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Breno Paquelet

É especialista em negociações estratégicas, professor do MBA em Gestão Empreendedora da Universidade Federal Fluminense (UFF), consultor e autor
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Como transformar conflitos no trabalho em algo construtivo?

Apesar de não parece, o conflito pode funcionar como uma força propulsora no trabalho. Veja como.

Por Breno Paquelet
Atualizado em 5 dez 2023, 17h43 - Publicado em 5 dez 2023, 17h43

O ambiente de trabalho moderno é dinâmico e desafiador. Isso acaba exigindo habilidades excepcionais de gestão de conflitos para promover uma colaboração realmente eficaz entre os pares. Um estudo sobre práticas eficazes da alta administração revelou táticas valiosas para criar ambientes de grupo produtivos. Neste artigo, pretendo explorar como essas estratégias podem ser aplicadas e como o conflito pode ser uma ferramenta valiosa para qualquer equipe.

Em um exemplo prático, considere uma equipe de projeto enfrentando decisões sobre a implementação de uma nova estratégia. Diferentes departamentos têm visões distintas sobre como essa estratégia deve ser executada, resultando em um conflito de interesses. Ao aplicar as estratégias adequadas, como: desenvolver múltiplas alternativas, criar objetivos comuns e buscar consenso com qualificação, a equipe pode transformar esse conflito em uma oportunidade para inovação e colaboração.

Contrariando a ideia de que “conflito” é um palavrão, é crucial reconhecer que o conflito construtivo é uma força propulsora. Em ambientes de alta pressão e incerteza, a capacidade de tomar decisões de alto risco e agir rapidamente é essencial. O conflito construtivo nesse contexto permite a troca de ideias divergentes, enriquecendo a tomada de decisões e fomentando a inovação.

Um ponto importante é que as equipes trabalhem com mais informações objetivas e atualizadas, fornecendo dados concretos para embasar discussões. Dessa forma, é possível evitar especulações e crenças pré-concebidas, promovendo uma resolução precisa de problemas.

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Desenvolver múltiplas alternativas é outra estratégia crucial. Quando só há duas opções de caminhos a seguir, a tendência é que os grupos escolham “lados” e os argumentos se tornem competitivos. Oferecer diversas opções não apenas evita polarizações, mas também estimula a flexibilidade mental, criando um ambiente mais coeso.

Além disso, a criação de objetivos comuns é fundamental para construir coesão e colaboração. Ao estabelecer metas compartilhadas, permitindo que os membros vejam seus papéis como contribuições para atingir um objetivo comum, é possível transcender interesses do próprio setor ou departamento.

Uma dica curiosa e muito válida é introduzir humor no ambiente de trabalho. Isso mesmo, humor! Ter um local em que esse estado de espírito pode ser visto cria um clima positivo, tornando as pessoas mais abertas, criativas e não defensivas. O humor também permite que os membros do grupo expressem suas opiniões de maneira que contorne as defesas dos outros.

Por fim, mas não menos importante, buscar o equilíbrio na estrutura de poder é essencial. Líderes ativos e envolventes promovem a colaboração, enquanto líderes fracos criam vácuos de poder e líderes autocráticos suprimem contribuições colaborativas. Quando não for possível chegar a uma solução por consenso, um bom caminho é buscar “consenso com qualificação”, ou seja, o gestor mais sênior toma a decisão, guiado pelas contribuições geradas pelo grupo.  

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