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Se inflação é algo ruim, por que existem metas de inflação?

É que inflação não é algo de todo ruim. É mais como vinho: nociva em grandes quantidades, mas bacana em doses moderadas.

Por Alexandre Versignassi
11 nov 2022, 05h47
Ilustração de um campo de golfe, em que o jogador mira a bola no buraco, sinalizado como 'meta'. A área antes da meta está delimitada como 'piso' e, a área depois, 'teto'.
 (Marina Hauer/VOCÊ S/A)
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Inflação é algo ruim. E ninguém traça metas para coisas ruins. Tipo: você não tem uma “meta de gripe” para o ano que vem. Mas por que, então, o Banco Central TEM meta de inflação? Porque inflação é como vinho: nociva em grandes quantidades, mas benéfica em doses moderadas. Se nenhum preço jamais subisse, significaria que a economia travou. Preços em leve alta sinalizam gargalos de oferta. E isso é saudável: se a esfiha sobe de preço no seu quarteirão, pode ser um sinal de que há demanda para uma nova esfiharia. Já quando tudo sobe de preço ao mesmo tempo o problema é outro: excesso de dinheiro em circulação.

Quem coloca moeda em circulação é o Banco Central – ele imprime dinheiro e empresta aos bancos. Quanto dinheiro? Depende. Grosso modo, o BC empresta muito quando implementa uma Selic baixa e empresta pouco quando impõe uma Selic alta.

Metas para a inflação nos próximos anos
2023: 3,25%
2024: 3,00%
2025: 3,00%

Muito tempo sob juros baixos coloca uma torrente de dinheiro novo em circulação – o que faz a economia crescer e gera empregos. Mas se a produção de coisas para comprar com esse dinheiro novo não aumenta também, cria-se um gargalo monstruoso de oferta – em todos os setores da economia. E o que temos é uma inflação fora do controle.

E de qual seria, então, uma inflação “sob controle”? Entende-se que algo entre 2% e 4% é ok. Por isso, o “centro da meta” hoje é de 3,50%. Se a inflação estiver mais alta do que isso, significa que os juros devem permanecer num patamar elevado. Se estiver mais baixa, o BC tem sinal verde para baixar a Selic com força. A meta tem uma “margem de erro”, de 2 pp para cima (o teto) ou 2 pp para baixo (o piso). Ou seja: uma inflação em até 5,50% já dá uma certa manga para o BC cortar os juros; e uma abaixo de 1,50% liga a sirene para o risco de deflação – assunto de outro Guru, que você lê aqui. 

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