Você confia na liderança da sua empresa?

cabamos de passar por uma nova temporada de eleições e um dos temas que surgem com força nessa época é a desconfiança: a política parece não estar inspirando um sentimento positivo em uma parcela grande da sociedade — e sabemos que a consequência disso para a democracia é terrível.

Esse fenômeno, contudo, não se restringe ao campo político. Dentro das empresas, a situação não é muito diferente…

De 2018 para 2024, a pesquisa Carreira dos Sonhos constatou uma queda grande na quantidade de jovens que dizem confiar na sua gestão direta. Na verdade, tal movimento também foi observado em relação aos colegas.

É provável que, ao ver esses números, você não se surpreenda muito por se identificar com o sentimento. Talvez, você até tenha sido uma das 70.162 pessoas jovens que responderam a edição deste ano do estudo da Cia de Talentos.

Por isso, eu estou aqui para compartilhar algumas dicas que podem ajudar a lidar com essa situação. Ou, melhor ainda, dicas que podem contribuir para a transformação desse cenário — afinal, ninguém deveria ter que se conformar em trabalhar em um lugar onde não há confiança.

Antes de tudo, preciso explicar que sei que esse tema é desafiador e que a construção desse vínculo não depende só de você. É necessário um esforço e um comprometimento de toda a organização, principalmente de quem está na gestão.

Dito isso, acredito que existem algumas medidas que cada um de nós pode tomar para contribuir positivamente com essa causa — a começar por desenvolver um diálogo transparente com a liderança direta.

A confiança dentro de uma equipe é construída aos poucos e uma das ferramentas que ajuda nesse processo é a comunicação. Se você sente dificuldade em entender algumas mensagens e atribuições dadas pela sua gestão, procure a pessoa e compartilhe suas dúvidas. 

Explique, por exemplo, que você gostaria de compreender melhor os objetivos e as expectativas da tarefa. Assim, além de ter maior clareza sobre a questão, você ainda demonstra interesse e compromisso com o resultado.

No final, essa postura ajuda não só a evitar mal-entendidos, mas a construir um relacionamento de confiança mútua, por meio do qual sua gestão percebe que você tem comprometimento.

Outra prática simples, porém de extrema importância diz respeito aos prazos: comprometa-se com o que você promete entregar. Confiança é, muitas vezes, o resultado da consistência. Se você assume uma responsabilidade, entregue no tempo acordado e, se houver um imprevisto, avise com antecedência e explique a situação. Isso mostra profissionalismo e reforça que a equipe pode contar com você. 

Também vale reconhecer e valorizar as conquistas dos outros integrantes do grupo. Isso porque aprender a celebrar o sucesso de colegas ajuda a criar um ambiente de apoio e de confiança mútua — esse vínculo também nasce quando percebemos que os outros torcem pelo nosso sucesso.

Confiança é, muitas vezes, o resultado da consistência.

Há ainda a importância de buscar e oferecer feedbacks de forma construtiva e regular. Pedir feedback demonstra que você tem interesse em aprender e melhorar continuamente, além de sinalizar que você valoriza a opinião da outra pessoa. 

Da mesma forma, dar feedbacks para sua liderança e colegas é uma demonstração de que você se importa com o desenvolvimento do grupo e está comprometido com a evolução coletiva. E isso é fundamental quando o assunto é a construção de uma cultura de confiança.

Tais dicas podem parecer simples demais, mas essas pequenas atitudes no dia a dia podem ter um impacto significativo a longo prazo e contribuir para a criação de uma empresa onde todos se sintam mais seguros para crescer juntos. Minha esperança é que, assim, no próximo ano, o resultado para essa questão da pesquisa Carreira dos Sonhos venha diferente — de preferência, melhor.