM dos EUA. E, quando o assunto é criptoativos, a agência tem se comportado como um Cérbero, guardando os portões do sistema financeiro tradicional.

Não é primeira vez que uma gestora de investimentos tenta lançar um ETF de Bitcoin por lá. Segundo um levantamento da Bloomberg Intelligence, já foram ao menos 30 pedidos. A SEC recusou todos, apontando que esse tipo de produto está sujeito a fraudes e não oferece proteção suficiente ao investidor.

Desta vez, o mercado se animou porque a solicitação veio da maior gestora do planeta. Depois do anúncio da BlackRock, outros fundos (entre eles a Fidelity, terceira maior gestora dos EUA) entraram em uma corrida para registrar ou refazer seus próprios pedidos. 

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Mas o pulso firme da SEC não afrouxou. No fim do mês, a agência respondeu que as solicitações não eram claras. Que precisariam de mais informações para avaliá-las. Aí as gestoras tiveram que refazer os pedidos, e agora aguardam o parecer final do regulador. 

Caso aprovado, o ETF acompanharia diretamente as variações de preço do Bitcoin. Na prática, ele tornaria o acesso à criptomoeda mais amplo – já que daria para negociar diretamente na bolsa, via home broker, ao lado de ações e outros produtos financeiros tradicionais. É o que rola no Brasil, que tem ETFs de cripto desde 2021.

Não que os EUA não tenham nenhuma exposição a criptos na bolsa: atualmente, existem pelo menos meia dúzia de ETFs que replicam índices de mercado futuro do Bitcoin. Ou seja, são fundos que acompanham as expectativas do mercado sobre o preço da cripto – não o preço do Bitcoin em si.

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A SEC prefere assim porque os índices futuros são geridos por companhias reguladas em solo americano, como a Chicago Mercantile Exchange (CME). 

Já as gestoras de criptomoedas raramente estão registradas como corretoras de fato, e não respondem às exigências dos reguladores americanos. Para a SEC, a falta de regulação mundo afora torna esses ativos sujeitos a fraude.

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