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Black das Blacks: Você SA com preço absurdo
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Emerson Feliciano

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Executivo, professor e palestrante, comprometido em formar profissionais e organizações mais estratégicas, inovadoras e inteligentes em diversidade racial.

Que belo estranho dia para se ter alegria

Eleger uma data para a consciência negra é positivo. Mas não basta para que transformações verdadeiras aconteçam nas empresas.

Por Emerson Feliciano
20 nov 2025, 08h00
Ilustração de pessoas com traços e características raciais distintas.
 (Alexey Yaremenko/Getty Images)
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Imagine-se acordando com uma alegria vibrante em um dia grandioso. A expectativa de algo especial enche você de energia. Será uma festa como jamais se viu. Você escolhe sua melhor roupa, ajeita cada detalhe com cuidado e, ao sair de casa, sente-se tomado por uma confiança plena. A expectativa de momentos inesquecíveis faz o seu coração acelerar. Ao chegar, o lugar é deslumbrante. O ambiente está cheio de vida, e por um instante, você sente que está exatamente onde deveria estar.

Então, você se dá conta de que ninguém te cumprimenta. Você sorri, mas as pessoas desviam o olhar. Você tenta entrar em uma conversa, mas há um círculo fechado, ignorando sua presença.

Quando olha para trás, se assusta ao ver a pessoa que você mais ama sendo retirada da festa à força. O rosto dela está marcado pelo medo, e a voz, calada pelo constrangimento.

A dor no seu peito se torna insuportável. Sua garganta fecha, as lágrimas ameaçam cair. Você se sente pequeno, sufocado, como se o ar ao seu redor estivesse sendo sugado. Tudo que resta é a sensação esmagadora de ser indesejado.

Multiplique esse sentimento por mil.

É assim que você se sente ao sofrer racismo.

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Conquiste o lugar que é seu por merecimento

Agora, troque a festa pela organização onde você trabalha. Troque o salão pelas salas de reunião, o segurança da porta pelos filtros de contratação, os grupos fechados de conversa pelos círculos de decisão onde poucos são convidados a entrar. Para muitas pessoas, isso é apenas uma cena hipotética. Para muitos profissionais negros, é rotina.

Dito isso…

Para você, profissional negro que lê esse texto e reconhece essa sensação, quero falar direto. Nos artigos anteriores da série Anatomia da Liderança Negra, eu apresentei um passo a passo para conquistar seu lugar à mesa dos líderes no mundo corporativo. Se quiser se aprofundar, te convido a ler tudo. Aqui, vou resumir os principais movimentos:

1. Reconheça o obstáculo. O racismo existe, é uma estrutura sistêmica sustentada por normas explícitas e implícitas, por práticas organizacionais e por vieses que afetam decisões cotidianas, muitas vezes de forma silenciosa. Reconhecer isso é um ato de coragem.

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2. Reconheça e converta oportunidades. Identifique espaços no mundo corporativo que o racismo tenta sussurrar que não são para você e, ainda assim, se veja ali. É olhar para aquela sala de reunião, aquele projeto de alto impacto ou aquela posição estratégica e enxergar não uma barreira, mas uma possibilidade real.

3. Construa competências antifrágeis. Em vez de apenas resistir ao caos, use cada experiência para crescer com ela. Domínio de tecnologia, fluência em inglês, leitura de dados e de negócio são competências que ampliam o seu alcance em um mundo desafiador e globalizado.

4. Construa redes e alianças estratégicas. Visibilidade e influência não nascem do isolamento. Elas dependem de conexões fortes, de pessoas que conhecem o seu trabalho, falam o seu nome e ajudam a abrir portas que, sozinho, demorariam muito mais tempo para se abrir.

5. Posicione-se profissionalmente com base em valor. Liderança vai além da técnica, envolve propósito. A autenticidade, originalidade e clareza sobre o impacto que você gera dão consistência à sua trajetória e criam um diferencial estratégico.

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6. Lidere com propósito e impacto. Liderança negra implica abrir portas para si e também para outras pessoas negras. É usar cada conquista para transformar realidades, influenciar decisões e mudar a forma como o mundo corporativo enxerga talento, mérito e pertencimento.

Para quem está em cargos de liderança e no RH, fica um chamado direto. Falar de diversidade em datas simbólicas, como o Dia da Consciência Negra, é pouco. É preciso ir para a prática: revisar critérios de contratação, promoção e avaliação, observar quem entra nas conversas importantes e quem segue do lado de fora do círculo. Inclusão envolve garantir respeito, voz ativa e caminho real de crescimento para profissionais negros.

20 de novembro. Que belo estranho dia para se ter alegria.

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