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Luciana Camargo

Diretora estratégica da Associação Brasileira de RH (ABRH-SP). Escreve sobre carreiras, liderança, diversidade e inclusão e desenvolvimento pessoal

Inteligência Artificial: transformando nossas vidas e o futuro do trabalho

A IA generativa não veio para substituir, mas para transformar. Veja algumas das mudanças profundas que a tecnologia pode ter no trabalho – e em nossa vida.

Por Luciana Camargo
Atualizado em 18 ago 2023, 15h42 - Publicado em 17 ago 2023, 16h46
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 (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)
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Quem não se surpreendeu com a Inteligência Artificial Generativa (IAG) nos últimos tempos? Esse avanço tecnológico não apenas tem nos maravilhado, mas também gerado debates importantes sobre seu impacto no futuro do trabalho, nas profissões, na educação e em tantas áreas da economia. Parece que finalmente estamos vivendo em uma era em que a IA está deixando de ser apenas um conceito abstrato para se tornar uma parte palpável de nossas vidas.

Olhe ao seu redor e você verá que a vida digital é uma realidade inegável. Aplicativos inteligentes estão por toda parte, aprimorando nossas experiências e nos proporcionando soluções rápidas e eficientes para praticamente qualquer necessidade.

Mas o que é “Inteligência Artificial”? Conforme o próprio ChatGPT define, é um “campo da ciência da computação que busca criar sistemas que possam simular processos de pensamento humano, aprendendo com dados para realizar tarefas como reconhecimento de padrões, tomada de decisões e resolução de problemas”. O tema não é novo – sua história remonta às décadas de 1950 e 1960, graças a pioneiros como Alan Turing e John McCarthy. Eles abriram caminho para chegarmos aonde estamos hoje.

A IA generativa é um dos frutos dessa evolução, e seu poder de criação e geração de conteúdo é surpreendente. Imagens, textos e até interações humanas podem ser produzidos de forma cada vez mais realista, o que abre portas para aplicações criativas e inovadoras em áreas como arte, design, entretenimento e simulações. Quando olhamos para o mundo corporativo, as possibilidades são inúmeras. 

Você pode até se lembrar das discussões sobre profissões que desapareceriam no futuro, mas agora a história é diferente. A IA generativa não veio para substituir, mas para transformar. Ela automatiza tarefas operacionais, permitindo que os humanos se concentrem em atividades mais desafiadoras e criativas. O grande diferencial está na possibilidade de aumentar as capacidades humanas, auxiliando na tomada de decisões complexas a partir da sua capacidade de criar novos dados ou informações a partir do aprendizado com conjuntos de dados existentes.

Segundo o relatório CEO decision-making in the age of AI publicado pelo IBV, a IA generativa está redefinindo cada trabalho e cada tarefa, desde o nível de entrada até níveis C-Level. Segundo este estudo, IA generativa mudará a forma como trabalhamos e quais habilidades precisamos — e isto está acontecendo mais rápido do que esperávamos. Os CEOs precisam saber que IA Generativa é sobre pessoas e seus conhecimentos, e não sobre tecnologia. A vantagem competitiva virá de conhecimento e a capacidade das pessoas de transformar a forma como trabalhamos. Os profissionais precisarão de novas habilidades e criatividade para interagir com IA e vice-versa.

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A área de Recursos Humanos terá muitas oportunidades de evoluir e se tornar protagonistas nas empresas e organizações, trazendo um diferencial crucial em diversas áreas. 

  • Como líderes, temos que considerar a pressão e custos e as oportunidades de otimizar as operações garantindo um alto padrão de precisão em todos os serviços oferecidos para os profissionais da empresa, que esperam uma boa experiência de consumo. 
  • Desenvolvimento: Identificar as habilidades necessárias para o crescimento da organização que precisam de programas robustos de desenvolvimento contínuo, requalificação e qualificação dos funcionários, preparando-os para as constantes mudanças no mercado de trabalho. Além disso, com a integração da IA generativa no local de trabalho, novas competências como habilidades interpessoais, resolução de problemas, pensamento crítico e inteligência emocional se tornam essenciais. O usuário de IA também precisa ser bem treinado para avaliar corretamente as informações fornecidas pelo sistema e questionar como o modelo foi treinado, auditado, se o mesmo tem vieses. Enfim, fazer perguntas passa a ser mais ainda mais importante que aceitar qualquer resposta.
  • Cultura: RH pode exercer um papel fundamental no gerenciamento das aplicações éticas da IA atuando como parceiros com outras áreas da organização para garantir o desenvolvimento e a implementação responsável, justa e transparente de sistemas de IA. Estabelecer diretrizes éticas e mecanismos para lidar com preocupações e preconceitos que possam surgir é fundamental ao adotar soluções que usam AI. Ainda há perguntas sem resposta sobre as implicações legais e os direitos de conteúdo gerados.
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No artigo Ethics and AI: 3 Conversations Companies Need to Have, de Reid Blackman, as empresas devem definir os padrões éticos de sua organização para IA identificar as lacunas entre onde a empresa está e que os seus padrões exigem, entender as fontes complexas dos problemas e operacionalizar soluções.

Fomentar um ambiente inclusivo é essencial na adoção da AI generativa pelas pessoas para garantir uma implementação ética. A inclusão promove equipe diversas e colaborativas estimula a inovação e criatividade, permitindo soluções produtivas com a tecnologia. Uma abordagem consciente e responsável assegura o uso adequado da AI generativa, beneficiando a empresa e a sociedade.

  • Gestão da mudança: oferecer suporte às pessoas durante as mudanças é essencial quando buscamos novas formas de trabalhar promovendo a adoção de tecnologias e formas de trabalho para gerar mais valor. A tecnologia não é perfeita e, por isso, a validação e o monitoramento contínuos são essenciais para aprimorar a governança da IA nas empresas. 
  • Aquisição de talentos e recrutamento: O papel do recrutador se torna ainda muito mais importante e contará com mais informações para tomar as decisões e avaliar se os candidatos que estão sendo identificados com a ajuda da tecnologia são consistentes com as posições em aberto. Para isso eles precisam ser requalificados para entender as mudanças e acompanhar de perto as necessidades de habilidades em constante mudança do negócio, adotando estratégias inovadoras para identificar candidatos diversos com a combinação certa de habilidades técnicas e humanas. 
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São inúmeras as possibilidades e aplicações da tecnologia. Em vez de tornar os ambientes mais impessoais, a tecnologia pode ajudar a tornar a gestão de pessoas mais justa e humana e viabilizar no que importa, que são as pessoas em todas as suas potencialidades.

A questão é como enfrentar essa revolução de maneira positiva? Como Josh Bersin diz em seu podcast All about Talent Acquisition, and How AI forces a rethink of User Experiences, precisamos nos apaixonar pelos problemas que queremos resolver e garantir que estamos usando as ferramentas certas para isso.

Enquanto segue essencial entender e regulamentar o uso de Inteligência Artificial, esforço em curso em muitos países, não podemos deixar o medo do desconhecido nos dominar. É preciso conhecer, estudar, pesquisar e se atualizar para compreender os desafios e as oportunidades que a IA generativa traz consigo. Dessa forma, poderemos usar essa tecnologia com sabedoria, aumentando nossa inteligência e melhorando nossas experiências pessoais e profissionais.

Então, vamos abraçar esse futuro de possibilidades, olhando as oportunidades com sabedoria e cautela, para usar os avanços tecnológicos para o bem, buscando aprender e construir um mundo mais produtivo, inclusivo e criativo. 

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